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~ Descobri que você é um gato endiabrado ~




Aiko foi a primeira a acordar, só levantou depois de uns dez minutos, já que o loiro estava jogado em cima dela, agarradinho, como se ela fosse um urso de pelúcia.

Quando ela sentiu a respiração do loiro próximo a sua bochecha ela quase teve um treco, ele estava muito perto e ela estava morrendo de calor, fazer o quê, a garota estava com uma cinco edredons em cima de si, ela tinha trago mais dois junto com ela quando foi correndo ao quarto do loiro.

Quando conseguiu sair, foi em direção banheiro toda torta, estava estremamente apertada, bom, ela sabia onde o loiro ia pra fazer as necessidades, mas nunca entrou para vê-lo, era estranho.

Assim que abriu a porta e se separou com o vaso, franziu cenho vendo o vaso com a tampa aberta, ela virou o rosto e viu o loiro dormindo agarradinho com o amontoado de cobertas e sentiu pena de acorda-lo, mas realmente precisava usar o banheiro.

— Loirinho, loirinho! — Ela se sentiu envergonhada por não saber o nome do dono, ou esquecê-lo. — Me ajuda!

— Não. — O loiro disse se escondendo nas cobertas.

— Por favor... — Ela se ajoelhou e colocou uma mão em cima da própria intimidade forçando ali e sentindo sua bexiga ficar mais cheia — Eu preciso fazer xixi — Uma vez ela escutou uma criança pedir a sua mãe no meio da rua, ainda bem, né.

Katsuki ao escutar os choramingos da mulher, colocou apenas um olho para fora das cobertas  para ver o rosto da mulher que se dobrava no chão com ambas as mãos pressionando a intimidade.

— É só você ir, ué. — Ele disse e ela franziu cenho.

— Eu não sei como você usa o banheiro! — Ela disse e o loiro suspirou.

— Vai no vaso, abre a tampa, abaixa a cueca, senta e faz a porra do seu xixi, mulher! — Ele disse enfiando a cara nas cobertas novamente e ela correu para o banheiro. — E não esquece de se limpar com o papel do rolinho branco! — Ele disse, se ele falasse "papel higiênico" a morena não entenderia.

Quando entrou, fechou a porta atrás de si, abaixou a box de forma desesperada, o deixando escorregar até o chão e se sentou no vaso aliviando sua bexiga.

— Ahh... — A mulher escutou Katsuki engasgar com a própria saliva quando o som, bastante semelhante a um gemido, saiu da boca da morena.

Ela olhou para o lado e viu um rolo branco com papel enrolado nele, ela pegou somente o necessário e se limpou, jogando no cestinho depois. A mulher levantou já colocando a box preta novamente endireitando o cós em sua cintura e saiu do banheiro.

— Apertou o botão da privada? — O loiro disse quando viu a mulher na porta do banheiro. — Lavou as mãos?

Ela não disse nada, apenas deu meia volta e apertou o botão da privada, até arqueou as sobrancelhas quando a água começou a ser trocada automaticamente, se virou para a pia e pegou o sabonete esfregando o em sua mão junto com a água.

Secou as mãos e saiu novamente do banheiro indo em direção a cama onde o loiro estava deitado, a cama era grande, o loiro estava na ponta dela, então ela apenas deitou perto da cabeceira.

— Melhor? — Ele perguntou olhando para cima e dando de cara com as orbes amarelas da mulher.

— Muito. — Ela rastejou para perto do loiro, por trás dele. — Estou com fome... — Katsuki arrepiou ao sentir o peito e garganta da mulher atrás de si vibrarem em um ronrono suave.

— Não sabia que ronronava. — Ele comentou, ignorando sem querer a reclamação da morena. — Não nessa forma.

— Eu também não sabia. — Ela disse esfregando o  nariz nas costas nua do loiro. — Seu cheiro me dá fome.

— É?

— Sim, você tem um cheiro marcante, de algo doce e picante ao mesmo tempo. — Ela se sentou e agarrou um dos travesseiros que estavam espalhados pela cama. — Podemos comer?

— Tá bom. — O loiro disse, se espreguiçando ainda deitado. — Um dia eu vou te ensinar a cozinhar, não vou ficar cozinhando pra você pra sempre. — Ele se levantou e andou em passos arrastados até a cozinha, e como sempre, Aiko o seguia saltitante.

O loiro coçou os olhos e parou na frente do balcão e pegou seu avental e o vestiu, mesmo sem blusa por baixo, e foi para o fogão.

— Eu vou fazer panquecas, você quer? — Ele perguntou a mulher que se sentava de forma desajeitada na cadeira da mesinha de centro.

— O que é panqueca? — Ela perguntou vendo o loiro pegar ovos na geladeira e a farinha no armário.

— É uma massa que a gente come frita. — Ele foi no armário pegou o sal, açúcar e fermento. — É muito bom comer acompanhando com algo, mas pura é muito ruim.

— Se você está falando. — A mulher deu de ombros

— Mas cada um tem seu gosto, as vezes, você pode não gostar do mesmo tipo de coisa que eu gosto. — Ele disse mexendo os ingredientes em uma bacia.

— Entendi. — Ela olhou para a janela. — Posso ver as baleias?

— An? — O loiro olhou a morena em confusão — Baleias?

— Sim, que nem ontem. — Ela lhe lançou um sorriso, que quase fez o loiro enche-la de beijinhos.

— Ah, você quer ver TV. — Ele soltou a mistura e foi até a sala, logo sendo seguido pela menor que andava em passos rápidos e se sentava, toda encolhida, abraçando os joelhos, no sofá enquanto o loiro ligava a TV e procurava o canal — A essa hora deve estar passando Meu Gato Endiabrado.

— Fala sobre gatos endemoniados? — Ela perguntou.

— Não literalmente. — Ele disse rindo um pouco. — Como você sabe de algumas coisas e não sabe de outras, sendo que eu só te levei pra sair pouquíssimas vezes?

— Eu tenho dezenove anos, loirinho... — Ela disse simple. — Sei de algumas coisas, mas não estou tão "atualizada"

— Entendi. — Ele disse franzindo cenho enquanto na TV passava o cara tentando separar uma briga entre dois gatos. — Vai vendo aí, eu vou fazer as panquecas.

O loiro pegava a massa com a concha e colocava na frigideira já pré aquecida no fogo baixo, enquanto escutava o homem falar sobre os problemas do gato que metia a porrada no outro.

— " Lilo é um gato ciumento e pra piorar tem uma gata no cio dentro de casa, então mesmo que o outro gato não vá querer acasalar com ela, Lilo vai sempre brigar com o outro. " — O homem dizia e Katsuki franzia o cenho. — E os animais ficam estressados também quando não acasalam com as fêmeas.

Isso lembrou uma coisa que Kaminari disse sobre o loiro...

— ' Tá vendo? Não come ninguém, por isso vive com essa cara amarrada. '

— Tsc. — O loiro estalou a língua ao lembrar da fala do amigo — Aiko, tá pronto!

— Oi. — Ela brotou do nada na porta da cozinha e se sentou na cadeira enquanto ela sorria. — Descobri que você é uma gato endiabrado! Vive irritado.

— Cala a boca. — "fofa..." Katsuki dizia pra si mesmo enquanto via os olhos indignados da mulher o fitarem.

 

𝔘𝔪𝔞 𝔠𝔬𝔦𝔰𝔞 𝔠𝔞𝔦𝔲 𝔫𝔬 𝔪𝔢𝔲 𝔱𝔢𝔩𝔥𝔞𝔡𝔬.Onde histórias criam vida. Descubra agora