[ Narração por Lydia ]15/08/1979
Hoje era para ser mais um dia comum de outono, mas o câncer de minha irmã mais nova, Sarah, transformou tudo em sombras. Às 10:30 da manhã, eu estava sentada no sofá da sala na casa dos meus avós, esperando notícias de meus pais que estavam no hospital. Eu mordia minhas unhas e sentia uma ansiedade crescente a cada segundo. Até que depois de um tempo o telefone tocou. Minha avó atendeu e, em seguida, me entregou a ligação. Era a minha mãe, eu atendi, tentando manter a calma, mas a voz dela estava quebrada pelo choro.
─ Lydia.. Sarah não resistiu. ─ Minha mãe disse em um tom choroso pelo telefone.
Sarah não tinha resistido à doença. Eu não sabia o que fazer. Larguei o telefone e subi as escadas da casa dos meus avós até o quarto de hóspedes. Me joguei na cama e as lágrimas começaram a sair descontroladamente. Eu sabia que nada voltaria a ser como antes e que a dor da perda me acompanharia para sempre.
E foi a partir desse dia que minha vida desandou totalmente. Agora eram brigas entre meus pais toda hora. Eu sabia, eu sentia, que minha vida a partir dali seria um inferno, e que nada iria me trazer um pingo de felicidade novamente. Eu mal conseguia me sentir feliz com meus amigos pela cidade, nem Nancy e nem Barb conseguiam me animar novamente. Era sempre bom passar um tempo com elas, mas naqueles últimos tempos, nem isso me animava.
20/11/1979
Naquele dia, estava na casa de Nancy brincando com a Wheeler em seu quarto. Brincávamos e conversávamos sobre alguns assuntos aleatórios do cotidiano e da escola.
─ Então você realmente vai se mudar pro Colorado? ─ Nancy perguntou me olhando, enquanto nós guardávamos algumas coisas.
Eu olhei de volta pra Nancy enquanto ajudava a mesma a guardar suas coisas, soltei um suspiro meio desanimado. ─ Eu não queria, preferia ficar aqui em Hawkins. Mas mamãe diz que vai ser bom esquecer e começar uma vida nova. ─ Falei enquanto fechava a caixa de brinquedos de Nancy e em seguida a entregava.
Nancy se aproximou com uma pequena boneca de pano em suas mãos e me entregou. Eu peguei a boneca sem entender e olhei para a menina com um semblante confuso. ─ Você sempre vai poder se lembrar de Hawkins e de nós. Quando quiser voltar, as portas de minha casa sempre estarão abertas. ─ A Wheeler disse dando um pequeno sorriso de canto.
Aquilo sinceramente animou meu dia. Nancy era minha melhor amiga, então, aquele pequeno gesto me deixou alegre. ─ Aaah, amiga! Eu irei guardar com todo meu coração. E pode ter certeza, eu vou voltar. ─ Me aproximei de Nancy e a abracei com força.
Não demorou muito e Karen abriu a porta do quarto de Nancy e olhou em nossa direção. ─ Lydia, sua mãe chegou. ─ A mulher mais velha disse e logo em seguida encostou a porta.
Olhei para Nancy com um sorriso decrescente em meu rosto, já sabia que essa era nossa despedida, e que talvez nos víssemos novamente só daqui uns anos. ─ Eu te acompanho até o carro. ─ A Wheeler disse abrindo a porta do quarto novamente.
Concordei com a cabeça e então andamos até a parte baixa da casa, minha mãe conversava com Karen, ambas escoradas sobre o batente da porta. ─ Vamos, Lyd. ─ Minha mãe disse enquanto me chamava. Concordei mais uma vez com a cabeça, ficando em silêncio e andei até a porta da casa, me despedindo de Nancy e sua mãe.
─ Boa viagem, amiga. ─ Nancy disse
─ Nos vemos em breve, Nancy. ─ Disse dando um tchau com minhas mãos e logo em seguida me virando para entrar no carro.
E assim foi, minha mãe se despediu de Karen mais uma vez e logo deu partida em seu carro.
Fomos em direção a estrada para fora da cidade, eu no banco de trás, observava a cidade se afastando do meu campo de visão. Sabia que aquela seria minha última vez na pequena cidade. Adeus Hawkins... até em breve?
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Revisado: 21/08/2023
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𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋, steve harrington
أدب الهواة𝗢𝗖 𝗫 𝗦𝗧𝗘𝗩𝗘 𝗛𝗔𝗥𝗥𝗜𝗡𝗚𝗧𝗢𝗡 𝗟𝗬𝗗𝗜𝗔 𝗛𝗢𝗣𝗣𝗘𝗥 é a filha mais velha do famoso delegado de Hawkins, Jim Hopper. Após quatro anos morando no Colorado com sua mãe, ela decide voltar à cidade em que cresceu e reencontra antigos amigos...