Call to say

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~ porque quando seus lábios se encontram com os meus, eu vou fazer você molhar as suas coxas.

Kim não queria ligar para Porchay.

Se ele ligasse, Chay saberia que ele estava indo.

Se ele ligasse, teria que admitir que sua casca não era tão grossa quando se tratava de Porchay.

Ligar significaria admitir que ele tinha cometido um erro e daria motivos para justificar a raiva de Chay. Chay que estava tão bravo por algo que Kim não considerava bom o suficiente. E não era bom suficiente. Por que Kim faria de novo. Ele faria em um piscar de olhos.

Kim não queria ligar para Chay, mas já fazia quase dois dias e já passava da meia noite.

Já fazia dois dias e ele não aguentava mais.

Ele nem sabia se Chay ainda estaria acordado ou se talvez tivesse trocado a senha do elevador. Dois dias e ele nem sabia mais como falar com seu amor direito.

Chay o mandou ir para casa e ele não foi. Ele não queria que Chay visse seu braço como estava. Chay parou de responder as mensagens depois disso e Kim estava com medo.

A raiva de Chay e a saudade que Kim sentia dele assustavam Kim muito mais do que qualquer missão da máfia poderia.

Então ele só foi e se escondeu, ficando, surpreendentemente, por quase dois dias no complexo da família até ser tratado e costurado. Ele durou 47 horas longe de Chay antes de começar a quebrar.

Kim olhou para a enorme fila de carros na frente dele. Bangkok era um inferno na sexta-feira à noite e com aquele tempo.

Ele segurou o volante do Maserati com mais força, seus dentes rangendo e trincando sua mandíbula. As gotas de chuva deslizando pelo parabrisa pareciam zombar dele, lentamente. Tão lento quanto o maldito trânsito. Ele apertou mais forte, seu braço dando uma fisgada. Merda.

Kim respirou, tentando se impedir mentalmente de sair do carro e atirar em todo mundo. Simplesmente abrir caminha para Chay mesmo que a mera ideia de estar perto de Porchay de novo fizesse seu coração bater na garganta.

O príncipe da máfia Kinhan. Tão açoitado e doendo.

Ele respirou. Ele teria que ligar para Chay.

Ele olhou para o painel e o mecanismo de ligação telefônica parecia rir dele junto com as gotas de chuva que agora começavam a cair a sério. Ele apertou o botão.

Um toque, dois.

Chay sabia que era ele quem estava ligando. Ele simplesmente seria ignorado?

Não que ele não merecia.

No quarto toque a ligação pegou. A respiração de Porchay podia ser ouvida do outro lado da linha, mas sem dizer uma palavra.

"Porchay." - Kim disse com a voz plana.

Outra respiração do outro lado da linha e ainda nenhuma palavra. Porchay o estava castigando.

"Chay." - Kim disse com a voz mais suave. - "Estou indo".

Mais uma respiração e a ligação caiu deixando Kim com o barulho mudo do telefone.

Droga. Chay estava realmente muito bravo. O braço de Kim deu outra fisgada. Chay estava bravo e seu braço estava doendo pra caralho. Magnífico.

Kim se parabenizou por sua astúcia. E ele sabia, sabia que provavelmente o melhor a ser feito era se manter um pouco longe, respeitar a raiva de Chay, deixá-lo sentir toda a revolta, ele sabia exatamente como era lidar com o caos de seu mundo.

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