Capítulo 46

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Christopher= Gastou muito, amor? – deixaram a emissora. – Antes de receber o carro.

Dulce= Um pouco... – acenou para o porteiro. – Peguei algumas caronas em alguns dias. Nem sempre rolou assim, mas consegui alguma economia.

Christopher= E algumas dessas caronas incluía o geren...

Dulce= Mas e você? – interrompeu-o. – Vai me contar como foi que, de repente, você terminou aqui? E eu acho bom que tenha uma autorização do médico para isso. Por escrito!

Christopher= Amor...

Dulce= E aí? Tem ou não? – arqueou as sobrancelhas. – E não me enrole, Uckermann.

Christopher= Como é que eu posso te dizer isso? – pareceu pensar.

Dulce= Com a boca. – cruzou os braços. – E palavras verdadeiras, de preferência.

Christopher= Não, sim, claro... – coçou a cabeça. – Vamos pensar da seguinte forma...

Dulce= Não, eu não quero pensar. – apontou a rua para ele. – Eu quero só ouvir. E o muito que você me enrola já serve de grande pista para a sua resposta!

Christopher= Bom... é que assim... – prestou atenção ao trânsito e incorporou-se à avenida. – Se o médico chegou para mim e disse: Christopher, pegue um avião para a Los Angeles? Não, não disse.

Dulce= Vou te bater. – avisou.

Christopher= Mas... – levantou uma das mãos. – Mas, mas.... mas também não olhou para mim e disse: Christopher, não pegue um avião para Los Angeles.

Dulce= Hm. – ela arqueou uma sobrancelha.

Christopher= Ele apenas me disse: pode voltar para a sua casa. – ela apontou novamente a rua. – Mas veja bem, a questão de "sua casa" é algo relativo.

Dulce= Pois relativo não será a minha mão na sua cara, Uckermann! – arqueou a outra sobrancelha.

Christopher= Mas, meu amor, onde é a minha casa? – deu de ombros e a olhou de soslaio. – Eu moro aqui. – levou a mão ao peito dela. – Bem... aqui também. – desceu-a até o seio.

Dulce= Sai! – bateu na mão dele. – Ridículo! – segurou o riso.

Christopher= Tá bom, tá bom, vou falar sério... – levantou uma da mãos, em sinal de paz. – É que, vida... minha casa sempre será onde você estiver. E já nem existe mais país certo para isso. – ousou baixar a mão para a perna dela. – Se agora você está aqui, eu quero estar aqui. Se estivesse no Japão, eu viajaria até o Japão. Se estivesse no Brasil, eu... bem, no Brasil, não. – bufou. – Porque do mesmo jeito que você não quer vacas, cachorros e sei lá que tipo de animais mais, eu também não quero... bem, eu não quero editores. – deu de ombros. – E agora poderia acrescentar outros cargos de gerência, mas parece que...

Dulce= Christopher! – arregalou os olhos.

Christopher= Mande? – assustou-se. – O que? O que foi?

Dulce= Baleia! E a Rosetta! – levou as mãos à boca. – O que você fez com elas?

Christopher= É sério, Dulce María? – resmungou. – Eu estou abrindo o meu coração e te fazendo uma declaração de amor bonita dessas e... – ela apontou novamente a direção para ele. – E você me corta para perguntar da bola de pelos e do cão chupando manga?

Dulce= Christopher! – bateu na perna dele. – O que você fez com elas?

Christopher= Joguei da janela do avião! – bufou com ironia. – Óbvio que trouxe, né? Eu ia fazer o que? – resmungou. – Largar no apartamento? Aí eu é que não ia entrar aqui, você me expulsaria! – dramatizou. – Como já está expulsando!

A Sósia - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora