Primeira Lua

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Das coisas mais inusitadas que se podia atender, não imaginava que seria um homem usando uma coleira de choque.

— Você é o doutor Soares? Muito prazer. — cumprimentava com simpatia o encoleirado.

— Por favor, sente-se! — falou o psicólogo apontando a cadeira ao seu lado. — Você tem TDI, segundo o relatório, poderia me falar sobre essa suas múltiplas identidades? — Questionou o doutor.

— Tudo bem, por onde eu começo? — Falou o rapaz cabisbaixo.

— Tudo bem, por onde eu começo? — Falou o rapaz cabisbaixo

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Alguns de nós carregamos as sequelas da guerra. Foi logo no começo de agosto de mil novecentos e sessenta e seis, que um pelotão foi designado para dar suporte a uma guerra na República Dominicana.

Nos transportaram até uma antiga fazenda. Eu e mais outros três homens estávamos investigando um possível esconderijo dos rebeldes. A casa que visitamos tinha corpos mutilados tingindo de rubro a sala.

Mas havia algo muito estranho naqueles que jaziam no local, alguns apresentavam presas maiores que o normal e haviam outros extremamente peludos. Seus narizes e orelhas alongadas.

Não havia muito o que fazer pelos pobres moribundos, então continuamos a vasculhar o local. Foi quando ouvi a voz do Paraguaio:

— Marcos, tu necessitas ver esto! — Dizia a sua voz ao rádio.

— Copiado Diogo, me indique sua posição. "Tu posición". — Retruquei ao meu companheiro.— En el sótano detrás de la casa! — Falou com uma voz trêmula.

Passei o recado para que todos fossem ao local indicado, reafirmando que "Sótano" era porão. Nós nos encontramos e descemos as escadas para o ambiente.

O cheiro pavoroso ardia em nossas narinas, mais homens de aparência estranha abertos, como se estivessem em uma sala de cirurgia. O novato acabou vomitando o seu almoço.

— Primeira vez Alvarez? — Riu o Costa.

— Sem tempo para brincadeiras rapazes! — interrompi o burburinho — Rodrigo Costa e Diogo Hernandes, procurem qualquer coisa que nos diga o que eles estavam fazendo aqui! Guilherme Alvarez fica lá fora de guarda.

Começamos a recolher todo o material que parecia ser pertinente à aberração que acontecia naquele laboratório subterrâneo. A maioria das anotações e livros estavam em uma linguagem desconhecida por nós.

— Vamos recolher e voltar para a base! — Falei aos meus subordinados.

— Capitão, acho que deveríamos queimar tudo isso aqui! — Falou Costa.

— Para denunciar a nossa posição, soldado?! — Retruquei o garoto.

Era notável o rubor em sua face, talvez tenha pegado pesado com o rapaz.

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