32- Me leve para o inferno.

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Poucos minutos após a conversa com Daren no terraço, o menino pegou o elevador decidido. Ele iria voltar para o inferno.
Não levaria nada consigo, além do desejo que lhe consumia de trazer Uriel de volta.
Em seu quarto ele tomou um banho gelado para espantar qualquer vestígio do álcool. O que de fato funcionou. Do seu celular algumas mensagens são enviadas.
Ele amarra fortemente os cadarços do coturno preto, se certifica de que Jason tem comida o suficiente, e esconde o cálice em um local que ele encherga como seguro. ( Dentro do guarda roupa, debaixo de uma taboa que ele soltou). Morde a ponta do dedo desenhando símbolos na madeira com o sangue.
Por fim caminha até a cama pegando a jaqueta vermelha de Uriel e jogando sobre os ombros pronto para partir.

- onde pensa que vai? - Senhorita Bird indaga aparecendo de repente na porta como espírito, ela tem a postura severa e ereta.

- vou voltar lá. E vou trazê-lo de volta - Max não tem medo de dizer.

- o portal foi destruído. Não á como atravessar - Bird tenta lembra-lo amena.

- Não existe apenas uma passagem - ele retruca.

- sim, mas não neste país.

- então irei a outro.

Ela assente.

- E o Santo Graal?

- o cálice está seguro - ele a tranquiliza, Mas parece que isso não é tão importante agora. - implantei selos e sigilos de proteção.

Não demora muito pra Liam aparecer no batente da porta. Era para ele que Max mandara as mensagens mais cedo. Se ele queria achar uma forma de voltar até o inferno, quem séria melhor do que o próprio filho de Satã para indicar o caminho.

- está pronto? - Liam pergunta.

- estou - Max diz passando pela mulher.

- Max! - Srta Bird o chama o fazendo parar no meio do caminho. - Se vai ter andar pelo inferno, ande como se fosse o dono dele.

O menino deu um leve aceno de cabeça. Saindo acompanhado de Liam.

...

Na mesma noite Zack foi até o quarto do amigo, entretanto não encontrou ninguém. Apenas Jason que dormia empoleirado em seu gancho. O menino, procurou em todos os lugares possíveis, no refeitório, no salão e por fim na sala de jogos, onde Daren lia um livro alheio a tudo a sua volta. Ele estava sempre assim apático as coisas e pessoas, mas não era ingrato por nada. Era só como se ele se sentisse melhor em seu mundo silêncio? Quem sabe fosse o efeito de tudo o que ele passou. Por mais que todos alí fossem considerados adolescentes, aqueles jovem passaram por tantas coisas ditas como improváveis ou desumanos, que talvez precisassem passar a vida toda em terapia. Terapia é perfeito, não me entenda mal, só estou dizendo que todos nós temos maneiras de lidar com situações, quem sabe essa fosse a dele. Por mais torta e sem jeito que fosse, era o seu jeito de lidar.

- perdeu alguma coisa? - Daren indagou observando Zack vasculhar o local com olhos.

- Sabe onde o Max está?

- Foi resgatar o anjinho - Daren contou.

- ELE O QUE?

- foi resgatar o namorado - repetiu sem levantar os olhos das páginas.

- Sozinho?

- acho que foi com aquele principe infernal. Como é mesmo o nome dele? Leo? Leon? - falou voltando sua atenção para Zack.

- como assim? só foram os dois? E como você sabe disso?

- porquê fui eu quem disse para ele fazer isso - disse dando de ombros.

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