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O frio da noite adentrava pela janela aberta, a cortina se movendo junto com o vento. Era uma noite estrelada, o brilho das estrelas nadando na escuridão formando um lindo cenário, uma das estrelas brilhando mais que as outras, sendo ofuscada apenas pela luz da lua.
Perto da grande janela, um homem de cabelos escuros na altura dos ombros suspirou suavemente. Fazia um tempo que Fyodor Dostoevsky não aproveitava um gesto tão mundano assim, sua vida tão ocupada que o simples ar da noite penetrando seus pulmões enquanto ele respira era algo raro.
Esta noite, porém, as coisas eram diferentes.
Para começar, era o aniversário de dezoito anos de seu filho, Atsushi Dostoevsky. Foi uma data especial, por isso ele limpou totalmente sua agenda. Não que os outros aniversários de seu filho não fossem especiais, mas esse era simplesmente mais significativo que os outros. Além de ser o dia que seu querido angel [1] passava por sua maioridade, também era o dia em que Fyodor finalmente abriria o jogo sobre o outro pai de Atsushi.
Sim, o outro pai de Atsushi.
Atsushi era filho biológico de Fyodor, gerado e criado por ele mesmo. A outra pessoa a qual seu filho compartilhava o DNA era um segredo aberto a qual seu filho sabia pouco. Fyodor de alguma maneira conseguiu guardar segredo por um bom tempo agora, só deslizando poucas vezes sobre a identidade desse outro significativo ao longo dos anos.
Mesmo com as várias pessoas que conheceram seu parceiro fazendo parte da vida de seu filho, eles guardaram segredo sobre isso até que o próprio Fyodor estivesse pronto para falar e Atsushi pronto para ouvir. Eles respeitaram a decisão que o mais velho tomou na época que ainda estava carregando Atsushi, quando ainda nem sabia se Atsushi seria um pequeno garotinho ou uma garotinha.
Sempre o surpreendeu a lealdade que os amigos de seu parceiro pareciam transbordar. Mesmo depois de anos, eles ainda mantiveram a promessa que fizeram. Fyodor os apreciou um pouco mais por isso. Não que seus próprios amigos não fossem leais, pois Fyodor os conhece desde que parecia uma criança doente da era vitoriana. Nikolai sendo Nikolai, grudou nele que nem carrapato e Sigma veio arrastado pelos cabelos.
O caso era que por mais que seus amigos conhecessem seu parceiro, eles não eram tão próximos dele quanto os outros.
Apesar dos outros serem próximos de seu filho, sua presença não ofuscou a falta que um pai faria.
Provavelmente não foi fácil para seu filho ver todos seus colegas na escola ter dois pais enquanto ele só tinha um que quase não podia ficar em casa e sempre tinha que ir trabalhar. Seu trabalho muitas vezes era inconstante, sendo chamado para um concerto em dias imprevisíveis, voltando para casa com seus dedos doendo de tanto tocar seu violoncelo.
Partiu seu coração a primeira vez que escutou seu doce filhote chorando no colo do melhor amigo de seu parceiro, Chuuya Nakahara, um dia.
Fyodor tinha acabado de chegar em casa, seu violoncelo pesado onde estava em suas costas quando ele escutou o choro suave de seu filho vindo da sala de estar.
O mais velho congelou antes de se aproximar, se escondendo atrás da parede que separava a sala da porta.
— Shh, shh – ele escutou a voz suave de Chuuya dizer de onde estava, sua fala sendo acompanhada por um carinho que poucos tinham a honra de testemunhar –, sem choro agora. Você não precisa fazer esse escândalo todo, sabe?
Sua fala rude se contratava com seu tom suave. Fyodor escutou mais algumas fungadas antes da voz doce de seu filho se fazer presente. Mesmo com treze anos de idade, já indo para a adolescência, seu filho ainda era um filhote adorável, tão diferente dele quando tinha essa idade.
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꙳⋆ 𝐂𝐨𝐦𝐞 𝐁𝐚𝐜𝐤 𝐇𝐨𝐦𝐞 ⋆꙳ | 𝗢𝗻𝗲-𝘀𝗵𝗼𝘁 𝗙𝘆𝗼𝘇𝗮𝗶
Fanfiction[...] "A melodia foi algo que ele criou e nunca foi a público, guardando a notas no fundo de seu coração. Vem acompanhado por uma letra que ele também criou. Foi feito para Osamu que Fyodor nunca teve a oportunidade de tocar. A pessoa a qual essa mú...