koi no yokan

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*indicação de musica para o cap: can i be him (acoustic) - james arthur *



POV SAM

"solidão é algo tão esquisito, você está ali rodeada de pessoas, mas nunca preenchida, sempre vazia, sempre solitária... é complicado explicar o sentimento, se nem eu sei o que eu sinto, lágrimas rolam pelo meu rosto, mas não sei ao certo porque... ausência? solidão? depressão? vazio ou tristeza. talvez eu descubra em um futuro distante ou não :)"

Fecho o meu caderno dos sentimentos, era meu refúgio, onde eu saberia que ninguém ali me julgaria pois seria somente eu e ele. Escuto batidas na porta, corro para o banheiro e seco o restante das lagrimas que sobraram em meu rosto, lavo meu rosto, os olhos ainda inchados e vermelhos, mas eu sei como disfarçar.

Abro a porta do quarto e me deparo com a criatura mais linda que já vi na Terra, ela estava com uma saia plissada azul escuro, um cropped branco, um casaco bege e sua bolsa.

Simplesmente a mulher mais bonita que já tinha visto, encaro ela por alguns longos minutos, ela percebe e da um pequeno sorriso para mim mas logo seu sorriso morre quando ela olha meus olhos vermelhos e inchados.

— Alergia - Digo antes dela perguntar o que tinha acontecido, ela inclina a cabeça para o lado.

— Não acredito em você Sarocha - Ela diz passando por mim e indo se sentar em minha cama

— Mas eu estou falando sério, é alergia! olha! - digo colocando a mão no bolso e puxando um antialérgico que não sei como foi parar no meu bolso mas foi na hora certa.

— Uhm... entendi - ela diz e se joga na cama

— Porque está tão arrumada? vai sair? - pergunto sem que minha voz saísse como se eu estivesse morrendo para saber porque ela está tão arrumada

— Tee me chamou para ir jantar no restaurante dos pais dela, achei que você iria junto.

Olhei para ela e não entendi, Tee sempre chamava nós três para o restaurante dos pais dela, porquê ela não me convidou? Pego meu celular na bancada e vejo se tem alguma mensagem dela e não tem, também não tem ligação perdida, será que fiz algo para ela? será que disse algo de errado? meus pensamentos não paravam, minha perna tremia, não conseguia controlar meus pés batendo no chão repetidamente, meus olhos começaram a encher de lágrimas, meu coração acelerou, eu parei de respirar.

A sensação de que eu iria morrer aqui nesse exato momento tomou conta de mim, não enxerguei nada em minha volta, só senti dois braços me puxando, e só quando abri meus olhos pude assimilar que estava dentro dos braços de Mon, ela me apertava forte, olhava para mim e pedia para me acalmar, a voz dela parecia longe para mim, mas aos poucos a voz dela ficava cada vez mais perto.

— Sam... está tudo bem, respira, olha para mim

Pude escutar a voz dela nitidamente agora, meu coração ainda estava disparado, minha respiração descompassada e minhas pernas ainda estavam tremendo. Mon não se assustou pois essa não foi a primeira, nem a segunda vez que tive uma crise de pânico na frente dela, mas ela sempre soube como me acalmar... na verdade ela era a única que conseguia.

— Desculpa - ainda não tenho coragem de olhar ela nos olhos, me sento na cama e encosto da parede

— Você não tem que me pedir desculpa, tá tudo bem! eu e você sempre samarinha

— Odeio quando me chama assim - soltou uma risada baixa e encosto minha cabeça no seu ombro, ela logo deita a cabeça dela na minha.

— Vou ficar aqui com você hoje

— Não, você tem o jantar, não precisa ficar, eu estou bem

— Mas eu não estou pedindo Sam, estou te avisando que ficarei aqui!

Não contestei por muito tempo, uma das coisas que me fizeram me apaixonar por Mon era seu jeito de ser, ela sempre sabia o que fazer, o que falar e sempre tem sua opinião própria para tudo.

Ficamos em silêncio por um longo período de tempo, eu estava ocupada demais pensado em como eu tinha sorte de não só gostar dela, mas de ter ela por perto, de ter ela como minha melhor amiga. As nossas mãos estavam entrelaçadas desde a hora que sentamos na cama, ela as vezes para se certificar que estava tudo bem fazia um carinho leve em minha mão, toda hora que ela fazia isso parecia que um choque percorria meu corpo.

— Sam? - Ela perguntou baixinho com medo que eu me assustasse, levantei minha cabeça e olhei para ela

— Sim? - eu disse esperando ela falar algo

— Se eu fosse menino, você se apaixonaria por mim?

Engasguei com minha própria saliva, fiquei tossindo por um bom período de tempo, ela bateu a mão nas minhas costas e começou a rir, consegui parar de tossir e olhei para ela que não parava de rir

— Mon pare de rir, eu me engasguei, poderia ter morrido

— Você morreu? então!

Ela parou de rir finalizando seu riso, logo voltando para um semblante triste, o que me assustou, mas ela logo falou

— Você se engasgou porque não consegue nem se imaginar com alguém como eu né?

Ela me perguntou e uma pontada acertou em cheio meu peito, queria que ela soubesse que ela era a única pessoa que eu queria.

— Não, não foi isso, só me assusta você ter esse tipo de preocupação, você e a menina mais bonita dessa faculdade.

Falo isso e logo raciocino o que falei, meu rosto fica mais vermelho que um tomate, minha pele pegando fogo e uma vontade enorme de me esconder. Nem me atrevo a olhar para ela, mas sei que agora ela está sorrindo.

— Você diz isso porque é minha melhor amiga, e não quer magoar meus sentimentos.

— Eu nunca faria isso, não estou mentindo, você é a menina mais bonita daqui, não só fisicamente como linda em qualquer aspecto de você.

— Sam... - ela diz me empurrando - quando você namorar, acho bom o menino ser maravilhoso e te tratar igual você me trata.

Ela quem encosta sua cabeça em meu ombro dessa vez, eu sorrio para ela e suspiro pois queria que ela soubesse como me sentia, mas simplesmente não sabia como falar isso para ela. Deitei minha cabeça na cabeça dela pensando em como tenho sorte de ter pelo menos a oportunidade de ter esses momentos com ela.

koi no yokan; sensação de encontrar alguém e sentir que acontecerá uma grande história de amor com o passar do tempo.

continue...

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