Capítulo 2 - Sobre o abismo da vida: um encontro inesperado na estação de metrô

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"Às vezes, nos sentimos perdidos e sem rumo na vida, é fácil pensar que estamos sozinhos em nossas lutas internas. Mas a verdade é que todos nós enfrentamos nossos próprios demônios internos, e é somente quando nos conectamos uns aos outros que podemos encontrar a força para seguir em frente."

O dia amanheceu cinzento e frio. O vento soprava forte, fazendo as árvores se curvarem e os galhos das árvores baterem uns nos outros. Era um dia triste e desolador, para Alex, o clima sombrio era apenas uma representação de como ele se sentia por dentro.

O jovem rapaz saiu do centro de reabilitação com as pernas trêmulas, a mente turva e o coração pesado. Ele não tinha para onde ir e não sabia como enfrentar o mundo lá fora. Cada passo que ele dava, o levava a um lugar desconhecido, cada rosto que ele via na multidão parecia lembrá-lo de uma dor diferente, uma memória dolorosa que ele queria esquecer. Algumas pessoas pareciam ter tudo o que ele nunca teve: uma família amorosa, amigos leais, um futuro brilhante. Outros pareciam ter perdido tudo, assim como ele: a dignidade, a esperança, a capacidade de sonhar.

Os prédios altos e imponentes pareciam pressioná-lo, como se quisessem esmagá-lo sob seu peso. Alex olhava para cima, admirando a grandiosidade arquitetônica da cidade, mas sentindo-se ao mesmo tempo pequeno e insignificante. Ele nunca tinha se sentido tão perdido, tão sem rumo.

Ele caminhou por horas, sem direção, sem um destino definido. Apenas seguia em frente, deixando para trás as ruas que já conhecia e explorando novos caminhos, novos becos, novos parques. Ele queria se sentir livre, queria se sentir vivo, mas tudo o que conseguia sentir era o vazio e a solidão.

Cada passo parecia uma fuga da realidade, uma tentativa desesperada de escapar dos seus próprios pensamentos. Ele pensava na sua mãe, nas brigas intermináveis com o padrasto, na primeira vez que experimentou drogas. Ele se culpava por ter se entregado ao vício, por ter perdido o controle da própria vida. Ele queria recomeçar, queria se tornar uma pessoa melhor, mas não sabia por onde começar.

Finalmente, depois de caminhar sem rumo pelas ruas da cidade, Alex chegou à estação de metrô. Ele se sentou em um banco de concreto, olhando ao redor com desinteresse. A multidão apressada passava por ele, mas ele se sentia completamente isolado.

Foi quando seus olhos se fixaram em uma figura solitária perto dos trilhos do metrô. Era uma garota, ela era linda, com longos cabelos castanhos e olhos verdes profundos. Ela parecia estar em seu próprio mundo, alheia ao caos ao seu redor. Alex a observou por um momento, ele se perguntou o que a teria levado a estar ali sozinha. A garota parecia triste, seus olhos fixos em algum ponto distante. Ele se perguntou se ela também estava lutando contra seus próprios demônios internos.

O coração de Alex bateu forte em seu peito quando ele percebeu o que estava acontecendo. Seus olhos se arregalaram em pânico quando viu a garota se aproximando perigosamente da borda da plataforma do metrô. Ele sentiu como se tudo estivesse acontecendo em câmera lenta enquanto observava o trem se aproximando cada vez mais rápido.

Sem pensar duas vezes, Alex se levantou do banco e começou a correr em direção à garota. Ele se sentiu impulsionado pela adrenalina que corria pelo seu corpo, tentando desesperadamente alcançá-la antes que fosse tarde demais. Seus passos ecoaram no chão de concreto enquanto ele gritava com todas as suas forças para que a garota se afastasse da borda.

Seu coração afundou quando a garota parecia não ouvi-lo. Ela continuou a olhar fixamente para os trilhos, como se estivesse hipnotizada pelo som do trem se aproximando. Alex gritou mais uma vez, desta vez com um tom de súplica em sua voz, implorando para que ela voltasse para longe da borda.

Mas o trem estava cada vez mais perto, e Alex não tinha certeza se seria capaz de alcançá-la a tempo. Ele se sentiu impotente, como se estivesse assistindo a uma tragédia se desenrolar diante de seus olhos. Seu coração estava acelerado, e sua mente trabalhava em uma velocidade vertiginosa, tentando encontrar uma maneira de salvar a garota.

Alex chegou até a garota, coração acelerado e mãos trêmulas, ele segurou o braço da garota com força, puxando-a para longe da beira do trilho enquanto o metrô passava em alta velocidade ao lado deles. Seus olhos se encontraram e, mesmo com o coração batendo forte, Alex pôde ver que os olhos da garota estavam cheios de lágrimas e de uma tristeza profunda, o rapaz a segurou firme, a garota parecia frágil em seus braços, como se pudesse quebrar a qualquer momento. Ele podia sentir o tremor em seu corpo e a tensão em seus músculos. Ele se perguntou o que ela tinha passado para chegar a esse ponto.

Alex se afastou e observou o trem passar em alta velocidade, aterrorizado com a possibilidade do que poderia ter acontecido se não tivesse chegado a tempo.

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