Capítulo 28 - Se me acompanhar, no caminho eu posso te contar

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Luciano agarrou Martín em beijos mais uma vez assim que os dois homens entraram no hall do sobrado que lhes servia de estadia.

Eram beijos apressados, audaciosos, tão molhados quanto os que o brasileiro dava ao argentino quando queria se deitar com ele.

— Eu disse... que mais tarde... haah, Luciano, que estás haciendo...?! – Martín só conseguiu falar quando a boca do brasileiro desceu para o seu pescoço.

— Tirando todo o ar daquele moleque desgraçado que te tocou.

— Ar que me tocou...? O quão idiota você consegue ser...?

— Eu não quero nenhum outro homem te olhando, Martín... Especialmente agora, não quero e não vou aceitar isso. Já passei dez anos vendo de camarote outros caras flertarem contigo, vendo outros caras... – o brasileiro levantou o rosto, segurando o de Martín com firmeza mais uma vez.

Os olhos do moreno claramente divagaram para alguma imaginação provocadora de ciúmes, porque carregaram de novo uma ameaça – não para Martín, mas, sim, para a perspectiva do argentino minimamente junto de outro homem.

— Não acredito que você realmente está com ciúmes de seus próprios pensamentos? – Martín perguntou, levantando as mãos para tocar o peito de Luciano.

O brasileiro fez bico, manhoso e mimado.

— Tu é meu agora. De verdade.

, eu sou...

— Só meu.

— Só seu...

— Então tu não pode dar moral pra uns pivetes feito Leon não, Martín.

O argentino retirou as mãos do peito de Luciano, balançando a cabeça com a sombra de um sorriso irônico no rosto.

— Estamos de férias. Estamos curtindo um paraíso. E agora estamos... juntos – Martín caminhava pra dentro da casa, colocando as mochilas dos dois em cima de uma cadeira próxima à sala de entrada. — Vamos só aproveitar isso, ? Entendo agora quando você diz que não quer falar de assuntos sérios. Eu também não quero. Eu quero... O que eu quero, é...

O argentino estava de costas pra Luciano. Observava a vastidão de um gramado verde dentre as cortinas das enormes janelas daquela sala, seus pensamentos de novo se perdendo para algum lugar do qual ele não conseguia buscá-los rapidamente de volta.

Essas sensações de sentir-se perdido sem realmente estar pareciam acometer Martín com maior frequência ali naquela Ilha. Quase como se o nível de segurança que o loiro sentisse fosse tanto, que pensar demais parecia-lhe... inútil.

Desnecessário.

Como se ele passasse por um momento de certezas que ele nunca experimentara na vida.

Martín se questionava como ele se permitira ser covarde por tanto tempo, quando sentiu Luciano lhe abraçando por trás.

Os braços morenos e musculosos o agarraram pelos ombros. A boca do brasileiro deu beijos demorados na bochecha do argentino.

— Tu me quer. Não é isso? – Luciano cochichou no ouvido de Martín, terminando a frase que o loiro não conseguia.

O argentino fechou os olhos, recostando sua cabeça pra trás, contra o abraço que o moreno lhe dava.

— O que aconteceu agora pouco... Nós dois... Digo, na frente de outras pessoas... – o loiro tentava encontrar as palavras corretas. — Era assim que você imaginava? É assim que você quer? Eu... me comportei bem?

Private Dreams (BraArg) (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora