quatro e fim.

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As 20:03 a campainha do apartamento de Stenio tocou, quando ele abriu a porta teve a visão de uma Heloísa usando um vestido longo, perto e branco de alcinha, leve, porém elegante.

-Foi daqui o convite? – ela também o olhou dos pés à cabeça.

-Certamente. Se tu vens, por exemplo, ás quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz – ele citou  o Pequeno Príncipe. 

Ela sorriu iluminando o ambiente.

Stenio abriu passagem para ela entrar no apartamento. Helô desfilou por ali sentindo um cheiro bom.

-Fiz nhoque, duas opções de molho – ele avisou.

-Eu amo.

-Eu sei.

-Venho bem? Está tudo bem? Os policiais te acompanharam?

-Tudo em ordem – ela piscou para ele.

-Vinho, meu bem?

-Vinho – ela concordou. Estava estranhamente nervosa.

Stenio andou até a cozinha e começou a servir duas taças de vinho.

-Moretti? – Helô puxou um assunto.

-Não quero falar de Moretti hoje.

-Tudo bem – ela assentiu com a cabeça e sentou no sofá.

Stenio trouxe as taças até ela e entregou. Helô bebericou.

-Acho que se contabilizássemos todas as garrafas de vinho que já tomamos juntos... – Stenio começou

Helô sorriu largo.

-Mesma quantidade de estrelas que tem no céu.

-Nossa, bonito isso – ele sorriu pra ela.

Helô revirou os olhos.

-Tempo de qualidade, meu bem.

-Isso tenho que concordar, a gente consegue brigar mas nós sabemos ter um bom tempo de qualidade juntos. – Heloísa concordou.

-A propósito, gostou das flores?

-Sim, claro. Minhas preferidas. Obrigada – ela sorriu. Estava com o sorriso um pouco largo essa noite.

Stenio se levantou e foi até a mesa que já estava posta e acendeu as velas. Deixou o ambiente em meia luz.

-O jantar será servido – anunciou.

Helô se levantou indo em direção a mesa. Stenio a serviu com muito cuidado e colocou o prato na frente dela.

-Obrigada – provou um pouco e se deliciou – Nossa, tá muito bom.

-Que bom – ele disse se sentando na frente dela – Fazia tempo que eu não cozinhava.

-Não perdeu a mão – ela piscou pra ele.

-Tem coisa que a gente pode ficar tempo sem fazer que mesmo assim não perde a mão – foi a vez dele piscar pra ela.

Helô revirou os olhos e colou mais uma garfada na boca.

Comeram devagar conversando amenidades e curtindo a companhia um do outro. Depois Helô fez questão de lavar a louça e Stenio enxugou e guardou, deixaram a cozinha em ordem antes de voltarem a se sentar no sofá com uma nova garrafa de vinho aberta.

-Então – Helô passou o dedo pela barba dele por fazer, estavam de frente um pro outro no sofá – O que tua terapeuta acha da gente? – falou limpando a garganta.

Nem perto do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora