Capítulo 11

196 22 0
                                    

POV' Emma

Aperto seu pescoço e posso ver sua expressão implorando pelo oxigênio. Vou empurrando ele até a parede do corredor e lanço um olhar mortal para os amigos dele que antes mesmo de pensar em se aproximar, se afastam com medo.

- Então você gosta de brincar com a mochila das garotas não é? - digo entredentes. - Olha, eu não me importo, juro que não me importo. - o rosto dele já está todo vermelho e eu não tenho a menor intenção de parar até que eu tenha dado meu recado. - Só tem um problema, dessa vez você não mexeu com qualquer garota, você mexeu com a minha garota e eu não gostei nada disso. - estalo a língua entre os dentes e balanço a cabeça negativamente.

Meu subconsciente tenta me alertar, mas as borboletas no meu estômago insistem em gostar de lhe causar dor.

- Vamos fazer um acordo, eu vou te soltar, e você vai catar todas essas coisas do chão e coloca-las de volta na mochila, você vai devolver a mochila pra Aly, e depois vai pedir desculpas a ela. Entendeu?

- Emma, solta ele, você vai matá-lo. - ouço a voz de Alyssa atrás de mim. O rosto dele está muito vermelho e sua boca entreaberta tentando puxar o ar, seus olhos quase revirando e suas mãos a todo custo tentando tirar a minha do seu pescoço.

- Entendeu?! - aperto mais os dedos.

- Emma, solta ele! Emma!! - não vou soltá-lo, não sem ele dizer se entendeu. - Ems, por favor, solta ele. Ems! - Encaro Alyssa com surpresa. É a primeira vez que ela me chama assim desde...muito tempo. Solto ele e o mesmo cai no chão tossindo com a mão no pescoço onde antes eu apertava com toda força.

Volto meu olhar para ela e a mesma está me encarando com uma expressão indecifrável. Seus olhos verdes me encaram com tanta intensidade que faz eu me sentir como se estivesse nua, exposta de todas as maneiras para ela. Alyssa sabe o quanto ela me tem na palma de sua mãos, é por isso que ela age desse jeito e consegue manipular com tanta facilidade o meu humor. Ela me afasta e me ignora quase sempre, mas quando precisa que eu faça o que ela quer, ela apenas faz como agora, uma voz doce e eu entrego até o mundo em suas mãos.

As vezes a odeio por ter esse poder sobre mim. E principalmente, por saber disso e usá-lo.

- Porque está me olhando assim?

Eu não sei responder essa pergunta.

Depois daquele beijo que tentei por muitos dias esquecer, eu não sei mais identificar a forma como olho para Alyssa. Por muito tempo tive que repetir sem parar na minha cabeça que ela era a bebê que eu deveria proteger, minha melhor amiga que eu considerava como irmã. Sem contar a diferença de idade. Alyssa podia não querer ser comparada com uma criança, mas sua idade definitivamente a tornava uma. Diferente de mim.

- Desculpa.

Somos tiradas do transe e o garoto estende a mochila com todas as coisas de Alyssa dentro. Seus rosto ainda está vermelho e seu olhar é baixo, sem coragem para me encarar. Estava passando quando o vi pegar a mochila de Alyssa sem querer a devolver, e tentar zoar ela jogando todas as suas coisas no chão. Liam é um valentão que gosta de se aproveitar dos mais fracos e humilha-los como forma de diversão. Nunca liguem com quem ele fazia suas perversidades, mas hoje ele mexeu com a pessoa errada.

Pego a bolsa de sua mão e antes que ele saia volto a segurar seu braço.

- Boa escolha...e, na próxima vez que eu ver você direcionar sequer um olhar pra Alyssa, eu vou deixar muito mais do que uma marquinha de dedos no seu pescoço. - meu olhar é raivoso, e usei minha voz fria fazendo se sentir ameaçado até aqueles que estão apenas observando a confusão. A raiva de Liam também está explicita, mas o medo parece lhe convencer a apenas assentir com a cabeça e sair andando. - Babaca.

Te Sigo, BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora