No quarto, com a luz apagada e os cobertores por cima de minha cabeça, abraçava o travesseiro com força contra o peito, pela vigésima vez naquela semana, tentando entender onde eu havia errado e qual era o problema comigo, porque não tinha outra explicação para aquela situação. Após três anos de namoro com o homem com o qual achei que me casaria, a pessoa que podia jurar que seria para sempre meu companheiro e que dizia finalmente ser o cara certo, não estava mais comigo. Era difícil de aceitar tal situação, ainda mais depois do tanto que me esforcei para que tudo ocorresse como eu planejava. Mas infelizmente a vida não é um The Sims, onde eu posso controlar as ações dos personagens.
Talvez eu seja uma pessoa controladora demais... Não, definitivamente eu sou. Gosto de saber sempre quais serão os próximos passos. Não me entenda mal. Não é porque sou controlador que eu sou manipulador, ou que tudo precisa ser necessariamente do meu jeito. De forma alguma. Na verdade, sou muito aberto a ouvir, compreender, e achar soluções que agradem a maioria. A única questão é que, se combinamos de um jeito, será daquele jeito e pronto. Uma vírgula diferente é capaz de me tirar do eixo. Posso dizer que nesse ponto, não sou muito flexível.
E talvez tenha sido exatamente isso que me deixou tão arrasado com o término. Fazíamos planos, e já estávamos vendo um apê para morarmos. Até nosso filhinho de quatro patas e bigodinhos fofos já estava decidido, precisávamos só esperar a gata do Min dar cria, para pegarmos nosso felino, mas infelizmente todos esses planos não sairíam do papel.
Divagando em meus pensamentos enquanto a música alta tocava pelo quarto e eu deixava as lágrimas escorrerem, para me limpar por dentro, noto que a luz se acende, quase no exato segundo que o colchão atrás de mim afunda — estava deitado de costas para a porta, e minha cama fica ao lado dela.
— Minie? Ei... Eu sei que você está malzinho, e que não deve ser fácil, mas... Hyung... Não gosto de te ver assim. — A voz doce e grave do mais novo soou, preocupada e cautelosa, enquanto sentia seus olhos sobre mim.
Com um biquinho nos lábios, seco o rastro das lágrimas e abaixo a coberta do meu rosto, o olhando, suspirando longamente pensando em algo para dizer.
— O que posso fazer, Jungkookie? O hyung precisa desse tempo para limpar por dentro.
Fazendo bico, ele concorda.
— Posso ao menos cuidar de você?... Você pode chorar se quiser, gritar, xingar, ou o quer que seja... Mas me deixa ficar aqui com você?... — Ele pediu de uma forma tão fofa que foi impossível não sorrir.
— Ah, o que seria de mim sem você? — Rio e o puxo para um abraço, fazendo-o deitar sobre mim.
Ele dá um riso, retribuindo o abraço.
— Espera, hyung, deixa eu me ajeitar... — Pede e eu o solto.
Assisti-o tirar os sapatos e a blusa de frio preta que vestia, logo o sinto engatinhar pela cama, do outro lado da cama de casal, e vir para perto de mim, se ajeitando embaixo das cobertas. Suspirando, o abraço, apoiando a cabeça em seu peito enquanto ele me abraçava.
Casa. Definitivamente essa era a minha casa. Os abraços de Jungkook sempre foram como abrigo para meu coração pesado. Sempre que estava mal, por algum motivo, ele conseguia descobrir, e às vezes não falava nada, apenas chegava em casa com barras de chocolate, salgadinhos e refrigerantes, colocava um filme, e ficávamos abraçados assistindo, e minha bateria subia. Mesmo quando namorava, ele continuava ali, sempre à disposição, assim como eu estava para ele, quando não era um bom dia. Éramos assim. O apoio um do outro.
Sentindo-o acariciar meus fios, suspiro e o olho, nossos rostos estando bem perto pela posição, então sorrio pequeno.
— Obrigado por ter vindo...
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Sete Passos Para O Amor
FanfictionJimin é um romântico incorrigível que sonhava com o cara dos sonhos, mas parece que nunca iria encontrá-lo. Aos 16 anos havia feito uma lista com "encontros dos sonhos", a qual queria muito realizar cada um dos dates, descritos em posições de primei...