Capítulo 1: Cupcake de doce de leite

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Conviver com a fama é o sonho da grande maioria das pessoas, ser amada por muitos, ter seus passos seguidos até mesmo quando só está indo a padaria para saber se já saiu uma nova fornada de seu cupcake predileto. Melhor ainda quando você não precisa fazer nada para ter fama, simplesmente já nasce com isso na sua família.
Rosa nasceu no dia 26 de dezembro de 2001, o relógio batia as 8h30 da manhã e o dia era frio, no típico inverno austríaco. Audrey segurou a filha nos braços, que logo lhe abriu um sorriso que derrete qualquer coração, para os médicos e para estudiosos de plantão era apenas um espasmo de recém nascido mas a mãe sabia que era sua pequena menina dando olá ao mundo.
Rosa sorriu para a mãe ao ouvir pela incontável vez a história sobre o dia de seu nascimento, não é que não gostasse de ouvir, muito pelo contrário, ela gostava de ver como a mãe contava com empolgação sobre o dia que ela veio ao mundo, mas não naquele dia, o dia que fez a mesma odiar a fama do seu pai. Acordando de manhã e doida para saborear seu cupcake favorito recheado com doce de leite, Rosa se livrou rapidamente do pijama vestindo algo simples mas apresentável para sair de casa. Amelia a dona da padaria da esquina havia lhe dito que uma fornada quentinha do doce sairia as 07h45, e quando o relógio atingiu 20 minutos antes do horário avisado a menina já estava caminhando para a padaria, tinha tudo para ser um dia tranquilo como todos os outros, ela comeria seu doce, voltaria para casa levando alguns para mãe e se arrumaria para ir a faculdade. Ela não poderia estar mais equivocada achando que viveria a mesma monótona rotina, que nunca mais seria a mesma.
- Você não é a filha do Torger Wolff? - um senhor de uns 57 anos de acordo com os pensamentos de Rosa a perguntou na fila para pedir da padaria - Sim é você sim - o velho continuou - Diga ao seu pai para concertar aquele carro logo, não aguento mais ver aquele holandês arrogante vencendo
- Pode deixar senhor, eu direi.
A voz saiu baixo de sua boca, mas não tanto quanto ela esperava, pois a pergunta do homem e a resposta dela fizeram rapidamente uma roda se formar, de algumas pessoas querendo também mandar recados ao pai dela e outras pessoas que apreciavam demais o trabalho do holandês que o homem havia falado, no qual Rosa jamais havia nem ouvido falar, afinal de contas que coisa chata era o automobilismo, carros dando voltas e mais voltas em círculos, ela jamais perdeu um segundo de sua vida vendo aquilo, era chato e ela jamais entendeu como seu pai amava tanto. Mas ela não tinha tempo para pensar sobre isso ali, teve que sair antes mesmo de poder pedir um cupcake, a roda de pessoas havia crescido muito a sua volta, aproveitando sua altura de 1.56 ela conseguiu sair do estabelecimento sem ser notada, mas xingando mentalmente o homem que a reconheceu e lhe impediu de ter seu amado doce.
- Seu dia não começou bem? - sua mãe mostrou que ainda estava ali tirando-a de seu flashback
- Não muito mãe, alguns "admiradores " do papai resolveram me nomear de pombo-correio e despejaram sobre mim muitos recados para que passasse pra ele.
- Presumo que isso lhe impediu de comprar o cupcake?- a mãe da menina ergueu a sobrancelha lhe olhando com veemência
- Presumiu bem, as pessoas literalmente começaram a brotar do chão - Rosa bufou irritada se sentando no sofá branco e extremamente confortável que havia na sala de estar da casa.
- As pessoas que acompanham o trabalho do seu pai podem ser inconvenientes as vezes filha , mas não fazem por mal, acho que na cabeça deles se você desse os recados as coisas iriam melhorar pra equipe.
- E as coisas estão mal? A última vez que vi meu pai ele disse que havia ganhado algo - colocou a mão no queixo tentando lembrar com clareza sobre aquela conversa.
- Haviam ganhado uma corrida. Durante o ano todo - Audrey respondeu ajudando a filha a lembrar.
- E isso não significa que está tudo bem com a equipe? - Rosa arqueou a sobrancelha perguntando e respondendo pra si mesmo que era óbvio que isso significava que tudo corria bem.
- Não filha, significa que a pista ajudou e....
- Nem tenta mãe, eu não consigo entender. Acho esse esporte chato demais - a mais nova se levantou - E graças a ele não tive meu cupcake - foi a última coisa que disse antes de ir para o quarto pegar as coisas para seguir rumo a sua faculdade de jornalismo.

O amor acontece ♡ _ Arthur LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora