Garras e Folhas de Chá

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Daphny, cuja noite fora muito bem dormida em sua confortável cama de penas, acordou da forma como mais gostava. Devagar tomou ciência do tecido pesado do edredom, da maciez do travesseiro e do suave vento úmido que soprava pelo quarto. Quando abriu os olhos, viu Láyla já em pé, exatamente como no ano anterior, dobrando sua roupa de cama sobre o colchão e virando-se para sorrir um caloroso bom dia.

Elas não esperaram Patrick, que só acordaria faltando cinco minutos para o início das aulas, para subir ao Salão Principal para tomar café. A primeira coisa que viram foi o irmão de Nashira, Malfoy, entretendo um grande grupo de alunos de Slytherin com uma história agitada. Ao seu lado, Daisy, imitando um fantasma com o beiço coberto de açúcar de confeiteiro.

Uma garota com cara de buldogue de Slytherin se levantou de repente e gritou:

– Ei, Potter! – Daphny nem precisava virar para saber que Harry tinha acabado de descer. – Potter! Os dementadores estão chegando, Potter! Uuuh!

– Palhaços. – Observou Láyla, segurando a mão de Daphny para puxá-la para a mesa de Hufflepuff. – Então, vai me dizer porque parou de escrever? A última notícia que tive foi que você e seus primos iriam jantar com seus pais.

Daphny sentou-se ao lado da amiga e deixou os ombros caírem enquanto enchia o prato com os doces à disposição.

– Bem, fomos jantar. Brigamos, Sophie e minha mãe lavaram roupa suja de doze anos. Minha tia virou um balão e saiu flutuando pelo Surrey. Meu pai saiu de casa. Daisy quer me matar. – Ela moveu os ombros. – Típico jantar em família.

Láyla estava com o queixo caído.

– Tá brincando? Isso tudo parece péssimo!

– Ah, é, bem ruim mesmo. Mas na verdade é como a bagunça antes da arrumação. – E mordeu uma rosquinha. – Meu pai está na casa de tia Guida, minha mãe e Dudley arranjaram empregos, pela primeira vez nas vidas. Sophie parece até mais leve depois que saímos de lá. Minha mãe jogou um rancor de dez anos na cara dela, e não saiu impune.

– Como uma pessoa que viveu com pais separados: eu sinto muito.

– Não estou preocupada. Dudley sabe se cuidar bem, e eu moro com Moony.

– Falando nele, não tive certeza, é o novo professor?

– É sim.

– E aí, turminha do mistério?

Os olhos de Daphny se reviraram, enquanto Láyla lhe passava um carão.

– Bom dia, Diggory.

– Os horários do segundo ano. – Anunciou, entregando os papéis para elas. – Boa aula.

As meninas se puseram a examinar os horários.

– Legal, História da Magia logo cedo. – Ironizou Láyla, fazendo uma careta.

– Pelo menos Feitiços é mais interessante. – Murmurou Daphny, passando a ponta do dedo pelo papel. – E Poções... Vou chorar.

– Não chore, é o primeiro dia.

– Porque acha que vou chorar?

Láyla revirou os olhos e enfiou um pedaço de torrada na boca, rindo para si mesma.

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O salão começou a se esvaziar à medida que as pessoas saíam para a primeira aula. Ron verificou seu horário.

– É melhor irmos andando, olha, Adivinhação é no alto da Torre Norte. Vamos levar uns dez minutos para chegar lá...

Os garotos terminaram o café, apressados, e foram saindo para o saguão. Ao passarem pela mesa de Slytherin, Draco tornou a fazer a imitação do desmaio. As gargalhadas acompanharam Harry até a entrada do saguão.

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora