Capítulo 4 - Perdido em Si Mesmo

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"A maior batalha que alguém pode enfrentar é a luta contra seus próprios demônios internos. Mas, às vezes, o ato mais corajoso que podemos fazer é ajudar alguém que está lutando contra os mesmos demônios."

Alex caminhava pelas ruas escuras, com a cabeça baixa e as mãos no bolso, tentando afastar os pensamentos que o assombravam. Ele se perguntava por que se envolveu naquela situação e se deveria ter se afastado, já que ele também tinha seus próprios problemas para lidar. Mas, algo naquela garota o tocou profundamente, talvez fosse a tristeza estampada em seu rosto, ou a sensação de solidão que ela parecia carregar consigo, fosse o que fosse ele não conseguiu ficar indiferente.

O vazio dentro dele parecia maior a cada passo que dava. Ele se sentia sozinho e perdido, sem ter para onde ir ou com quem conversar. As ruas estavam vazias e silenciosas, assim como a sua mente. Ele pensou em ligar para algum amigo, mas que amigo ele realmente tinha? Todos eram apenas conhecidos. O melhor a se fazer era ir para casa.

Quando finalmente chegou em casa, encontrou a casa vazia, sua mãe e padrasto haviam saído. Ele pegou a chave reserva que sempre ficava embaixo do tapete, abriu a porta e trancou-se em seu quarto. Alex sentiu o coração acelerar ao entrar em seu antigo quarto, as paredes vazias e o silêncio ao seu redor eram uma lembrança dolorosa de anos atrás. Ele sabia que não era um lugar feliz, mas não tinha para onde ir.

Alex se jogou na cama, sentindo o colchão afundar sob seu peso, ele sentiu o toque frio do lençol em sua pele. Ele se arrepiou, mas não pela temperatura, e sim pela tristeza que o envolvia. Aquele era um quarto que ele costumava chamar de lar, mas agora parecia estranho e desconfortável. Ele olhou em volta, observando os móveis antigos que ainda estavam no lugar.

A sensação de cansaço era esmagadora, mas mesmo assim ele não conseguia dormir. Seu coração estava inquieto, lembrando-se do encontro com a garota na estação de metrô. Ele se viu nela, seus olhos verdes refletindo a mesma tristeza profunda que sentia em seu próprio coração. Por que ele tinha dito aquelas palavras para ela? Ele mesmo lutava contra seus próprios demônios internos e mal conseguia encontrar a paz em sua própria vida.

Ele se virou na cama, olhando para o teto branco e vazio. Pensou novamente na garota, imaginando o que poderia ter acontecido se ele não a tivesse impedido de se jogar na frente do metrô. Talvez ela já estivesse morta agora. Ele fechou os olhos e suspirou. Talvez ele não tenha feito isso só para ajudar a garota, mas também para ajudar a si mesmo. Afinal, suas palavras também se aplicavam a ele.

Finalmente, ele decidiu parar de pensar nisso e tentar dormir. Fechou os olhos e respirou fundo, tentando afastar todos os pensamentos da mente. Mas a imagem da garota continuou aparecendo em sua cabeça, e ele se perguntou se ela estaria bem. Ele não sabia nada sobre ela, além de seu rosto triste e os olhos verdes brilhantes. Ele esperava que ela encontrasse a ajuda que precisava para superar seus próprios problemas.

Ele fechou os olhos novamente, tentando encontrar um pouco de paz, mas seus pensamentos não o deixavam em paz. Então, ele decidiu levantar e caminhar pelo quarto. Ele olhou para as paredes, tentando encontrar alguma inspiração. Seus olhos pararam em uma foto de quando era criança, sorrindo ao lado de seu pai. Ele se sentiu nostálgico, lembrando-se dos dias felizes que passou com ele antes de tudo desmoronar.

Alex sentiu um aperto no peito, mas respirou fundo e sacudiu a cabeça, tentando afastar as lembranças dolorosas. Ele caminhou até a janela, observando as estrelas brilhando no céu escuro. Ele se perguntou o que seria de seu futuro, e se ele realmente conseguiria superar seus próprios problemas.

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