Capítulo 11 - Liar, Liar, Pants on Fire!

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Os olhos de Sarah irradiavam por quilômetros de distância, ela chegara tarde em seu dormitório aquela noite e particularmente...bem cansada. Preferiu assim, pra evitar Thais e evitar ainda mais que ela presenciasse seu sorriso bobo no rosto.

Ainda sentia um peso enorme em suas costas, mas ficara feliz por ter Juliette por perto, pelo menos ao seu lado os problemas pareciam menos...importantes. Acordou diversas vezes no meio da noite e sempre se pegava sorrindo, leve, saudosa a um momento que aconteceu a algumas horas atrás. Depois de conseguir voltar a dormir seu telefone a acordou antes mesmo do despertador.

- Alô. - Disse Sarah sem despertar totalmente.

- Filha? Bom dia! - Respondeu Abadia.

- Mãe, tá meio cedo né? Tá nem na hora da aula ainda. - Respondeu Sarah com todo seu mal humor matutino.

- Como você está? Eu liguei pro seu celular ontem a noite, mas você não atendeu. Liguei pra Thais e ela disse que você ficou presa no trabalho extra curricular que está prestando. - Disse, Abadia preocupada.

- É, foi isso ai mesmo. - Respondeu Sarah agora tentando abrir os olhos.

- É o que, minha filha? Você não ligou uma vez para nós, moramos a duas horas de distância e você não veio até aqui ainda. - Reclamou, Abadia.

- Você ligou pra me cobrar a essa hora da manhã. Me poupe, mãe. - Disse, Sarah.

- Eu quero saber como você está. - Ela repetiu.

- Eu já disse que estou bem. - Sarah assumiu um tom irritado pela insistência de sua mãe.

- Você sabe o que quero dizer. Como estão os pesadelos? A falta de ar? - Sussurrou Abadia, como se fosse um segredo que só as duas sabiam.

A pergunta fez Sarah erubescer de irritação. Era um assunto delicado. Ela abriu os olhos despertando-se totalmente.

- Eu já disse que estou bem. Preciso me arrumar pra aula, até. - Disse fazendo menção de desligar o telefone.

- Espera, filha. Você virá para Ação de Graças né? - Perguntou Abadia esperançosa.

- Acho que sim. Tenho que ir. - Desligou Sarah, jogando o celular no montante de roupa suja no fim de sua cama e bufando.

- Você é meio dura com seus pais as vezes. - Afirmou, Thais sonolenta, encarando Sarah.

- A forma que trato meus pais é problema meu. - Respondeu Sarah levantando e tirando a camiseta em direção ao banheiro.

- Grossa. - Respondeu Thais ainda encarando.

Sarah poderia ter começado seu dia com todo bom humor que nunca tivera, sua noite tinha sido incrível, ela riu, de gargalhar com as histórias de Juliette. Descobriu que as montanhas de Los Angeles era seu lugar favorito em todo mundo. Descobriu sua cor favorita e pode dizer a ela que a sua era vermelho. Contou a Juliette sobre a cicatriz de seu joelho, provocada no dia em que aprendeu a andar de bicicleta. Comeram a comida já fria e o peixe passado como se fosse o melhor momento de suas vidas. Juliette tocou sua mão, mais de uma vez, reafirmando aquele momento, reafirmando o quanto queria estar ali. Sarah correspondeu todas as vezes, embora sentisse medo de Juliette não se sentir da mesma forma as vezes. Ela pertenceu a Juliette mais algumas vezes aquela noite, no sofá, em sua mesa, em sua cadeira. Elas sabiam que aquilo era muito cedo e repentino e definitivamente contra as regras, mas eram duas mulheres adultas com plena consciência de suas responsabilidades e deveres, porque censurar essa coisa bonita que estava crescendo?

Mas tudo isso deixou de ser motivo para o sorriso de Sarah depois da ligação de sua mãe, esse era um assunto que Sarah não compartilharia com Juliette, ou com mais ninguém.

Teach me (Sariette)Onde histórias criam vida. Descubra agora