Transmigrei Por Acidente Para Um Mundo De Cultivo.

Capítulo 27 - Um Trabalho de Construção

Shen Luo era um tagarela. Na primeira oportunidade que teve, ele despejou um monte de perguntas a Meng Fei ao invés de apresentar as variedades da vila como lhe foi incubido por Zhao Xi. O construtor não se opôs em responder, já que ele era esperto o suficiente para identificar o que cada lugar era sem que alguém precisasse lhe mostrar.

No fim não era muito diferente dele estar passeando em um cenário idílico de um danmei ou algum vilarejo turístico tradicional.
As perguntas que lhe eram feitas eram sempre as mesmas: não tem cultivo no seu mundo? Como podem existir tantas pessoas? etc, etc... então ele havia já decorado as respostas e podia dizê-las mecanicamente sem parecer que não estava prestando atenção.

Meng Fei tinha suas próprias perguntas, mas ele preferia buscá-las sozinho do que ficar perguntando aleatoriamente. 
Afinal, por mais que ele explicasse como era seu mundo, aquelas pessoas não conseguiriam entender sem ver como era. Como explicar o que era um micro-ondas? Radiação? E eletricidade então? Um raio percorrendo fios?!
Meng Fei elaborou suas respostas o melhor que conseguiu, mesmo assim elas ainda eram muito abstratas para aquelas pessoas.

Quanto as suas próprias questões, os livros que permitiram que ele lesse foram bastante instrutivos, principalmente em relação ao cultivo, meridianos e núcleo espiritual.  Conhecer bem para aplicar melhor, este era o lema de Meng Fei. Essa tríade resumia o funcionamento de uma matriz. Se ele conseguisse dominar e aperfeiçoar seu trabalho de uma forma que uma matriz que pudesse ser ativada mais facilmente, ele poderia fazer muitas coisas.

Como as perguntas de Shen Luo estava escasseando ele agora estava empenhado em dar seu melhor como guia turístico, parando diante de uma barraca de porcelana e descrevendo toda a delicadeza e estado da arte ali na vila. Bem, a mãe dele era dona da barraca também, o que justificava sua súbita mudança. A senhora Shen também estava encantada em conhecer Meng Fei, ela era tão falante quanto o filho e aproveitou para convidá-lo a ver todas as porcelanas disponíveis em sua casa. "Sim, estas são muito bonitas, mas se não gostar de nenhuma eu ainda tenho muitas outras..."

A conversa sem fim da yao foi interrompida pelo som de uma discussão próxima. Os três se voltaram para a direção da briga, que vinha de uma barraca que estava sendo montada a alguns chi de distância por uma grou e uma raposa.

"Esse foi o único lugar que o nosso dinheiro deu para alocar!" O grou resmungou. A raposa, bem menor do que ele rebateu irritada:
"Simmm, você não podia ter poupado mais na compra dos materiais?? Aqui é um declive, como espera que as vigas fiquem em pé? E quase ninguém passa por aqui! É quase no fim da rua!"
"Não é tão ruim assim! Vamos apoiar a viga sobre uma pedra plana e tudo ficará direito!"

Os dois continuaram a discussão enquanto tentavam acertar as vigas no chão,  mas estavam tão concentrados na briga que as vigas já colocadas no chão foram empurradas sem querer e uma deles ruiu sobre elas.
"Essa não!" A sra. Shen exclamou, esses dois iriam se machucar feio dessa vez. Foi o que todos pensaram. A raposa e o grou só tiveram tempo de se abaixar para tentarem se proteger da pesada viga que cairia sobre suas cabeças.

Porém a dor não veio como esperado. As tábuas nem os chegaram a atingi-los, caindo sobre uma matriz espiritual em forma de cúpula que os protegia como um guarda-chuva.
"EEEEEEHH!" A raposa e o grou exclamaram assustados. Quem tinha feito isso???
"Ei! Por que estão parados ainda aí?" Meng Fei perguntou confuso. Eles estão paralisados de medo, é isso?

Shen Luo e sua mãe encararam Meng Fei. Quando eles o viram no salão dos Anciãos ele não passava de um humano comum. Mas depois de algumas semanas de cultivo e estudo ele já estava colhendo seus frutos: ele conseguiu substituir a recitação inicial de versos por mudras, o que era bem mais rápido de fazer do que se falar.