amanhã o mundo acaba

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Cometi o grave erro de tirar a minha velha máscara em público.

Te puxei pelo pescoço, perdi o controle, e beijei seus lábios cobertos de gloss sabor melancia bem no meio da pracinha.

E o destino deve odiar as românticas, porquê a maldita velha amargurada, conhecida da minha mãe, passou pela praça bem na hora e nos viu, com cara de espanto.

Vi de relance, e meu corpo inteiro gelou, até que suas mãos me aqueceram, segurando meu rosto.

Saímos dali rápido, como uma criança sendo pega fazendo traquinagem.

Você me levou pra sua casa, e antes que as lágrimas pudessem cair de meus olhos, caímos em sua cama.

Nossos lábios doem de beijar com tanta força, com tanto amor, tanto medo. Eu te seguro firme, acaricio seu corpo que eu conheço tão bem.

Tiramos nossas roupas, estraçalhamos nossas máscaras em insignificantes pedaços.

Você me toca, e eu te seguro só um pouco mais, como se seu corpo fosse sumir de repente.

É uma bagunça de carícias, dedos molhados, respirações ofegantes e lábios mordidos. Gosto de sangue na língua.

E aquela velha fofoqueira com certeza vai abrir o bico, despejar veneno no ouvido dos meus pais.

A vontade é de sumir no mundo, só nós duas.

Amanhã o mundo acaba, mas hoje eu tenho você, e o mundo que se dane.

amanhã o mundo acabaOnde histórias criam vida. Descubra agora