Capítulo I. As Máscaras de Martin

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Eu não queria estar ali. A festa estava animada, mas eu preferia mil vezes estar no meu dormitório, bebendo meu mate e assistindo algum filme. Catalina insistiu que eu fosse, mas eu sabia que a minha presença ou ausência não fazia diferença. Eu nunca fui muito sociável, e preferia ficar na minha. Mas eu fui, para não desapontar o Francis. Mesmo não gostando muito dele, eu sabia que ele ficaria triste se eu não aparecesse.

Mas a festa só me irritava. As bebidas estranhas, as pessoas bêbadas, o Luciano. Ele era o rei da festa, pelo menos era assim que o chamavam. Eu odiava ele, com todas as minhas forças. Odiava sua risada fácil, sua boca carnuda, sua pele bronzeada. Odiava como ele era simpático com todos e como parecia sempre se divertir.

Eu tentei ignorá-lo, mas era impossível. Ele estava sempre dançando com a Verônica, a venezuelana que dividia o dormitório com a Catalina, e com o Soo, o seu melhor amigo. Eu queria ir embora, sair dali o mais rápido possível. E foi o que eu fiz. Levantei da mesa e fiz sinal para a Catalina que estava indo embora. Ela fez uma careta, mas eu não me importei.

Eu estava prestes a sair quando vi Luciano me olhando de longe. Ele sorriu e acenou para mim, mas eu simplesmente revirei os olhos e continuei andando em direção à saída. Por que ele sempre tentava ser tão simpático comigo? Era como se ele não percebesse o quanto eu o odiava. Mas então, enquanto eu andava pelo corredor, senti seus olhos fixos em mim e acabei olhando de volta. Por um instante, nossos olhares se encontraram e senti um arrepio percorrer meu corpo.

O que estava acontecendo comigo? Eu não podia estar sentindo algo por ele, isso era impossível. Ele era o Luciano, o cara que eu odiava. Mas mesmo assim, não pude evitar sentir meu coração bater mais forte por alguns segundos antes de me virar e sair rapidamente da festa.

Saí da festa e suspirei aliviado. Nunca gostei de aglomeração e aquele ambiente estava me sufocando.

Eu estava caminhando pela rua quando notei algo estranho. Um carro preto estava parado ao lado da calçada com a porta do passageiro aberta. Inicialmente, não havia ninguém por perto, mas logo vi um movimento suspeito vindo de dentro do veículo.

Decidi me aproximar para investigar, mas fiquei paralisado de terror quando vi um homem mascarado arrastando uma vítima para dentro do carro. A vítima lutava desesperadamente para se soltar, mas o agressor era forte e implacável. O terror tomou conta de mim, enquanto eu assistia a cena horrorizada.

Antes que pudesse reagir, outro homem mascarado apareceu do outro lado da rua e me encarou fixamente. Senti um calafrio percorrer meu corpo e meu coração acelerou. Comecei a correr o mais rápido que pude, mas sabia que ele estava me seguindo.

Eu corria como se minha vida dependesse disso, olhando para trás de vez em quando para ver se ele estava perto. A perseguição era implacável, e eu sentia minha respiração ficando cada vez mais difícil. Meus pés pareciam pesados, mas eu não podia parar.

O homem mascarado estava cada vez mais perto, e eu podia ouvir seus passos atrás de mim.

A máscara do homem mascarado era assustadora e perturbadora. Era de cor preta, com olhos vazados e um sorriso sinistro e desproporcionalmente grande, que parecia estar sempre sorrindo de forma maliciosa. Sua roupa era toda preta e parecia feita de um tecido brilhante e fino, com um capuz que cobria completamente sua cabeça. Ele usava luvas pretas sem dedos e botas pesadas, o que o fazia parecer ainda mais intimidador e ameaçador. A combinação da máscara e da roupa criava uma figura sombria e misteriosa.

Eu sabia que precisava chegar a algum lugar seguro o mais rápido possível, ou seria pego. Meus pensamentos estavam confusos e minha mente estava em pânico.

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