The Rise Of The Queen - House Of The Dragons

1. Na Sombra da Desonra

Capítulo 1

Na Sombra da Desonra

King's Landing 112 d.C.

Nove anos haviam se passado desde a morte do velho rei Jaehaerys e da coroação de Viserys. A princesa Visenya, agora com 28 anos, havia se casado com Rickard Stark, o filho mais velho de Lorde Rickon Stark e da senhora Gilliane Glover. Quando o acordo entre as famílias foi feito, Visenya relutava em aceitar um marido. Contudo, o rei e seu pai, Baelon Targaryen, ainda vivos na época, insistiram na união, e ela acabou cedendo sem questionar. Embora casada, a princesa recusou-se a se mudar para Winterfell, permanecendo em Porto Real com seu marido.

Visenya se casou aos 17 anos e, desde então, como uma Targaryen, deu à luz três filhos: dois meninos e uma menina. Baelon, o mais velho, tinha 11 anos; Maelon, o segundo, 10 anos; e a mais nova, Maerys, 6 anos. Apesar de abraçar seus papéis de mãe e esposa, a princesa manteve seu espírito livre. Entre suas responsabilidades familiares, ela encontrava tempo para suas próprias aventuras. Muitas noites, escapava pelas passagens secretas da Fortaleza Vermelha e se aventurava na Baixada das Pulgas, frequentando tavernas que destoavam da etiqueta real.

Visenya era considerada uma das mulheres mais deslumbrantes de todos os Sete Reinos, sempre adornada com vestidos elegantes nas cores de sua casa. Seus cabelos prateados eram habilmente trançados, complementados por joias que adorava exibir. Vaidosa e perspicaz, era mestre na arte da manipulação e da política, embora preferisse manter suas habilidades em segredo.

Com um humor mordaz e uma língua afiada, Visenya raramente tolerava desaforos, mesmo dos mais próximos, como seu irmão, o rei Viserys. Apesar de sua natureza astuta, era uma mãe amorosa para seus filhos, embora seus sentimentos em relação ao marido fossem complexos. Não nutria um amor ardente por ele, mas tampouco o desprezava. Sentia carinho e gratidão por Rickard, um homem nobre e honrado, reconhecendo que poderia ter sido forçada a uma união bem menos desejável.

Rickard sempre foi respeitoso e tratava Visenya com carinho. Ele se apaixonou por ela no momento em que a viu pela primeira vez. Para a princesa, Rickard era bonito e encantador. Ela o admirava, especialmente ao vê-lo manusear a espada durante os treinos.

—— Princesa, a senhora deseja mais alguma coisa? —— uma de suas servas lhe pergunto.

—— Não, você já pode ir. —— respondeu Visenya gentilmente —— Peça para os guardas não deixarem ninguém entrar no quarto, e também para não me incomodarem.

—— Sim, princesa. —— disse a garota fazendo uma reverência antes de sair do quarto.

Assim que a porta se fechou, Visenya deslizou para fora da camisola que usava. Seus movimentos eram ágeis e precisos, fruto de anos de prática. Em seguida, ela vestiu um vestido simples de plebeia, uma peça despretensiosa que escondia a nobreza de sua postura. Com os cabelos presos em um coque apertado e uma capa preta envolta em seus ombros, seus traços prateados desapareceram na escuridão.

O quarto da princesa, ornado com tapestries e móveis luxuosos, parecia mais uma prisão dourada. No entanto, por trás de um dos painéis ricamente esculpidos, havia uma passagem secreta. Visenya entrou no túnel, deixando para trás a Fortaleza Vermelha e suas pesadas responsabilidades. As paredes do túnel estavam frias e úmidas, mas para ela, aquilo era um caminho para a liberdade.

Do lado de fora, a noite estava escura e silenciosa, exceto pelo ocasional uivo do vento. Visenya movia-se com a habilidade de um gato, esgueirando-se pelas sombras e evitando qualquer contato com os guardas ou criados. Cada passo a levava mais longe das rígidas regras da corte e mais perto de sua verdadeira essência.