Capítulo 3 - A Luz no Fim do Túnel

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"A dor é uma constante na vida, mas é a forma como lidamos com ela que molda nosso destino. É fácil se deixar levar pelo abismo da tristeza e da desesperança, mas é preciso ter coragem para resistir e encontrar a luz no meio da escuridão. Às vezes, essa luz vem de onde menos esperamos, nos mostrando que a vida é uma jornada imprevisível e cheia de surpresas."

Hannah se sentiu exausta de lutar contra seus sentimentos e pensamentos negativos. Ela se perguntou se a morte seria uma forma de escapar da dor e do vazio que sentia desde que sua mãe morreu.

Seus olhos encheram-se de lágrimas quando ela se lembrou daquela noite fatídica, o som do pneu estourando, a batida violenta, os gritos, a sensação de impotência enquanto assistia sua mãe morrer na sua frente.

Hannah sentiu-se incapaz de continuar vivendo sem sua mãe, sua melhor amiga, seu porto seguro. Ela olhou para os trilhos do metrô com uma sensação de entorpecimento, imaginando o metrô se aproximando rapidamente e esmagando seu corpo.

O barulho do metrô se tornava mais alto e intenso, quase ensurdecedor. Hannah sentiu um calafrio percorrer todo o seu corpo, mas ao mesmo tempo, uma estranha sensação de paz a envolveu. Ela olhou fixamente para o trilho do metrô, sentindo a vibração das rodas no chão.

Ela fechou os olhos por um momento e se perguntou se era assim que a vida acabava. Será que tudo o que ela havia vivido até agora, as alegrias, as tristezas, os amores e as perdas, seriam apagados com um som ensurdecedor e um breve momento de escuridão?

Ela pensou na mãe, que havia partido tão repentinamente. Será que ela sentiu essa mesma paz quando estava morrendo? Ou foi apenas dor e sofrimento?

Hannah sentiu um frio na barriga quando percebeu o quão perto estava do fim. Ela havia chegado ao limite do trilho do metrô. Cada pensamento, cada sentimento de dor, solidão e desespero a haviam levado a esse momento. Ela sentiu seu pé dar um passo em direção ao abismo, quase sem perceber que estava prestes a se jogar.

Mas, antes que pudesse cair, ela sentiu um aperto em seu braço. Alguém havia aparecido e a puxou para longe da borda do trilho. Quando ela ergueu os olhos, viu um jovem com olhos preocupados e uma expressão de pânico no rosto. Ela se debateu por um instante, tentando se soltar, mas o jovem que a segurava não a soltou, ele a segurou firmemente, como se temesse que ela pudesse se soltar e se jogar a qualquer momento.

Hannah sentiu uma mistura de emoções passar por ela. Ela estava grata por ter sido salva, mas também sentiu uma pontada de raiva por ter sido impedida de fazer o que queria. Ela se perguntou quem era esse estranho que havia aparecido do nada e por que ele havia se importado o suficiente para salvá-la.

A jovem mulher olhou para o metrô que passava em alta velocidade, sentindo o ar quente em seu rosto e o barulho ensurdecedor ecoando em seus ouvidos. Ela se perguntou o que teria acontecido se o jovem não tivesse chegado a tempo. Teria sido o fim para ela.

Depois de alguns segundos, ele a soltou e Hannah tentou falar alguma coisa, mas as palavras pareciam ter desaparecido de sua mente. Ela apenas olhou para ele, ainda tremendo.

- Você está bem? - Ele perguntou, sua voz suave e gentil.

Hannah sentiu um nó se formando em sua garganta, impedindo-a de falar. Ela tentou abrir a boca, mas as palavras pareciam ter desaparecido de sua mente. Ela se sentiu paralisada, olhando para o rapaz à sua frente. Ele parecia tão preocupado, tão gentil. Ela não conseguia entender por que um estranho se importaria com ela.

Hannah lutou para encontrar as palavras certas, mas elas não ainda estavam lá. Ela queria dizer a ele que não estava bem, que sua dor era esmagadora. Mas ela se sentiu incapaz de colocar em palavras, sua voz falhou, ela não conseguia falar qualquer coisa. Sentiu-se envergonhada e fraca por não conseguir articular suas emoções. Ela finalmente conseguiu reunir a coragem para responder, acenando com a cabeça lentamente.

- Seja lá o que você esteja passando, a morte não é a solução. - disse ele, seus olhos fixos nos dela. Hannah se surpreendeu com a declaração, sentindo-se exposta e vulnerável. Ela nunca tinha visto esse estranho antes, mas de alguma forma era como se ele soubesse exatamente o que ela estava pensando.

A moça olhou para ele com olhos arregalados, tentando entender como ele poderia saber o que ela estava passando. Ela se perguntou se ele estava falando por experiência própria ou se tinha algum tipo de dom especial para ler a mente das pessoas.

Hannah sentiu uma onda de emoção e curiosidade se espalhar por ela, mas ainda não conseguia encontrar as palavras para responder. Ela permaneceu em silêncio, seus olhos fixos nos dele, tentando decifrar seus pensamentos e entender o que ele queria dizer com aquilo.

- Viva. - disse ele essa simples palavra, novamente usando um tom gentil, porém firme. Ele se virou e começou a andar em direção à saída.

Hannah ficou ali parada, observando o rapaz se afastar em direção à saída da estação. Ela ainda não sabia o nome dele, mas sentiu como se tivesse acabado de encontrar um anjo em meio ao caos que era sua vida.

- Viva. - repetiu ela para si mesma, deixando aquela palavra ecoar em sua mente. Era uma palavra tão simples, mas que parecia tão difícil de seguir em sua situação atual. Ela olhou para os trilhos do metrô novamente, sentindo uma onda de tristeza e incerteza.

O que ela deveria fazer agora? Como seguir em frente depois de perder a pessoa mais importante em sua vida? Ela suspirou e se afastou da borda do trilho, tentando ignorar a voz em sua cabeça que insistia em lhe dizer que a morte era a única solução.

Hannah saiu da estação, ela olhou para o céu, pensando em como sua mãe costumava dizer que cada novo dia era uma nova oportunidade para ser feliz. Ela sabia que era mais fácil falar do que fazer, mas decidiu que ia tentar seguir em frente, pelo menos por um dia de cada vez.

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