—|REINO MONTERESE, NAS MASMORRAS COMUNS DO
CASTELO, SOB A SUPERVISÃO DE
UM LUNÁTICO|—•••
—|Havia perdido as contas de quantas vezes esteve sob ameaça de morte nos últimos seis anos. A vida como Capitã de uma frota daquela magnitude não era fácil, muito menos segura ou luxuosa. Kizzy dava seu suor, seu tempo, sua vida para que conseguisse mais navios, mais tesouros.
Ela sobrevivera à canibais, a estupradores, degoladores, caçadores, torturadores e colecionadores de partes humanas em conserva. Matara escravistas — na terra e em navios —, pedófilos e homicidas em frenesi.
Então, aqueles três machos de armadura reluzente, branca e azul celestial, sem um arranhão ou mancha de sangue, não a assustavam nenhum pouco. Nem mesmo quando eles puseram ameaçadoramente seus instrumentos de tortura em uma bandeja de prata à sua frente.
Seu corpo estava machucado, porém. Com feridas abertas pelas pernas e hematomas no rosto, Kizzy resistia debochadamente a tortura.
— Onde estão as joias de Vossa Majestade? — o segundo guarda, o comandante deles, de postura alinhada e cabelo cortado rente ao couro, perguntou.
Após mergulhar no meio dos guardas, Kizzy conseguira matar seis deles e ferir mais um bocado antes de ser dominada. Em dado momento, Dyana se juntara a ela na luta, mas perdera o foco quando a caixa que continha a Pena de Marlowe caíra do seu casaco.
Ambas foram presas em uma cela separada até a chegada do rei e da rainha no castelo. O Velho Rei, como o chamavam, mancara até as celas apenas para vê-las e julga-las. A Ruidosa Rainha Islane praguejava pragas na direção das duas feéricas, ordenando que devolvessem suas joias.
Então, Kizzy e Dyana foram bruscamente despidas. Do corpo de Kizzy, uma cacetada de joias preciosas caíram no chão, enquanto isso, Dyana rugia pela Pena de Marlowe.
Ainda assim, havia muitas outras joias faltando no inventário Real da família. Por isso — e mais alguns outros motivos —, Kizzy estava sendo duramente interrogada.
— Onde estão as joias? — Mais um soco no seu maxilar.
Kizzy estava doida para recuperar sua magia, para se libertar das correntes encantadas, tudo para que pudesse devolver todos os socos naquele rosto quadrado...
— Para quem você trabalha? — o comandante perguntou, e seu servidor deu-lhe mais um soco. — De onde vem? — Mais um soco, na têmpora dessa vez. — Há mais alguém com vocês? — Um soco no estômago. — Continuarei até que me responda. A verdade! E não piadinhas sem sentindo...!
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Once, in Paradise
Fanfiction•Há quase quinhentos anos atrás, Tamlin cometeu uma traição horrível com seu amigo íntimo, Rhysand. Essa traição desencadeou eventos trágicos e uma rivalidade que duraria por séculos. Mas excluindo o ego, o orgulho e a arrogância de ambas as partes...