A Verdade

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Com os ouvidos zunindo, Harry viu a cadeira sobressalente, antes ocupada pela Prof. McGonagall mover-se com um arrastar quase inaudível e... nada. Ela ficou ali, parada, afastada da mesa o bastante para uma pessoa se sentar. O Sr. Black pareceu satisfeito.

– Talvez, após essa admirável demonstração do sigilo ministerial, possamos conversar, nós quatro.

Ninguém falou nada, isso não pareceu abalar o Sr. Black que, Harry achava, era um homem naturalmente controlado e sereno. O garoto se perguntou quanto daquela situação ele planejara.

– Sophie. – O Sr. Black sorriu para ela, Sophie estava pálida e trêmula, parecia tão pega de surpresa por toda a cena quanto ele ou Nashira. – Porque não nos conta sobre sua visita ao meu irmão no ano passado?

Os olhos de Sophie poderiam saltar das órbitas, Nashira engasgou-se sob a capa, tossindo o mais silenciosamente que conseguia ao lado de Harry.

– Como você...?

– Essa pergunta é mesmo relevante? – Ele perguntou, em um tom um pouco petulante. – Porque se não for, eu gostaria de fazer uma de fato significativa. Porque visitou Sirius no verão do ano passado? Tenho essa curiosidade em especial há meses. Você ainda não conhecia a Nashira; acreditava, como o ministro, que ele era um assassino. Então por quê?

Sophie encarava a mesa, uma expressão de raiva e horror.

– No fim das aulas, antes do Harry entrar na escola, eu e os gêmeos pegamos o Mapa do Maroto, e planejávamos alguma coisa para Filch...

– Perdão, Mapa do Maroto?

Por um momento Sophie olhou para Harry, e os dois à figura desaparecida de Nashira. O pergaminho velho deslizou sobre a mesa como que vindo do nada. Sophie tirou da bolsa a varinha e a apontou.

Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

Em um segundo arabescos negros e vermelhos saíram da ponta da varinha de Sophie, formando palavras conhecidas e inclinadas, cada assinatura à seu próprio modo.

Os Srs. Moony, Wormtail, Padfoot and Prongs têm o prazer de apresentar o

Mapa do Maroto

– Era dos nossos pais. – Contou Sophie, a voz fraca. – Hagrid o recuperou dos destroços da casa junto com meu caderno de poções. Remus Lupin, Peter Pettigrew, Sirius Black e James Potter. Os quatro fizeram o melhor mapa de Hogwarts, com quase todas as salas, todas as passagens secretas para fora da escola e entre os corredores.

– Quase todas as salas?

– Eles não conheciam o subsolo do alçapão do terceiro andar, nem a Câmara Secreta. Há também um registro em tempo real de tudo e todas as pessoas no castelo nesse instante exato. – Harry observou as pegadas finas e desenhadas caminhando pelo saguão de entrada, alunos entrando e saindo sem pressa alguma, sem saberem que podiam ser rastreados.

– No último dia de aula do meu segundo ano – Continuou Sophie. –, estávamos planejando uma pegadinha de despedida para Filch, como eu ia dizendo. Mas eu abri o Mapa e vi... na biblioteca, junto com Tonks, Charlie e Percy, o nome dele, logo ao lado dos outros. Pettigrew.

Ergueu os olhos para ela, franzindo as sobrancelhas.

– Eu tive um ataque de pânico na hora, como podem imaginar. Saí correndo no mesmo instante; atravessamos metade do castelo em minutos. Não tinha ninguém lá. Tonks tentou me acalmar, e conseguiu, ela sabia melhor do que ninguém como era... Toda a história de Sirius, ninguém saber de fato a verdade, porque ele traiu todos nós...

Irmãos Potter _ O Prisioneiro de AzkabanOnde histórias criam vida. Descubra agora