JULIETTE
— Juliette, sua filha da puta...! — exclamou a garota, em meio a uma respiração entrecortada.
Com uma das suas pernas sobre a tampa do vaso sanitário, ela deixava o caminho livre para que eu, ajoelhada no chão daquele banheiro, que, felizmente, não estava imundo, passasse a minha língua pela sua boceta toda molhada.
Ergui o olhar, encarando-a por debaixo dos cílios e lhe oferecendo o meu melhor sorriso sacana. Eu sabia que ela já estava perto de gozar e realmente seria uma delícia se ela fizesse isso na minha boca. Acontece que eu não queria que a festa acabasse agora. Na verdade, eu queria que continuasse no quarto de um dos hotéis do meu pai. De preferência, com outras garotas também.
Ainda sorrindo, me levantei dali, colocando habilmente sua saia no lugar. Então, tomei seus lábios em um beijo para que ela sentisse seu próprio gosto e deslizei para o seu ouvido, falando:
— Vamos sair daqui? Tenho um lugar irado pra gente.
Antes que ela pudesse responder qualquer coisa, até porque eu tinha certeza absoluta de que a garota aceitaria (isso estava escrito na sua testa), simplesmente a puxei pelo braço, percorrendo, com ela, uma boa parte daquela boate lotada.
O lugar era foda. E, bom, essa era uma das vantagens de morar em Las Vegas. Nós sempre estávamos a um passo de algumas das melhores e mais badaladas festas do mundo, repletas de pessoas ricas, da alta sociedade, que tinham apenas o objetivo de se divertir, beber, transar e torrar um pouco dos seus milhões guardados na conta bancária. Afinal, não importava a quantia que gastassem por noite, sempre havia muito mais de onde tiravam.
E eu era mais uma dessas pessoas.
Pelo caminho, eu e a garota, que eu até já tinha me esquecido o nome, virávamos uma quantidade incontável de bebidas mais aleatórias, enquanto beijávamos na boca daqueles que conseguimos achar mais atraentes, mesmo na penumbra das luzes piscantes e coloridas da casa noturna. A música, extremamente alta, zunia nos meus ouvidos, a ponto de me sentir meio zonza. Sei lá, talvez eu já estivesse chapada demais. Mas, eu não me importava com isso. Eu não me incomodava nem um pouco.
Na verdade, eu gostava de estar assim.
Pelo menos, era uma forma de não me lembrar de certas coisas.
Mesmo sem saber como, porque os meus olhos pareciam estar trocados, consegui distinguir as minhas amigas. Elas estavam se agarrando umas com as outras, ali mesmo, na pista de dança, incluindo alguns intrometidos caras no meio disso também. Às vezes, era um saco. Algumas das minhas amigas ainda toleravam. Mas, eu não. Quero dizer, não que eu não ficasse com caras de vez em quando. Até rolava com alguma frequência. Porém, quando eu estava a fim de chupar uma boceta, eu só queria chupar uma boceta, sem nenhum idiota de uma figa enfiando o seu pau no meu esquema.
Foi aí que, um pouco cambaleando, sobre as minhas botas pretas de salto fino e cano longo, me aproximei delas e disse, gritando por cima da música:
— Ei ei! Bora lá pra um dos hotéis...! A gente pega uma suíte presidencial!
Não demorou mais de meio segundo para que aceitassem. Elas sabiam que, enquanto as baladas de Vegas eram estupidamente fodas, aquelas after-parties que nós sempre fazíamos em particular, nas suítes presidenciais, depois de chegarmos chapadas de alguma boate, ainda conseguiam ser milhares de vezes mais memoráveis.
Segurando suas garrafas de tequila, vodca e sei lá mais o que, elas me seguiram.
Puxei a garota que estava comigo e, junto com as minhas amigas, caminhamos a passos trôpegos até a saída. Do lado de fora, a movimentação era tão intensa quanto na parte interna. Apesar de ser uma balada onde somente pessoas com muita grana tinham condições de entrar, o local sempre estava cheio. Tentando me equilibrar sobre as botas de saltos finos e puxar minimamente para baixo o meu vestido de paetê dourado, que quase não cobria a minha bunda, dei graças a Deus quando vi o manobrista chegando com o meu Audi.
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I'M EVERYTHING YOU (NOT) NEED
FanfictionJuliette sempre teve uma vida desregrada, passava mais tempo em festas do que em casa. Numa dessas baladas, Juliette, bêbada, por um azar do destino ou talvez (sorte), bate o seu carro justo em uma viatura polícial. E como se não bastasse o acidente...