Resilience || Tara Carpenter

Capitulo Um - Pesadelos e Chocolate Quente

Warning: Menção a Pesadelos e Menção a Traumas!

Woodsboro, Califórnia; 06:45PM
Saturday.

🪦

A manhã havia amanhecido mais nublada do que geralmente poderia ser no verão, nuvens acinzentadas que pareciam prestes a molharem o resto da tarde. O barulho das gotículas de água caindo sobre grama ocupavam o quarto da garota enquanto o clima gélido adornava seu corpo, lábios rachados pelo frio e o corpo coberto por uma grande camada de lençóis. Aos poucos Maya poderia sentir seu corpo começando a congelar, ao abraçar seu próprio corpo a garota tentou afastar o frio enquanto calçava suas sandálias. O toque estridente da campainha fez a morena resmungar em protesto, quem poderia a incomodá-la logo pelo início da noite?

O tiltar das sandálias da garota chegaram até a porta, Maya sentia seu corpo estremecendo por conta do clima gelado. Seus lábios tremerem enquanto ela destrancava a porta vendo Tara com uma expressão abatida, a morena abrir espaço sem ao menos falar uma palavra.

Tara tinha os olhos acastanhados mais escuros do que geralmente poderiam ser, normalmente ela estaria com um sorriso cativante nos lábios enquanto seus olhos ficavam mais brilhosos. Maya estremeceu ao sentir a morena mais baixa a abraçando de maneira brusca. Tara parecia tão quebradiça que a Freeman teve medo de retribuir. O barulho do fungado baixo de Tara fez a garota aumentar o aperto em seu abraço, não estava sendo fácil lidar com todos os traumas que os assassinatos em massa causaram, principalmente quando sua irmã mais nova havia feito aquilo. Maya nunca pareceu perceber a natureza assassina e perturbadora de sua própria irmã, ou como ela sempre parecia fascinada por filmes brutais.

Não era como se Amber desse algum indício de que poderia ser uma Serial Killer em potencial, pois ela era totalmente gentil e amorosa quando se tratava de cuidar de Maya ou Tara. Algo que elas haviam se enganado de maneira errônea, Amber deu sete facadas em Tara sem ao menos sentir um pingo de remorso, fato que Maya não entendeu, afinal Amber tinha uma certa queda pela Carpenter mais nova. Maya não era diferente sobre o que sentia por Tara, mas apenas guardava isso para si.

Com todos os eventos traumáticos, ela apenas adormeceu seus sentimentos para tentar cuidar de si mesma. Não estava sendo fácil ficar na cidade enquanto os pesadelos e flashbacks do fatídico dia abraçavam seus pensamentos, era sempre Amber mascarada em pé perto da porta do seu quarto ou onde ela tentava matar Tara de alguma maneira.

Maya não parecia entender o que havia levado Amber a fazer tudo aquilo, e o porquê dela ter sido uma das principais vítimas dela. Era doloroso ter que imaginar um mundo sem Amber, porém era pior ainda ter que conviver com a culpa de algo que ela não havia feito. Por muito tempo, Maya precisou sentir olhares maldosos e duros em sua direção, apenas por ser irmã de Amber. No início foi difícil lidar com tudo aquilo, mas sob os toques gentis e amorosos de Tara afirmando que Maya não tinha culpa daquilo, foi mais fácil lidar.

— Tara? — Maya chamou se afastando por alguns centímetros apenas para olhar nos olhos castanhos da morena. — O que aconteceu? — Indagou levando a garota até um banco na ilha da cozinha.

Tara piscou algumas vezes tentando buscar as palavras certas para dizer naquele momento.

— Ghostface, eu tenho sonhado com ele pegando você e a Sam. — Disse apertando a barra do moletom acinzetado.

Maya suspirou enquanto olhava de maneira reconfortante para Tara, era difícil olhar para a garota enquanto ela estivesse tão vulnerável daquela maneira. Os toques gentis na costa de Tara fizeram a garota apoiar a cabeça no ombro coberto de sua melhor amiga, parecia fácil e acolhedor estar nos braços da Freeman mais velha. Os beijos gentis no topo de cabeça da Carpenter fizeram a garota relaxar.

— Tudo isso já passou, hum? Ninguém vai nos machucar, Tara. — Maya assegurou sorrindo na direção da garota. — Você está segura, o idiota mascarado está morto assim como Amber.

Tara assentiu aproveitando do carinho em sua costa.

— Apenas espere alguns minutos, ok? Vou preparar algumas porções de chocolate quente. — Maya afirmou beijando a testa da Carpenter antes de ir em direção a um dos armários.

[🪦]

Os olhos escuros feito uma noite tempestuosa observavam atentamente a figura de Tara adormecida ao seu lado enquanto segurava uma de suas mãos de maneira protetora, pela primeira vez em alguns meses Tara parecia descansar verdadeiramente. De alguma forma Tara sempre parecia ansiar por seus toques e palavras reconfortantes, como se apenas Maya pudesse acalmar sua mente perturbada pelo medo. Tara não poderia negar que tinha medo de algo acontecer com Maya, e não era apenas um medo como uma amiga próxima e sim por alguém que era apaixonada por Maya.

Por um longo tempo a garota negou seus sentimentos achando que poderia ser apenas uma atração qualquer, quando na verdade seu corpo ansiava pelo mínimo de contato possível. Ao beijar outras bocas, Tara percebeu que nenhuma delas se tratava Maya, não era o abraço de Maya, não era a voz e principalmente não eram os lábios de Maya que estavam beijando os seus. No começo foi difícil lidar com aquilo, mas que de certa forma pareciam fazer sentido pois a morena esteve em todos os seus momentos ruins, e mesmo com a diferença mínima de idade as duas pareciam se encaixar.

Maya era a irmã mais velha de Amber que já estava na faculdade, era mais responsável e parecia sempre resolver as burradas que sua irmã se metia. Quando Sam se foi, Maya esteve lá por Tara a reconfortando. Mostrando que ela não estava sozinha que podia contar com ela para tudo.

A Freeman foi a âncora que Tara precisou ter em seus momentos mais difíceis, e que ela não via a garota como uma irmã mais velha e sim como uma figura romântica.

Tara teria que aprender a lidar com seus sentimentos caso não quisesse estragar tudo entre elas.

Word Counts: 998

Simplesmente Tara Carpenter!!

Capítulo Não Revisado!