EM UM FILME DRAMÁTICO
É sério isso? Aquilo parecia uma cena de filme clichê. Estávamos na posição de valsa, como naquela hora em que o parceiro da dama jogava-a para trás e segurava ela antes de ela poder cair. Se alguém visse a gente, pensaria que estávamos namorando ou algo do tipo. Christian soltou minhas mãos, fazendo eu me levantar novamente.
— Obrigada.
— De nada.
Ficamos calados por pelo menos uns sete segundos.
— Eu acho que já estamos longe demais. Melhor voltar para casa, minha mãe falou para não demorar. - falei.
— Certo, vamos voltar então.
Ficamos calados o caminho inteiro. Quando chegamos perto de nossas casas, apenas dissemos:
— Tchau!
O que tinha sido aquilo? Eu literalmente ia cair e ele conseguiu me segurar na hora, e tipo, foi igualzinho aos filmes de romance. Abri a porta de casa e vi que minha mãe estava na cozinha ainda.
— Oi mãe, cheguei.
— Oi.
— Posso saber o que está acontecendo?
— Como assim?
— Porque você e o papai pararam de falar comigo do nada. Estão me ignorando o dia inteiro.
— E você ainda pergunta, Aurora? Você não viu o que fez na mesa da senhora Lisa ontem?
— Vi, mas...
— Está erradíssimo! Além de você ter causado uma confusão na casa dos outros, você literalmente desrespeitou seu pai! Independente de tudo, ele é seu pai, e você precisa ter o máximo de respeito com ele!
— Mas ele me constrange sempre! Se ele não tem respeito comigo, por que eu não posso pelo menos me expressar? Até isso agora eu estou proibida de fazer?
— O que ele fez de errado? Eu não vi nada demais!
— Claro que você não vê nada demais. Quem se constrange sou eu. Em todos os almoços com amigos dele ou com outras pessoas, tanto faz, ele revelou uma história minha que NÃO era para ser revelada. Normalmente, ele fazia isso para quebrar o clima, e todos riam, mas eu não! A única pessoa que ficava triste nos almoços, era eu! Agora todo passeio que a gente vai, eu tenho medo de meu pai acabar soltando alguma informação que não devia sobre mim.
— Você está chateada por uma besteira dessa, Aurora? Ele faz tudo para entreter as pessoas, ele é um ótimo pai, e você ainda reclama! Tem crianças que nem pai tem, você viu o Christian? Nem vi o pai dele na casa dele. Você vai subir e pedir desculpas para ele AGORA!
— Você acha que só ele tem o direito de ficar chateado, não é?
— O quê?
— Você não está dentro de mim pra sentir o que eu sinto quando ele explana a minha vida inteira no meio de gente que eu ao menos conheço! Você não viu ontem? Eu conheço o garoto faz DOIS DIAS! E ele já veio com uma conversa de casamento, não dá pra perceber que isso é doentio?!
A cozinha ficou em completo silêncio, que nem quando eles não falavam comigo.
— Você não quer que eu tenha vergonha dos meus pais né? Acho que não. Vamos ver agora quem é o certo nessa história.
Saí de lá e subi as escadas, tranquei a porta de meu quarto, evitando que minha mãe viesse atrás de mim e me desse uma surra.
* * *
Após um tempo da minha discussão e da minha mãe, ouvi batidas na porta do meu quarto. Abri, eram meus pais. Minha mãe e meu pai.
— O que foi? - perguntei.
— Podemos conversar, filha?
— Aham.
Eles dois se sentaram na minha cama.
— Me desculpa, tá filha? - meu pai segurou minhas mãos - Não foi de propósito o que eu fiz. Se você estava se sentindo constrangida, bastava conversar comigo, mas eu entendo que você só queria desabafar, então me desculpa, tá?
— O que te fez vir aqui e pedir perdão? Você me ignorou o dia todo.
Meus pais se entreolharam.
— Uma pessoa veio aqui e conversou com a gente sobre o assunto. Essa pessoa fez a gente entender seu lado.
Christian, pensei.
— Que pessoa gentil essa, então.
— É, essa pessoa também foi muito espertinha.
— Como?
— Ela perguntou se podia levar você em um... Acampamento.
— Sério? - fingi surpresa.
— Sim.
— E... vocês deixaram?
— Resolvemos perguntar a você antes. Você quer mesmo ir?
— Quero, quero, quero!
— Você sabe que não é só você e o Christian, não é?
— Sim, tem a mãe dele.
— Não. Tem mais gente.
— Hã? Ele não me falou sobre isso.
— Tem um primo dele e uma amiga. Ele também disse que se você quiser levar uma amiga sua, você pode.
— Ah, mas da mesma forma eu gostaria de ir. Conhecer novas pessoas seria uma ótima opção!
— Que bom então.
— Eu posso levar a Hannah?
— Acho que sim. O Christian disse que você podia levar qualquer amigo seu.
— Então vou falar com ela, ok?
— Certo. Você já nos desculpou?
— Já sim, relaxa.
Meu pai me deu um beijo na cabeça.
— Vou ligar para Hannah então!
Meus pais saíram do meu quarto, e tudo parecia colorido de novo. Minha casa iria voltar ao normal, minha família iria voltar ao normal, tudo parecia menos preocupante. Peguei meu celular que estava ao meu lado e disquei o número de Hannah. Iríamos para um acampamento juntas, um de verdade.
Notas IMPORTANTES da autora:
Gente, desculpa pelo capítulo de hoje ter sido bem curtinho, mas está aí para vocês e espero que tenham gostado. No capítulo anterior, eu fiz uma pergunta e vocês não responderam, por isso vou fazer de novo caso vocês não tenham visto a pergunta: Vocês querem que eu faça uma história de imagines de Sweet Tooth?
Obrigada por responderem !! 💗💌
Beijinhos, autora <3 🧁
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𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian convery.
Fanfiction𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 Aurora Mendes, uma brasileira que veio morar na Nova Zelândia por conta do novo emprego de seu pai, conhece Christian Convery, um ator canadense que também veio morar na Nova Zelândia com sua mãe. 𝐀𝐔𝐑𝐎𝐑𝐀 foi tirar o lixo de sua c...