49 - Tudo deu errado

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POV Lucia

Lucia e Hillary aproveitaram que as crianças estavam dormindo e avisaram que iriam dar uma saída. Hil pediu para a mãe olhar a filha e Luci explicou para Helena que iria acompanhar Hil, para dar apoio nesse momento complicado.

As duas saem e resolvem ir para um local um pouco mais afastado. O local era banhado pelo mar, mas era mais isolado, pois o acesso era mais difícil. Assim tinha poucas pessoas, e Hillary agradeceu por isso. Estava uma tarde gostosa, e as duas caminhavam na areia, sentindo a brisa do mar. Em um momento elas sentam na areia.

Hil: Sabe Luci, eu nunca imaginei passar por isso. Sempre achei que meu casamento seria eterno. Sempre achei que seria igual aos contos de fadas, e foram felizes para sempre.

L: Hil, isso acontece. Todos sempre se casam pensando que será eterno, pois caso contrário, não se casariam.

Hil: Isso é verdade. Sempre achei que a Sam seria a esposa perfeita. No começo é tudo mil maravilhas. Flores, jantares, elogios. Depois tudo se torna rotineiro. No final, ela era uma ótima mãe, mas passava longe de ser uma boa esposa.

L: Como assim.

Hil: Ela sempre trabalhou muito. Não tinha hora pra chegar em casa. E isso era constante. Eram reuniões, viagem, depois começou os happy hour. Ela cuidava bem da Zoey, dava atenção, levava pra passear, cuidava de suas necessidades básicas, mas sempre parecia que eu sobrava nessa história. Ela começou a chegar tarde, depois ela começou a esquecer das datas importantes, não me elogiava e mal olhava pra mim. Não me procurava mais para namorarmos. E sempre alegava alguma coisa quando eu a procurava, cansaço, dores de cabeça, indisposição. Ela não era a esposa com quem me casei. Não era a Sam que eu conhecia. Um dia eu explodi. Não aguentei e joguei tudo em sua cara. Ela simplesmente me virou as costas e saiu de casa por 2 dias. Ali eu vi que meu casamento havia chegado ao fim. – Hil fala olhando ao longe, mas Luci percebe que havia dor em sua fala.

Lucia a abraça. Hillary se sente grata por aquele apoio, aquele carinho. Como sentia falta disso. Logo ela se recompõe.

Hil: Como sou egoísta. Eu falando só de mim, só dos meus problemas e em nenhum momento te deixei falar. Pouco sei da sua vida. Só que sempre esteve com Scott.

Lucia conta toda a sua história. Como era sua vida com Scott, como o tratava como filho por quase doze anos e como tinha pais teimosos que moravam em outro estado e que teve que visita-los por seu pai estar doente.

Hil: Desculpe a pergunta, se você não quiser responder, fique à vontade, mas você nunca quis se casar.

L: Eu até sai com alguns caras, mas não deu certo. Um não gostava de crianças, outro era a própria criança. Alguns nem me dei o trabalho de sair. Sempre tive dificuldade de achar alguém responsável, que me amasse e amasse o Scott também. Então, meio que desisti. Mas não é algo que me frustra. Se um dia encontrar esse alguém estarei feliz. Caso contrário, estarei feliz do mesmo jeito.

Hil: Entendi. Pelo jeito você sempre cuidou do Scott. Pelo que me falaram, mais que a própria Nikki. Como ele era antes dessa transformação. Por que me falaram que antes ele não tinha esse lado bebê.

Lucia conta toda a história, desde quando Nikki não parava em casa e só tinha olhos para o trabalho e quando Luci precisou viajar de férias, tudo mudou quando ela regressou.

Hil: Nossa, que barra.

L: E a Zoey, é sua filha biológica. E por causa dela que você decidiu dirigir e ter um colégio voltada para essas crianças.

Hil: A Zoey é adotada. Ela foi adotada com 5 anos. Ela sofreu muito nas mãos dos pais biológicos. Os pais batiam muito nela, deixavam com fome e passando frio. E um dia ela foi parar no hospital e denunciaram os genitores que foram presos e ela foi enviada para o orfanato. Ela tinha 2 anos. No orfanato ela não conseguiu confiar em ninguém. Ela sempre achou que as cuidadoras iriam bater nela, deixá-la sem comida. Quando tinha 3 pra 4 anos, algumas cuidadoras gritavam com ela pois ela ainda fazia xixi na cama, na roupa e tinha dificuldade de comer sozinha. E algumas meninas do próprio orfanato batiam nela.

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