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É engraçado ver o quão o ser humano age em relação a suas obsessões. Por exemplo, meu pai sempre diz que o que realmente importa é o dinheiro, a fama bem sucedida e o orgulho, é assustador ver o que aquele cara faria por títulos e riquezas. Já minha mãe, coisas caras sempre a atraiu. O que aquela mulher faria por uma bolsa Chanel e aqueles óculos da Gucci? Porém nunca fui o tipo de garoto que teve sua obsessão. Até conhecer aquela maldita garota. Era doentio o quanto eu queria tê-la em minhas mãos, o quão assustador era meu desejo por ela, tudo nela me agradava, seus cabelos castanhos que caiam como cascatas em seus ombros, suas curvas, seus lábios rosados, seu cheiro de jasmim que só ela possuía, a forma de que seu rosto tomava cor quando faziam elogios sobre ela. Ela não possuía um mísero defeito.

  

  E foi assim que tudo começou, me lembro como se fosse ontem. Era uma sexta-feira de noite quando a vi pela primeira vez, estava eu e alguns amigos no John's pub, estávamos lá sem algum motivo coerente, apenas queríamos gastar dinheiro em bebidas e se divertir. Já estava na 5ª rodada, o líquido descia queimando pela minha garganta e eu já estava ficando meio grogue, uma música alta estava tocando ao redor e era ensurdecedor o barulho, cansado, fui pra fora do pub. Sentei a distancia do local e acendi um cigarro, era prazeroso sentir o efeito que a nicotina trazia a meu cérebro. Perdido em meus pensamentos, escuto vozes vindo ao interior do bar, um homem parecia gritar com uma menina que apenas chorava.

- Sabe o que você é Charlotte? Uma vadia. Uma vadia qualquer que todos comem e depois cospem. - A voz masculina rosnava. - É como uma garrafa d'água que todos usam na hora de matar a sede e depois jogam no lixo.

  A menina não parava de soluçar. Então com a curiosidade pesando em meus ombros fui ver. Espreitei meus olhos sobre o pequeno muro que me separava da briga e espiei. Um rapaz esguio e de aparência doentia apertava o pescoço da garota que chorava. A menina mais bela que já vi, tinha um ar indefeso. Sem saber o que estava fazendo corri até o rapaz e lhe mirei um soco. Surpreso, ele revidou acertando minha boca. O gosto de sangue invadia minha língua e sem me controlar lhe soquei a barriga várias vezes, estava com raiva de tudo, do modo em que ele tratava a morena indefesa e com raiva de meus problemas, descontei toda minha raiva do abdômen do rapaz até que ele apagou. Suspirando e limpando minha boca olhei para garota que me olhava assustava, seus olhos um tanto arregalados e seu peito subia e descia de forma descontrolada.

- Eu não vou te machucar. - Eu disse.

- Eu sei. - A garota desabou chorando e correndo em minha direção. Sem entender fui surpreendido por um abraço. Senti todos meus problemas desaparecerem e retribui  acariciando seus cabelos. E foi assim por um instante. Não nos conhecíamos porém no momento o que importava era nós. 

- Desculpe, tenho que ir. - O cheiro de bebida que saiu de sua boca era extremamente forte. Ela estava fraca, indefesa e bêbada.

- Espera, qual seu nome? - Mas já não fazia mais sentido, a menina já estava correndo para outra direção. Longe de mim.


  E foi depois dessa maldita noite que esta maldita mulher fez minha cabeça. Eu possuía um desejo imenso de protege-la de tudo que pudesse acontecer de novo a ela. Eu necessitava vê-la de novo e sentir seu abraço, sentir o cheiro de sua pele... E então revirei todas redes sociais já criadas até que descobri seu nome. Charlotte O'Lean. E foi graças a essas redes sociais que achei o endereço de sua escola que é a onde vou de segunda á sexta ás 13h, o horário de saída do colégio, e então a sigo até sua casa.   Talvez um pouco obsessivo.

  Porém apenas uma coisa me fez estranhar Charlotte, com suas amigas e em seu colégio ela é bem diferente do que aparentou ser no dia do pub, ela agia de maneira superior, como se fosse o centro das atenções. Era estranho o jeito em que ela seduzia os garotos que babavam por ela.


E então entendi o motivo de seu abraço naquele dia, ela não estava só bêbada, ela estava tentando me seduzir. O tal cara realmente tinha razão, ela era uma vadia. Porém era a vadia por quem era minha obsessão.


@belongstyles xx

lovestruck | b.sOnde histórias criam vida. Descubra agora