primeiramente, queria me desculpar por qualquer erro que possa existir, faz um tempo que não escrevo uma one shot.
escutem a música "sweet nothing - taylor swift" durante a leitura. 💞
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Sempre que os apaixonados falam da paixão, a tratam com um sorriso no rosto. Sempre que os amadores falam do amor, o tratam com ele próprio: amor.
Clara nunca imaginou amar e ser amada, pois nunca tinha recebido isso, e dizendo a verdade, não conseguiria antes. Ela não se amava, não se valorizava, então como queria amar alguém? Era um pedido para se machucar.
Porém, agora ela sabe o tanto que o amor é bom, intenso e, quando saudável, se torna uma das melhores sensações possíveis. Como ela chegou a essa conclusão? Pela cena que acontece agora.
Helena está deitada do seu lado, dormindo tranquilamente. É uma manhã preguiçosa de domingo, e acordar com a imagem que Clara vê, pode ser considerado um 'bom dia' e tanto.
Ela pensa no quanto Helena parece um anjo dormindo, o cabelo bagunçado, os olhinhos inchados e o edredom cobrindo sua pele. Clara coloca uma mecha atrás da orelha da outra, sentindo o perfume fraco, porém inebriante, que o corpo exala. Ela resolve pegar uma folha de papel e uma caneta da cômoda ao lado, e começa a escrever uma carta. Uma carta de amor.
"Queridíssima Helena,
Eu não sei muito bem o que escrever aqui, porém, o motivo de querer fazer isso é explícito para mim: eu quero amar! Quero dizer o quanto amo. Quero poder fazer o que nunca tive oportunidade.
Então, se um dia você achar isso em algum lugar, saiba que, desde o primeiro contato que tivemos, desde a primeira vez que ouvi sua voz, eu me senti uma pessoa diferente.
Não sei como posso rotular esse "diferente". Conexão? É uma boa hipótese.
Eu acho que, dentre essas 8 bilhões de pessoas no mundo, só podia ser você a qual eu sentiria tudo isso, todo esse carinho, cuidado, amor.
Eu procurei isso em quem não tinha nem ideia de como esses sentimentos funcionavam e, em consequência disso, eu acabei não descobrindo eles, até você me mostrá-los. E fez isso de uma forma tão linda, que a conclusão só podia ser feliz, só podia ser comigo experimentando isso com você.
Obrigada. É isso que eu quero transmitir - além de todo o amor - com essa carta.
O meu mundo se torna mais colorido quando os meus olhos encontram os seus. A sombra no meu coração se ilumina com seu sorriso caloroso. Minha boca anseia em todo momento encontrar a sua, me fazendo sentir estrelas - ou todas as constelações existentes - debaixo da minha língua. Eu vi a vida ter um pouco mais de sentido depois de descobrir que tudo isso existe.
Por favor, não esqueça do quanto o meu amor por você é verdadeiro, do quanto amo todos seus detalhes, desde seus traços perfeitamente desenhados até suas expressões meramente engraçadas quando se irrita.
Eu, Clara - a sua Clara - escrevo todas essas palavras com todo o amor existente.
obs: ah, o Sol fica mais brilhante quando encontra seu rosto de manhã."
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– Amor, você já tá pronta? - Disse Helena, passando a escova de pentear no cabelo, ajeitando-o.
Ela e Clara iriam sair jantar, e como a outra demorava para se arrumar, Helena já estava perguntando para não se atrasarem.
– Calma aí! Vou tomar banho. Trinta minutinhos e eu fico pronta! - Respondeu já correndo para o banheiro, sabia que não podia demorar muito.
Enquanto Clara estava no banho, Helena abriu a gaveta da cômoda que ficava ao lado da cama, e viu um papel dobrado com um coração escrito "H + C".
A mulher, primeiramente, achou que era apenas isso, porém, já abriu um sorriso pela fofura do ato. Ela resolveu desdobrar a folha, e se surpreendeu ao ver um texto escrito com a caligrafia impecável de Clara.
Leu aquilo com um misto de alegria, amor, carinho, e tudo que é sinônimo disso.
– Quanto amor! - Sussurrou Helena, não conseguindo controlar seus pensamentos apenas para si.
A outra mulher que estava saindo do banheiro, escutou isso e pensou: "E cada dia esse amor cresce!"
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– Ei! A gente podia ir na praia né? Eu sei que tá tarde, mas faz tanto tempo que eu não caminho à noite lá. Podíamos fazer tipo um segundo date de hoje. - Clara falou de uma forma divertida, e a outra mulher sorriu.
– Eu topo! - Helena falou já entrando no carro, com Clara fazendo o mesmo.
A praia era perto, dando tempo delas escutarem duas músicas durante o trajeto.
– Nossa, como a praia fica linda nesse horário! Acho que só tinha vindo uma ou duas vezes com a presença da Lua em vez do Sol. - A personal falou com um ânimo característico dela.
– Aí, eu adorava vir caminhar à noite na praia, me fazia relaxar. - A outra falou jogando a cabeça para trás, o vento batendo no seu cabelo.
– Você é linda! Não me canso de falar isso. - Enquanto falava, Helena fazia carinho na mão da outra entrelaçada com a sua.
Clara corou, ainda não tinha se acostumado com todo esse carinho e, para falar a verdade, acha que nunca irá se acostumar com o cuidado recebido de Helena.
– Eu te acho a mulher mais linda do mundo. - Elogiou a mulher de cabelos curtos também. – Vamos sentar ali naquele banco? - Disse sem nem dar tempo de Weinberg responder.
– Clara, me diz uma coisa aqui. Por que você fez uma carta para mim e não me contou, hein? - O sorriso no rosto entregava que a personal estava se divertindo enquanto perguntava.
– Ah, eu... Tá bom, vou te falar a verdade. O coração da Clarinha aqui não estava aguentando tanto amor guardado e resolveu escrever uma carta. E tudo que eu escrevi ali é verdadeiro. Para falar a verdade, acho que todos esses sentimentos se multiplicaram.
– Eu achei a coisa mais linda, sério. Achei que meu coração ia saltar para fora de tanto que batia. E tudo é recíproco, viu. Eu agradeço todo dia por quem quer que seja - destino, algum Deus, alguma força da natureza - que tenha colocado você no meu caminho.
Clara deitou sua cabeça no colo de Helena, permitindo-se relaxar com o carinho que recebia. Seu sorriso com o ato fez com que a mulher de cabelos curtos agradecesse mais uma vez.
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Cada uma delas gostava de coisas diferentes, isso era claro.
Porém, os doces nadas que o amor trazia consigo eram tão encantadores para as duas, que, ironicamente, nada se igualava a esse sentimento de doçura imediata. Da vontade de abraçar, beijar, amar.
Então, quando disserem que o fim está próximo, elas vão correndo para casa, para as palavras doces ditas uma a outra.
Tudo que vão pedir são doces nadas.
