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Roberta

- Então você é a dona da academia e ainda trabalha lá no clube. Isso não é muito cansativo? - Perguntei e ela negou me olhando.
- Não, na academia eu não trabalho lá tenho meus amigos que cuidam de tudo, meu trabalho mesmo e lá no clube. - Explicou e eu concordei.
- E você viaja junto nas viagens do time ou só fica aqui na cidade? - Perguntei a olhando.
- Eu viajo junto sempre, para preparar os treinos na academia, nem todas as jogadoras querem o mesmo treino então eu preciso estar lá para mudar se for necessário. - Explicou e eu estava igual uma boba parada escutando ela falar.
- Posso fazer uma confissão? - Perguntei e ela me olhou por um tempo e então concordou minutos depois. - Estou com um pouco de medo dessa nova temporada, medo de não render o suficiente e até de não conseguir me adaptar em um novo país. - Falei séria encarando a mesa do café onde a gente estava sentadas.
- E difícil estar longe de casa, estar em um país diferente sem conhecer ninguém, mas tenho certeza que você vai se sair bem. Você é uma excelente jogadora vai se sair bem, e sobre não conhecer a cidade eu vou te apresentar tudo. Eu sou assim no meu canto, mas você pode contar comigo para te ajudar no que precisar. - Falou me olhando e eu sorri. - E as meninas do time são bem receptivas, tenho certeza que logo você vai estar bem integrada no time, elas vão te ajudar também. - Comentou e eu sorri.
- Aí você vai ter um pouco de paz finalmente, não vai precisar me aturar mais. - Falei e encarei seu rosto.
- Eu gosto da sua companhia, às vezes não falo muito mas gosto de escutar você falar. - Comentou meio sem jeito, me fazendo sorrir e então voltei a tomar meu café.








Sn

- Minha filha, consegue buscar as compras lá no carro do seu pai para mim? - Perguntou minha mãe me olhando e eu então larguei minha irmã no chão e caminhei para fora de casa para buscar as sacolas. Sai na área e encarei o longo caminho de neve que eu teria que atravessar até chegar onde estava o carro, respirei fundo e caminhei devagarinho para não acabar caindo, o que não adiantou de nada já que eu acabei caindo mesmo assim.
- Droga, odeio isso. - Resmunguei me levantando e seguindo até o carro pegando as compras e então voltei caminhando com ainda mais cuidado.
- Vim te ajudar. - Disse Roberta parada na entrada da varanda da casa e estendeu a mão para me ajudar com as sacolas.
- Obrigada. - Falei parando um minuto para analisar meu braço que estava doente pelo tombo que eu havia levado.
- O que foi? - Perguntou me olhando.
- Cai na neve como sempre, acho que machucou meu braço. - Falei e ela se aproximou para analisar meu braço. - Não foi nada, vamos preciso entregar isso para minha mãe, se eu demorar ela vai vir atrás de mim achando que eu caí na neve, ela sempre faz isso. - Comentei e abri a porta para ela entrar passei pela porta e quando estava chegando na entrada da cozinha minha mãe já estava saindo.
- Já estava indo ver se você havia caído de novo, mas pelo jeito está inteira. - Falou e Roberta foi mais rápida negando.
- Ela caiu sim. - Disse entregando as compras para a mais velha, larguei as sacolas que estavam comigo em cima da mesa e me virei para sair mas fui impedida.
- Se machucou? - Perguntou minha mãe me olhando de cima a baixo, ela sabia que eu odiava cair na neve. Desde o momento em que chegamos na cidade quando eu ainda era criança, sempre tive sérios problemas em andar na neve, vivia caindo e até já tinha me machucado algumas vezes.
- Só está doendo meu braço, mas não foi nada. - Falei e Roberta se aproximou.
- Tira seu casaco para ver se não ficou nem uma marca. - Encarei ela séria e fiquei a olhando.
- É melhor você seguir o conselho da sua namorada, vai que machucou. Não dá bola Roberta essa aí é teimosa mesmo, já vai se acostumando. - Encarei minha mãe séria e neguei enquanto Roberta apenas ria.
- A gente não namora mãe e eu não sou teimosa. - Respondi e tirei meu casaco mostrando meu braço para Roberta que estava ao meu lado.
- Pelo jeito foi apenas um susto mesmo. - Falou tocando meu braço com seus dedos o mais calmo possível.
- Foi o que eu disse. - Retruquei a olhando e ela sorriu se aproximando ainda mais.
- Você fica ainda mais linda teimosa desse jeito. - Disse ela de forma sussurrada em meu ouvido e então se afastou. Corei e abaixei meu rosto, não era muito boa em me expressar, sou uma pessoa extremamente tímida fico no meu canto a maior parte do tempo e não sei puxar assunto.
- Maninha você voltou. - Me virei para a saída da cozinha e minha irmã veio correndo em minha direção se jogando em meu colo. - Estava ficando com saudade de você, será que a gente pode ir no quintal ver se tem algum homem de neve? - Perguntou ela abraçada em meu pescoço, me fazendo sorrir.
- Agora está muito frio para menininhas como você estar na rua, mas prometo que após o almoço a gente pode ir lá. - Falei e ela deixou um beijo em meu rosto e concordou.
- Amo você maninha linda. - Disse ela antes de descer do meu colo e voltar correndo para a sala.
- Você sabe que ela vai querer ver esse boneco depois né? - Perguntou minha mãe e eu concordei.
- Eu sei, vou ir agora lá fazer um boneco de neve para ela. - Falei e caminhei até a porta da cozinha que dava acesso ao quintal, parei na porta e me virei vendo Roberta parada no meio da cozinha meio sem saber o que fazer.
- Ei Roberta, quer vir junto? - Convidei e ela abriu um lindo sorriso e concordou dei espaço para ela sair e então fechei a porta.
- Você vai ir fazer um boneco de neve para sua irmã mesmo sabendo que tem uma grande chance de você cair na neve. - Disse ela e eu concordei caminhando bem devagar e senti ela entrelaçar seu braço no meu assim que pisamos na neve, parei no lugar e concordei.
- Fazer o que minha irmã mais nova quer um boneco de neve. - Falei plantada no lugar esperando ela se soltar de mim, como isso não aconteceu resolvi falar. - Acho que é melhor você não se apoiar em mim, sou bem atrapalhada e provavelmente vou cair e não quero acabar derrubando você na neve comigo. - Falei a olhando de lado e ela então levou sua mão ao meu rosto apertando minha bochecha e balançando.
- Muito fofa você tentando me manter a salvo, mas não se preocupe não irei deixar você cair. - Falou e então me puxou para caminhar ao seu lado.









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