to be double crossed

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A/N: Nada para dizer hoje, por incrível que pareça, acho que esse capítulo fala por si só o quanto interpretaram mal a minha frase do último capítulo.

A/N: Nada para dizer hoje, por incrível que pareça, acho que esse capítulo fala por si só o quanto interpretaram mal a minha frase do último capítulo

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Ela despertou num súbito, sentindo o suor escorrer por suas têmporas. As mãos trêmulas acusavam o quanto o sonho a tinha abalado. Stenio dormia pacificamente ao seu lado, a bochecha pressionada no travesseiro, a respiração profunda e controlada, um leve chiado deixava seus lábios a casa inspiração.

Pacífico, descansado e manso. A mansidão que ela desejava para si.

O coração dela ainda batia rápido demais, saindo pela boca, sua respiração precisaria ser regularizada aos poucos, fez uns exercícios respirando e inspirando que viu num vídeo. Helô afastou as cobertas, sem muito alvoroço, trazendo as pernas para fora da cama, testando seus pés em terra firme.

O chão ajudava, trazia a âncora que ela precisava para se agarrar à realidade depois do intenso sentimento que uma fantasia lhe causara. Ela andava suscetível a todo tipo de distração. Esse, infelizmente, era um dos malefícios de uma doença muito comum dentre os que amam.

Mas ela se recusava a pular para conclusões tão precipitadas.

Já na cozinha, encostou no balcão, esperando a cafeteria fazer a mágica transformação da água e do pó, em um café quentinho e pronto para lhe devolver a vida. Com a caneca em mãos, ela encarou fixamente o líquido escuro, procurando alguma resposta para pelo menos uma das tantas questões em sua vaga existência.

Ela esperava ter sonhos estranhos, devido aos acontecimentos que se sucediam em sua vida. É normal ter pesadelos e sentir medo num extremo como esse, sua segurança estava em jogo. Mas esse não era o caso.

Ela não teve um pesadelo. Ela teve um sonho.

Um sonho bom.

Sonhos eram experiências de significados distintos, tinham o poder de falar pelo inconsciente e traziam à tona os desejos mais obscuros e misteriosos da alma. Freud mesmo insistiu em dizer que os sonhos são gerados na busca pela realização de um desejo reprimido. Em algumas culturas, acredita-se que os sonhos têm poderes premonitórios ou até mesmo funcionam como uma expansão da consciência.

Mas aquilo não podia ser, era um descabimento acreditar que ela, de alguma forma oculta, ansiava pelo que viu passar como um filme em sua mente.


Foi tão comercial de margarina da parte dela, sonhar com um piquenique em família no parque.

Ela estava deitada sobre um pano forrado por cima de uma grama espessa. O mato pinicava sua pele mesmo sob o tecido, tornando aquela uma experiência também sensorial. Não parecia que conhecia aquele lugar, mas a paisagem e o ar quente transmitiam um tom de Quinta da Boa Vista, com festas de aniversário e crianças para todo lado, em meio a todo aquele verde.

evermore (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora