glitch

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capítulo 1- glitch

 capítulo 1- glitch

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Kai Havertz.
Setembro de 2006,  Alemanha.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, mãos trêmulas, coração acelerado, eu não sabia o que fazer. Olhava para todos os cantos daquela rua quase deserta em busca de um sinal, eu havia acabado de atropelar um cachorrinho com a minha bicicleta. Ele parecia estar com muita dor, era tão pequeno e magro. Não conseguia pensar em nada, estava com medo de ter o matado, questionei se deveria ir correndo até em casa para pedir ajuda, mas ele não poderia resistir até eu ir e voltar pois era um pouco longe.

— Não toque, você pode machucar ele mais ainda! - uma voz feminina gritou, atraindo logo a minha atenção.

A menina estava há poucos metros de mim, parecia assustada. Eu obedeci, não toquei no cachorrinho. Ela saiu correndo me deixando completamente confuso e ainda mais assustado. Eu não a conhecia, ela tinha os cabelos avermelhados mais longos que eu já vi, usava um vestido azul claro que ia até seus joelhos. Não demorou muito para ela voltar, mas agora estava na companhia de um adulto, ele era alto e tinha cabelos ruivos iguais aos dela. O homem dobrou os joelhos igual a mim, ele olhava para o cachorro e para mim.

— Juro que foi sem querer, eu não queria machucar ele, senhor.

Ele apenas deu um sorriso de lado e voltou a sua atenção para o bichinho.

—É uma menina, e não precisa se preocupar garoto, ela  ficará bem.  - Fiquei mais aliviado. — Preciso ir até em casa pegar o carro, ela precisa de um médico de bichinhos. Vocês dois podem me esperar aqui? Não irei demorar. – Concordamos com a cabeça.

Ele logo saiu correndo para a mesma direção de onde havia vindo. A menina se aproximou de mim, sem nenhum contato visual ela se sentou ao meu lado. Nós estávamos no final de uma rua que dava acesso a uma floresta local.
Seus olhos não desviavam da cadelinha e os meus dela, ela era bonita, a menina mais bonita que eu já vi, até mesmo mais lindas que as da tv. Ela tinha olhos grandes e azuis, quase cinza, era um pouco mais alta que eu, usava brincos e pulseiras coloridas.

– Você é esquisita.

– Eu sou britânica. – Ela sorriu, tinha todos os dentes e eram pequenos e lindos.

— Britânica da Inglaterra? - Revirou os olhos. – Ah, eu sou daqui mesmo, na verdade não daqui, mas eu sou alemão. Meu pai disse que os alemães não gostam de ingleses.

— O meu disse que os alemães não gostam de ninguém. 

Não demorou para que o pai dela voltasse com o carro, ele cobriu a cadelinha com cuidado num cobertor e em seguida a colocou no banco de passageiros. Nós imploramos para ir com ele, mas ele não deixou e pediu para irmos para casa pois já estava anoitecendo.

Evermore - Kai Havertz Onde histórias criam vida. Descubra agora