Pior inimigo

capítulo Único

Apesar de sua consideração e análise cuidadosas, ele não conseguia identificar o que tanto o incomodava, a ponto de perder o foco. Saudade de casa, talvez? Havia algo nas paredes, com certeza. Muito limpo, sem mofo ou respingos de sangue à vista. Sua antiga casa no Castelo Wayne havia sido cuidada, mas nem mesmo um exército de empregadas poderia competir com centenas de anos de legado violento.

Como sempre que ele pensava em sua vida antes, a dor latejava atrás de seus olhos. Foi momentâneo, veio e se foi, mas foi o suficiente para fazê-lo gemer um pouco baixinho, o som ecoando ao ar livre (aberto demais , sem cantos para se esconder se um assassino viesse ...  o que era meio irônico aqui, ele supõe ) corredor. Ele sabia que havia olhos nele, no entanto. Sua guarda, por exemplo, sempre dois pés atrás e um ao lado. E ele tinha certeza de que não era o único enviado para ( observe cada movimento seu ) protegê-lo.

Droga, a dor de cabeça estava piorando. Faltava muito para a hora do chá.

“Vou visitar o meu marido”, decide em voz alta, para benefício da sua sombra. Uma gentileza que jamais esperariam de um superior, mas que ele tinha certeza de que apreciariam.

A única resposta veio logo atrás dele. Um som cortado que ele não conseguiu identificar, mas deve ter sido algum tipo de risada. Ou isso ou um gemido de dor.

Sorrindo, ele se virou para olhar, as mãos atrás das costas enquanto caminhava dessa maneira.

"O quê? Não é grosseiro que um homem deseje conhecer sua amada. É um dia raro quando nos encontramos fora do jantar ou das reuniões do conselho. Não sou um tolo; se houver alguma coisa, sou um modelo de paciência."

O homem não morde a isca, como raramente faz, mas inclina um pouco a cabeça.

“Sua Alteza, por favor, preste atenção ao seu passo e observe por onde está indo. Será minha cabeça no cepo se você cair e arranhar suas delicadas mãos brancas.

Ele revira os olhos com o jab, mas atende ao aviso e se vira novamente para olhar para frente. Não é sem verdade, afinal.

A parte dele morrendo se Tim se machucasse, é claro. Não sobre as mãos.

Ele olha para eles enquanto caminham, um pouco confuso. Quando eles se tornaram tão insensíveis? Claro, ele deve ter aprendido algum tipo de autodefesa quando era jovem, mas mal consegue se lembrar. As dele não deveriam ser as mãos de alguém acostumado ao calor do combate, não protegido como esteve desde o nascimento até o casamento, e ainda assim...

Nada de bom vem de pensar tão longe, de qualquer maneira , ele decide, balançando a cabeça para se livrar dos pensamentos irritantes que o incomodam como moscas. Ele só acabaria ficando com dor de cabeça, e então Ra's o mandaria de volta para a cama com sopa e um exército de servos para observar seu progresso. Um pequeno sorriso surge em seus lábios; ele com certeza teve sorte de conseguir um parceiro tão amoroso e protetor. Foi uma decisão sábia, por parte de seu Pai/

“Sua Alteza”, chama a voz por trás, arrastando-o de volta de suas reflexões com bastante força. "Estava aqui."

Qualquer pensamento que não seja seu marido desaparece completamente de sua mente. Sorrindo automaticamente, ele salta para dentro da sala, direto para os braços abertos de seu marido. A capa verde e dourada se fecha em torno deles, e tudo está bem, certo. Ele não se sente confuso, preocupado ou observado. Porque ele está com Ra's agora. Como poderia haver algo ruim envolvido nisso?