capítulo 26.

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— Isso é para você

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— Isso é para você. — Isabela diz assim que entra no quarto onde eu estava e coloca a bandeja de café da manhã sobre a mesa ao lado da cama. — Não tem a menor condição de você ficar desse jeito.

— Que jeito? — olho para ela, que agora estava sentava próxima aos meus pés, e ela revira os olhos. — Porque a única coisa que eu estou fazendo é ficar aqui no quarto, sem atrapalhar ninguém.

— E é exatamente aí que está o problema. — Isabela cruza os braços. — Desde o dia que você chegou no Brasil, você praticamente não sai dessa cama. Se eu não entrasse nesse quarto toda hora, mal ia ver você. É esse o jeito que eu estou falando e qualquer outro jeito é melhor do que a forma que você está agora.

Vir para o Brasil e mais especificadamente, vir para a casa da Isabela, foi, de fato, uma válvula de escape.

Como se fosse um botão vermelho, grande e brilhante, o qual eu não pensei duas vezes antes de apertar.

Mas diferentemente do que eu pensei, todos os problemas e sensações não ficaram em Barcelona.

Tudo o que eu pensei que poderia, ao menos um pouco, deixar de sentir por alguns dias, continua aqui.

A dor, a mágoa, a tristeza... todos esses sentimentos continuam firmes e fortes. É como se tudo estivesse acontecendo neste exato momento.

A dor e decepção — comigo mesma — de não ter conseguido a tão sonhado e esperada vaga de emprego no Barcelona — que mesmo que eu tenha recebido outras propostas excelentes, esse pensamento ainda me atormentava.

A dor de reviver o momento mais doloroso, triste e cruel da minha vida.

E a dor de saber que o homem na minha vida não me deu a chance de contar a verdadeira história para ele, de sequer ter me ouvido.

E a única coisa que eu tenho sentido vontade de fazer é ficar aqui, deitada nessa cama enquanto intercalo entre encarar o teto branco acima de mim e encarar a tela do meu celular — cujo o papel de parede era uma foto minha e do Pedri, do dia em que ele foi campeão da Supercopa da Espanha.

Eu simplesmente sinto que não tenho forças suficiente para fazer qualquer outra coisa. Nem ao menos comer tenho sentido vontade, porque automaticamente meu corpo parece querer rejeitar qualquer coisa que eu tento ingerir, me deixando completamente enjoada.

Respiro fundo.

E paro para pensar rapidamente em como o meu emocional está afetando drasticamente o meu físico nesses últimos dias.

— A comida vai ficar gelada. — Isabela diz, interrompendo meus pensamentos. — Você precisa comer, amiga, e é melhor que faça isso enquanto está tudo quentinho.

— Eu não quero comer agora, Isa, mas obrigada por ter trazido.

— Não me faça perder o restante da minha paciência, que você sabe que não é muita, logo agora pela manhã. — ela bufa e mesmo que indiretamente, consegue arrancar um sorriso meu. — E eu não estou fazendo um pedido, Maya, estou falando que você precisa e tem que fazer. Simples assim.

Until I Found You | PEDRI GONZÁLEZOnde histórias criam vida. Descubra agora