22 - Lucca

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Eu deveria ir para o apartamento que eu mantinha em Boston, quando precisava viajar a trabalho. Eu não era muito fã de ficar em hotéis. Porém, decidi passar em uma loja infantil, antes. Eu queria comprar um presente para o meu filho.

Victória era mesmo magnífica. Ela me daria um bebê, um filho nosso. E queria criá-lo sozinho! Eu não permitiria. Nem mesmo que ela se separasse de mim. Isso não iria acontecer. Ela e eu continuaríamos casados e seríamos uma bela família.

Sim, eu não era idiota a ponto de não saber que o culpado daquela merda, no fim das contas, era minha. Deixei que ela fosse embora e então, o maldito Walsh se aproximou. Claro, ele era um homem bonito, muitas mulheres caiam de amores por ele. Dizer isso não feria o meu ego. Mas eu não queria que Victória fosse uma dessas mulheres. Porra, ela era a minha mulher!

Entrei na loja e comprei várias roupinhas. Inclusive, uma que dizia "Sou do papai". Eu teria que conversar com Victória sobre o nome do nosso anjinho.

Meu celular voltou a tocar e eu atendi, sem olhar.

— Lucca Mancini — Falei e ouvi soluços do outro lado da linha. Não pude deixar de revirar os olhos — Alice?

— Lucca! — Ela falou e choramingou mais — Onde você está?

— Em Boston — A minha paciência para responder a ela estava curtíssima.

Silêncio por alguns momentos. Pensei que ela desligaria e eu estava pronto para fazer exatamente isso, mas ela voltou a falar.

— Eu estou com saudades, volte logo! — Ela disse e eu suspirei fundo. Eu tinha que acabar com aquilo.

— Conversaremos mais tarde. Estou ocupado — E desliguei.

Eu falaria com Alice sobre a nossa situação. Por mais que não fosse culpa dela, permanecemos dois anos separados e eu me casei. Victória era a minha mulher e, mesmo se não estivesse grávida... Eu não me via casado com outra.

Tentei afastar Victória do meu coração, porque eu odiava o fato de que eu tinha sido obrigado a me casar com ela. E, quando Alice retornou, eu achei que era a minha chance de tomar as minhas próprias escolhas. E então, eu tomei, de fato. Mas tomei a decisão errada!

Alice tinha mudado, ou talvez fosse eu. Não sei. A questão era que eu não queria ficar com ela. Talvez aquele tempo sem Victória por perto e com Alice ao meu lado tenha sido essencial para que eu me desse conta de que o que eu pensava que queria, antes, não era o que eu queria agora.

E, Victória estar sendo cortejada por outro homem, que eu não posso dizer que é um homem ruim, me fez entender que eu precisava agir, ou perderia a melhor mulher que eu já conheci na vida.

Entrei no carro com as compras e fui para o apartamento. Entrei na garagem subterrânea, estacionei na minha vaga e peguei o elevador privativo.

Ao descer, dei de cara com Alice, parada perto da porta, com os olhos vermelhos. Mas o que diabos?

— Alice.. O que faz aqui?! Como entrou?

A maldita segurança se veria comigo!

O CEO arrependido - o ex-marido quer casar!Onde histórias criam vida. Descubra agora