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Yang Jeongin terminava de comer seu sanduíche, sentado em seu sofá, completamente irritado pela barulheira que estava na rua. Hoje era seu dia de folga, apenas queria ver televisão em paz, mas não, era obrigado a escutar aquela barulheira que seu vizinho, Hwang Hyunjin, e aquilo chamava de banda de rock faziam.
Revirou os olhos pela terceira vez, limpando o suor de sua testa e mastigando o pedaço de sanduíche raivosamente. Era verão de 1997, como se já não bastasse aquela barulheira toda, também tinha que suar como um porco assando no forno. Aumentou o volume da tevê o máximo que pôde, em vão, eles continuavam mais altos.
Não se aguentou, levantou-se bruscamente do sofá e abriu a porta dos fundos, olhando à sua direita, foi até o cerca que dividia as duas casas com passos bruscos, quase perfurando o chão. Ficou um pouco na ponta dos pés quando finalmente chegou perto o suficiente da cerca e respirou fundo; não queria xingar ninguém hoje. Estava indo lá com um tratado de paz.
— Ei! — gritou, mal conseguindo se ouvir. Respirou fundo. — Ei! — gritou mais alto.
Seu vizinho o encarou sorrindo desgraçadamente, tocando guitarra e tirando o cigarro que fumava de seus lábios. Aquele canalha estava muito sorridente, quase como se estivesse feliz por ter infernizado Jeongin o suficiente para fazê-lo levantar e ir atrás de si.
— Ah, oi! — ele sequer se deu o trabalho de desligar aquela porra para falar.
— Eu gostaria de saber se vão demorar muito para desligarem, está muito barulho… — precisou gritar novamente.
— O quê!? — um garoto de cabelo mais enrolado, que tocava bateria, perguntou.
Claro que não tinham entendido, com aquela merda toda fazendo barulho. O rapaz respirou fundo, quase todo o oxigênio do planeta, pedindo paciência ou quebraria tudo ali.
— Vocês ainda vão demorar muito? Está fazendo barulho! — respondeu.
— Ah? — perguntou novamente.
Agora eles já tinham tirado a paciência que Yang já não tinha. Ele foi até a porta da cerca e a abriu, numa missão quase impossível pulou a de Hyunjin, que lhe olhava surpreso junto a seus amigos. Não precisava ter pulado, era apenas ter aberto também, porém estava bravo demais para pensar nisso.
— Se vocês desligarem essa porra, vão conseguir me ouvir! — gritou.
Todos pararam. Agora tinha finalmente funcionado.
— Eu perguntei em que momento vocês vão parar com essa merda. Estou cansado pra caralho, hoje é meu dia de folga e eu sequer consigo descansar. Desde que você — apontou para seu vizinho — se mudou ninguém mais tem paz. Puta merda eu só queria ver televisão em paz, mas quem disse que dá? Será que conseguem entender?
