just friends... right? - jenlisa

45 - We did it again

Jennie's Pov...
[04/07/2021]

E em frações de segundos estávamos deitadas no chão novamente, o tesão ainda presente ali em nossos corpos. Por que não íamos para a cama e transávamos lá? Eu também não faço a mínima ideia. Talvez fôssemos fazer ali amanhã; ou no banheiro; ou na jacuzzi do local privado do hotel. Era o que parecíamos estar fazendo; era como se fôssemos animais selvagens, estávamos marcando território.

— Lalisa. - Sussurrei. Ela deu a devida atenção e me olhou, esperando alguma resposta. — Por favor. - Falei, por fim. Não aguentava mais só sentir seus beijos, precisava de algo a mais, precisava senti-la ainda mais. Dessa vez ela fez como o pedido. Colocou a camisinha e, devagar, me penetrou. Ela me olhou antes de começar a me estocar. Parecia querer me ouvir falar. — Me - Isso soaria estranho, mas eu estava pouco me fodendo. — fode, Lili. - Completei. Ela sorriu, parecendo satisfeita, e fez do meu pedido uma ordem.

Seu movimentos eram brutais, estava descontando o que tinha a feito passar àquela hora. Tudo o que eu disse foi exatamente pra isso acontecer. Lalisa me olhava, seu rosto soado, o maxilar bem feito pressionado como indício de que estava gostando, os olhos pretos me penetrando, vendo através de mim. Notei ela prender o lábio inferior ao dentes, reprimindo um gemido. Confesso que senti uma vontade enorme de ouvi-la gemer, mas não precisava disso para saber que ela estava sentindo prazer.

Foi quando a supreendi com um beijo, um beijo profundo, que não durou muito – não tínhamos fôlego para isso. A trouxe para mais perto de mim o possível, queria senti-la mais, queria seu corpo inteiro junto com o meu. Sua mão em minha coxa me fez arrepiar, e percebi que precisava gozar, mas não queria. Lalisa gemeu; seu gemido parecia música para mim, algo incrível de se ouvir, como passarinhos cantando ao nascer do sol. Mais alguns movimentos, e eu não conseguiria segurar. Aquele sentimento de ser preenchida de prazer se fazendo dentro de mim, deixando meu corpo todo arrepiado.

— Jennie. - Sua voz grave resoou em meu ouvido, e foi quando percebi – ela estava gozando. Senti que era a hora de gozar também, por mais que eu quisesse continuar, por mais que eu quisesse ficar ali naquele tapete junto com ele, deitada em seus braços como se estivéssemos em um daqueles filmes românticos – ou em um filme pornô de site proibido. Agora foi a vez dela de me surpreender com um beijo, e sabia que aquele seria o último beijo que daríamos aquele dia.

O mesmo vazio que sempre sentia depois de uma foda com Lalisa me preecheu logo após ela tirar seu membro de dentro de mim. Eu não conseguia me mexer, estava extasiada e exausta. Ela também parecia estar paralisada, me olhando como se fosse eu uma paisagem jamais apreciada por alguém. Diferente daquele outro dia, nem um tipo de clima estranho se fez presente entre nós.

— Melhor nos limparmos. - Sua voz saiu suave mas intensa. O tom protetor me fez lembrar o dia em que estava bêbada e ela cuidou de mim. Por mais que fosse tentador continuar ali olhando uma para a outra, nos levantamos.

— Sabe que horas são? - Perguntei quando estávamos prontas para nos deitar. O quarto estava uma zona, precisávamos arrumar os jogos no chão antes de sairmos amanhã.

— Mais ou menos duas da manhã. - Ela falou, a voz seca e fria como nos outros dias antes de nós transarmos. Ela não olhou para mim desde que saímos daquele banheiro, não respondeu nenhuma pergunta idiota que eu fiz nem falou mais nada. Não estava nada constrangedor, o que tinha acontecido com ela?

— Boa noite. - Sussurrei antes de ela se cobrir com o lençol e ficar de costas para mim. Ela murmurou um "boa noite" quase inaudível, ainda sem me olhar ou sorrir. Parecia a mesma Lalisa de antes, parecia que estávamos no começo de tudo, como se eu fosse mais uma garota que ela comia e não falava nunca mais. Por favor, não, pensei quando passou pela minha cabeça a possibilidade de ela voltar a me evitar.

Minha noite estava sendo péssima. Não conseguia dormir. Me remexia na cama – do nada parecia dura como pedra –, sem conseguir parar de repensar tudo que fiz, tentando achar algo que fiz de errado, algo que provocou aquela reação de Lalisa. Mas não fiz nada. Não disse nada. O que ela tinha afinal de contas? Será que o problema era comigo? Era com algo que aconteceu? Ou era com ela mesma?

— Jennie, por favor. - Ela me pegou de surpresa, a voz rouca ressoando no quarto quente e silencioso. — Pare de se mexer. - Ela pediu, ainda de costas para mim. Por que ele não me olha? O que fiz de errado? E foi exatamente o que eu perguntei.

— O que eu fiz de errado? - Não dei tempo para ela responder – nem sabia se ela iria –, então continuei. — Por que você está assim comigo? - Ela não se mexia nem demonstrava reação. — Você me deixa louca, sabia? Sabe como é difícil ter de suportar você sem saber o que passa na porra da sua cabeça? - Levei as mãos aos cabelos, os tirando do meu rosto, sentindo as lágrimas se formando nos olhos. — O que foi que eu fiz? - Eu não conseguia parar de falar, queria pôr tudo para fora. — Me diz, fala comigo, reage... por favor. - Pedi, baixando o tom de voz, as lágrimas se juntando com o suor.

— Você não fez nada. - Depois de um bom tempo ela decidiu se pronunciar. Mas não foi o suficiente, não estava convincente o suficiente. E outro silêncio se fez presente entre nós duas.

— É sério? Vai falar só isso? Qual o seu problema? - Por que eu estava com raiva dela? Por que eu estava sendo tão arrogante?

— Você é o meu problema. - E silêncio.

Um silêncio que durou uma eternidade. Ela não disse nada, não se mexeu; parecia um cadáver, coberto por lençóis brancos, inanimado, sem vida, sem graça alguma. Como ela podia dizer uma coisa dessas e fingir que nada tinha acontecido? Como podia fazer isso comigo? Ela parecia não ter coração, parecia não se importar com os sentimentos dos outros... parecia não se importar com os próprios sentimentos.