Eu era apenas um jovem de 19 anos, comum, trabalhando em uma loja de conveniência 24 horas. Meu trabalho era simples, atender os clientes que frequentavam a loja durante a noite e garantir que tudo estivesse em ordem para o próximo turno.
(Imagem criada por IA, patenteada pelo banco de imagens, com porte do autor deste livro e detentor das imagens aqui postadas)
Eu... Sou um tanto problemático. Sempre fui. Nunca consegui me dar bem com meus pais, em certo momento da minha vida eu também perdi meus amigos. Qualquer outro familiar não tinha mais intimidade comigo do quê um conhecido qualquer.
Na escola eu fazia exatamente aquilo que precisavam: Tirava notas medianas. Não era do mais inteligente mas longe de ser o mais burro.
Meu problema com as pessoas se dá ao fato de que desde muito antes de eu tomar consciência do mundo eu sou uma pessoa egoísta. Sempre vou pensar no melhor para mim.
Se alguém não me agrada, eu irei me afastar dessa pessoa. Se eu não quero algo, irei simplesmente dizer "não". Não quero ir á uma festa, não quero sair pra beber, não quero visitas, não quero isso ou aquilo. Se alguém algum dia ameaçar minha integridade física, bem... Eu sei enterrar um corpo. Como aquele do cachorro da vizinha que uma vez mordeu meu braço.
Foi sangue para todos os lados, inchaço, alguns remédios, minha mãe gritando com a vizinha. Muito mais preocupada com ter que me levar ao médico e ter algum trabalho comigo do quê ver seu filho machucado. Meu pai, por sua vez, estava muito mais preocupado com as despesas médicas do que qualquer outra coisa. Sim, meus pais eram desse tipo.
Por isso, assim que me formei no colégio, logo arranjei um emprego e me afastei deles. Fui para uma cidade vizinha, uma nova vida. Novas esperanças. Eu pensei que todos os meus problemas estavam resolvidos, mas foi só eu ir morar sozinho que eu percebi que meu maior problema sou eu e não as pessoas ao meu redor.
Meus pais sempre ignoraram minha existência. Por tanto que eu não lhes desse algum problema, estaria tudo bem. Eu poderia fazer qualquer coisa que eu quisesse. Eu era o filho modelo para eles apresentarem aos seus amigos mais ricos.
Mas quando fui morar sozinho... Eu percebi que eles só fazem parte de uma pequena fração do que eu sou. O resto, o egoísmo, a frieza, a impulsividade, a natureza cruel, sádica, manipuladora. Isso sou eu! Minha versão mais pura.
E por conta disso, meu senso de justiça próprio não me permite descontar nos outros os meus problemas.
Isso é frustante! Ser assim, contido por escolha própria sempre me deixou num limiar de impasse. Sempre me fez ser alguém simplesmente: desinteressante.
Uma natureza má com atitudes boas.
Mas isso estava pra mudar e da maneira mais radical possível. Algo inimaginável.
Em uma certa noite, após meu turno acabar, estava indo para casa de carro, cansado e sonolento. Infelizmente, meu cansaço acabou me levando a um acidente terrível. Eu perdi o controle do carro, saindo da pista e batendo em uma árvore.
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Galatia - Nasce um vilão
FantasyCom gêneros aventura, ficção fantasiosa, comédia, humor negro e piadas eróticas, a história segue o jovem Gael, que após morrer em um acidente causado por ele mesmo, acaba por vias do destino indo parar em um outro universo onde sua missão é salvar...