30| você não sabe brincar

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VEIGH

— Thiago, vem logo!?

  Débora tava me gritando há uns minutos na sala. Ela já tinha chegado há um tempo, até eu dizer que íamos assistir uns filmes. Vim aqui pra cozinha pra pegar uns negócio pra gente comer, mas acabei me empolgando. Fiz pipoca e tava jogando leite condensado e leite em pó, por saber o quanto ela adora essa paradinha.

— Tô indo, pera ae! — Gritei pela segunda vez.

  Terminei de jogar o leite ninho igual eu vi num vídeo do reels esses tempo atrás. Coloquei o pote da pipoca na bandeja da hora que minha mãe me deu quando eu me mudei, e então fui pra sala.

  Débora tava com uma camiseta da oakley que dava duas dela. Que mulher bonita, amigos.

— Oh. — Ela não evitou sorrir largo ao ver a bandeja na minha mão. — Tem o que aí?

— Tudo de melhor né, eu que fiz. — Me gabei deixando as coisas no meio de nós dois. — Já escolheu algum filme?

— Cê fez pipoca assim? — Ela me ignorou depois de perceber que eu tinha feito a pipoca.

— Eu sei que cê curte. — Dei de ombros indo ver o que tinha na netflix.

— Para de ser fofo, não sei reagir.

  Ri fraco clicando em qualquer coisa que apareceu, não tenho paciência pra procurar.

— Oxi que filme é esse?

— Sei lá, gostei da capa. — Dei de ombros jogando o controle de lado.

  Dei um golão na minha coca antes de começar a atacar as batata cara que eu não sei falar o nome.

[...]

  Não passou trinta minutos e a gente já tinha amassado tudo que eu tinha levado. Coloquei a bandeja de lado e ficamos na mo conchinha gostosa.

  Eu nem tava mais prestando atenção no filme quando ela deitou a cabeça no meu braço. O perfume dela me deixava tonto de tão bom. Fiz um carinho nos cabelos dela até sentir mais pesada. Tinha certeza que ela tava dormindo.

DÉBORA

  Eu odeio filme. Sempre fico morrendo de sono, e com o Thiago fazendo cafuné em mim me ajudou muito. Meu olho começou pesar e eu não relutei, mas não dormi. Só fechei as pálpebras pra curtir aquele carinho.

  Eu nem lembro quando foi a última vez que eu fiquei de conchinha com alguém. Tava quase dormindo até ele querer pegar minha cintura e juntar mais no corpo dele. Me arrepiei.

— Oxi, cê não tá dormindo não? — Thiago perguntou rouco perto do meu ouvido. Provavelmente ele me viu arrepiar.

— Continua o carinho!? — Quase mandei.

  Thiago riu, mas não disse mais nada, só voltou a fazer carinho. Dessa vez ele alisava a lateral do meu rosto com a ponta dos dedos, continuei arrepiada.

  Tava tudo tão tranquilo, tão na paz, mas aí ele foi inventar de deixar um beijo na minha nuca. Meu corpo reagiu sozinho, igual um choque. Isso me fez ficar tensa e torcendo pra sentir mais. Thiago delicadamente deslizou a mão pela lateral do meu corpo até parar na cintura. E por cima da camiseta mesmo ele me alisava, e o que antes tava confortável, ficou perigoso. Minha respiração ficou pesada.

  Eu tava achando muito da hora e muito que bom, mas eu precisava de mais, queria mais contato. Então eu nem deixei minha cabeça pensar muito e peguei a mão dele que tava me alisando e coloquei pra dentro da minha camiseta, no mesmo lugar que estava, mas agora na minha pele.

  Acho que o Thiago se tocou já que o que era carinhoso ficou provocativo. Os dedos dele brincavam com a minha pele de um jeito que me fez contrair.

  Aproveitei a conchinha e me empinei um pouco pra dar um sinal do que aquilo tinha virado pra mim, mas quem recebeu o sinal fui eu. Eu senti o volume dele e deixei sair um suspiro sem querer. Thiago riu fraco beijando meu pescoço e me dando uns arrepios que até doíam a pele.

  A mão carinhosa se tornou provocante quando subiram pros meus seios e massageou suavemente. Ali me desmanchou totalmente. Até dei uma reboladinha pra não sair por baixo, mas quando ele empurrou o quadril me deixando sentir mais uma vez a condição dele, eu vi que não tinha mais jeito, ele tinha ganhado, sem nem começar direito.

  Virei de frente pra ele arrancando um beijo gostoso. Minha boca tava implorando por isso.

— Você não sabe brincar. — Falei centímetros da boca dele.

— Ah não sei!? — Ele riu irônico. — Vamo ver então, Débora.

  O olhar dele me confirmou que era o fim pra mim e pra minha reputação. O que aquele homem pedisse eu faria no mesmo momento.

MANDRAKA - VeighOnde histórias criam vida. Descubra agora