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"Cuide bem dele, querida." Foi o que a mãe de Timothée disse a você antes de te dar um maternal abraço de despedida. Assim que vocês dois acabaram o ensino-médio, Nova York os esperava. Era um sonho dourado das dormidas na casa um do outro, das maratonas de filmes antigos nos feriados, das sessões de estudo desesperado para a prova do dia seguinte e das vezes em que vocês dois deitavam lado a lado na cama dele para sonhar com seu lindo futuro.
Vocês eram melhores amigos, acima de tudo, mas todos que já haviam visto vocês dois juntos sabiam que era mais que isso. Vocês compartilharam a intimidade de todas as primeiras vezes juntos, e mesmo depois de anos, a amizade era forte e inabalável. Íntima, confortável. Como estar em casa.
Você acordou com os cachos dele fazendo cócegas entre seus seios enquanto o despertador apitava. Ele dormia sempre assim, em cima de você, insistindo que você, o sentimento de você, era mais confortável que qualquer travesseiro. Por favor, nunca pare de me segurar.
Deixando que seus olhos se acostumassem com a luminosidade que ultrapassava a janela de vidro com vista para Manhatan, você esticou o braço para desligar o despertador, e se permitiu aproveitar a paz que era tê-lo aconchegado a você, embalado em um sono tranquilo, em paz, sempre em paz com você.
Você era escritora, e seu universo literário de fantasia era um sucesso instantâneo, esvaziando prateleiras de livrarias caras até as pitorescas livrarias vintage que o Brooklyn tinha. Os direitos autorais de um dos seus livros tinham sido vendidos para que uma série trouxesse seus lindos personagens a vida, e você mal podia esperar. Sua carreira estava como você sempre quis, agora só faltavam os sonhos do seu garoto.
Timothée gemeu, virando a cabeça para o outro lado. Você lhe dava todo o suporte para sua carreira, sua maior fã sempre. Ele queria arrumar um emprego temporário quando vocês se mudaram, mas quando seu primeiro livro fez um sucesso inesperado, você insistiu que ele focasse apenas nos testes, os olhos voltados para onde ele sonhava desde pequeno, usando uma fantasia do Homem-Aranha na sala da casa de sua mãe. Enquanto ele não chegasse aonde queria em sua carreira, você cuidaria dele.
Você se apaixonou mais por ele no processo, nas noites ensaiando roteiros enquanto bebiam chocolate quente, nas manhãs quando você o ajudava a escolher uma roupa para uma audição, nas madrugadas de sexo preguiçoso quando ele voltava com uma notícia ruim.
Ele gemeu de novo, mas dessa vez seus olhos verdes se abriram para olhar para você. Timothée deu impulso para colocar o rosto na curva do seu pescoço, murmurando um "Bom dia" arrastado.
"Bom dia, amor." Você escovou seus cachos carinhosamente. Ele beijou seu pescoço preguiçosamente, te fazendo fechar os olhos.
Ele colocou a cafeteira para rodar enquanto você escolhia uma roupa para encontrar sua editora. Você apareceu na cozinha usando jeans e camisa social branca, e ele te olhou com um sorrisinho repuxando seus lábios. Você bicou a boca dele rapidamente, e passou os braços pelo pescoço dele. "Você vai ser ótimo hoje", você encorajou.
Ele tinha uma audição importante hoje, e você podia dizer que ele não queria que você notasse que ele estava nervoso.
"Espero que sim", ele sussurrou, não muito seguro.
Você fez sanduíche de manteiga de amendoim para ele, e beijou seus lábios, sussurrando palavras de encorajamento antes que ele saísse pela porta.
***
Timothée voltou para casa com boas notícias, as preocupações agora cessadas com o "sim" que ele enfim recebeu. O papel era dele. O badalado papel de protagonista que ele sonhava desde que era criança, comendo sanduíches de pasta de amendoim com sua garota enquanto planejavam morar em uma casa de chocolate em Nova York. O brilhante e dourado papel de uma vida. Agora ele podia ter os dois: a carreira e a garota.
Ele a encontrou preparando o jantar quando chegou, balançando os quadris ao som de Taylor Swift enquanto bebia vinho em uma taça chique. Seus cabelos escorriam pelas costas e seus pés deslizavam pelo chão da cozinha. Ele se sentiu mais apaixonado do que nunca. Se é que era possível.
Timothée sorriu, se aproximando. Ele deslizou os braços por sua cintura. Você se assustou, quase derrubando a taça no chão.
"Meu Deus, você quase me matou do coração, idiota", você reclamou, mesmo assim se inclinou para se apoiar nele.
Você era assim, não importava se você estava brigando com ele, seu extinto era chegar mais perto, se aconchegar a ele.
"Foi mal, linda", ele disse. "Eu trouxe notícias."
"Sim?"
"Uhum", ele murmurou. Timothée se inclinou para sussurrar no seu ouvido. "O papel é meu."
Você se engasgou, se virando para pular em seu colo. "Sério?"
Ele balançou a cabeça em confirmação.
Você segurou a o rosto dele entre as mãos, olhando em seus olhos. "Estou tão orgulhosa de você", suas testas se encontraram, "Meu garoto talentoso".
Ele te beijou profundamente, a língua deslizando na sua boca. Suas mãos agarraram seus quadris, você tinha tirado a calça que escolhera pela manhã, dando a ele o acesso livre às suas coxas.
"Me deixe cuidar de você." Você sussurrou para ele.
"Sempre." Ele respondeu imediatamente.
E você fez isso. Como melhor amiga, namorada e esposa, guardando uma amizade inocente, que se transformou em amor, e foi sua inspiração para tudo que você escreveu e ainda escreveria, os sonhos de seu príncipe encantado saindo diretamente das páginas sonhadoras de seus diários da adolescência.
