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~ Conversa ~

Por favor, não chore... — Katsuki estava fazendo carinho nos cabelos de Aiko, que estava com a cara enfiada no peito do loiro. — Chorar não adianta nada.

— Mas dói. — A coitada não tinha se acostumando com a dor de uma cólica, Bakugou fazia de tudo para aliviar um pouco a dor dela, até ajudava, mas durava pouco. — Eu quero doce.

— Não.

— Por que não? — Ela levantou a cabeça com os olhos lacrimejandos e as pupilas dilatadas.

— Você já comeu muito doce, não quero que fique diabética. — O loiro rolou com cuidado, deixando Aiko por baixo e pegou uma coberta para cobrir o corpo da menor. — Vou fazer a janta e você fica aí vendo desenho, tá?

— Nossa, você me faz parecer uma criança... — Ela resmunga ligando a televisão do quarto.

Bakugou não responde e apenas sai do quarto. Ela queria o que? Que ele a tratasse igual a uma adulta super madura? Ele não faria isso tão cedo.

Katsuki foi até a cozinha, estalando o corpo, e não deu um minuto, Aiko já estava na cozinha junto ao loiro com uma cara emburrada.

— Eu quero carinho.

— Escolhe, comida ou carinho? — O loiro se aproximou de Aiko, dando um beijo na testa da mulher, que do seu lado, parecia uma adolescente. O que o grifo tinha de altura, era o que a forma humana faltava.

— Os dois, pode ser? — Ela sorriu para o loiro e ele concordou.

Não tendo absolutamente nada para fazer, Aiko se sentou na cadeira do balcão, encarando a bunda do loiro enquanto ele cozinhava e andava para lá e para cá, pegando panelas e ingredientes, a mulher não fazia a mínima ideia do que ele estava cozinhando mas não preferiu perguntar.

— Katsuki? — Ela o chamou e ele apenas murmurou algo lhe mostrando que estava prestando atenção. — Eu irrito você?

Bakugou parou o que estava fazendo e se virou para olhar o rosto chateado da mais nova que estava debruçada no balcão.

— De onde você tirou isso? — Ele secou a mão em uma toalha de prato enquanto dava a volta na ilha da cozinha para se sentar do lado dela.

— Não sei... As vezes sinto que irrito você.

— Você não me irrita, não me incomoda e não me atrapalha. Eu adoro as suas perguntas bestas, como por exemplo o dia do secador. — Ele bagunçou os cabelos dela e se levantou indo para a beira do fogão de novo. — E eu não tenho o direito de reclamar, na verdade, não tenho direito de nada... Como você me permite perto de você mesmo depois do que eu fiz?

Pronto, Bakugou tinha soltado a dúvida que ele tinha em sua cabeça, tirou a pedra do seu sapato, o corrompimento que tinha em sua alma, e tudo isso ia melhorar ou piorar de acordo com a resposta de Aiko.

Aiko o olhava e depois desviava o olhar junto do rosto para esconder o rubor em suas bochechas, Katsuki não quis saber o porquê de seu nervosismo, só queria saber o porquê.

— Porque naquele dia... Você não teve cem porcento da culpa... — Ela se encolheu na cadeira e olhou para baixo.

— Como eu não tive culpa!? Eu cheguei bêbado e te forcei a fazer coisas que você não queria! — Ele desligou o fogo e se aproximou do balcão, de frente para ela.

— B-Bakugou é... — Ela estava nervosa e envergonhada, não sobre o assunto mas sim consigo mesma.

— Nada que você dizer vai mudar isso, Aiko. Eu não quero que você fique comigo porque tem pena de mim, eu não quero que você fique comigo porque eu quero que você fique, eu quero que você fique porque...

— Eu deixei você fazer aquelas coisas comigo, okay!? — Ela disse se encolhendo na cadeira e abraçando seus joelhos, ela, por algum motivo não se arrependia do que fez, mas também, sabia que não era certo, era muito cedo para isso e eles não tinham nem uma relação amorosa.

Katsuki ficou parado, processando a informação, ela havia deixado, isso era de mais, Bakugou não conseguia engolir isso quieto.
Por quê ela deixaria ele fazer aquelas coisas com ela? Ninguém faz esse tipo de coisa, bom, ninguém que ele conhecia, tirando a Uraraka.

— Não consigo acreditar. — Ele franziu cenho e sentou na cadeira sem quebrar contato visual. — Explica direito.

— Eu não tenho o que explicar! Eu deixei e pronto! — Ela reclamou olhando para o rosto dele . — Você não me obrigou, se é isso que te preocupa.

— Se eu não te obriguei, porque contou a Mina que eu tinha feito o contrário? — Ele a olhava sério, ele não queria que a conversa chegasse até onde está, mas agora já era.

— Eu não disse que você tinha me obrigado! Ela perguntou quem fez as marcas no meu corpo e eu disse que foi você, ela tirou as próprias conclusões.

— E por que apareceu chorando? Como se eu realmente tivesse feito isso? — Ele estreitou os olhos e Aiko sentiu os dedos dos pés e das mãos formigar em.

— Eu estava nervosa e morrendo de vergonha por ela ter me visto naquele estado! Estava todo mundo gritando, eu entrei em desespero, não estava acostumada com tanto tumulto! — Katsuki podia ver seus olhos lacrimejandos e vermelhos, mas ela secou os olhos antes das lágrimas rolarem.

— Por que você não disse isso para ela?

— Ela não acreditava em mim, falava que eu estava dependente de você emocionalmente e por isso estava inventando desculpas para voltar! — Aiko escondeu o rosto nos joelhos e começou a desabar.

Bakugou olhou ela tremer e se levantou, dando a volta na ilha da cozinha e se aproximando dela para pegá-la no colo e a levar para o quarto, a cozinha estava fria e ela estava nervosa, uma coberta quente iria ajudar... Talvez.

— A culpa é minha! — Ela tentou empurrar o loiro colocando as mãos em seu peito, na tentativa de afasta-lo. — Eu deixei isso acontecer! Eu podia ter falado com ela que era tudo um mal entendido!

— Você não tem culpa... Você estava muito assustada para raciocinar direito. — Ele pegou as pernas dela e as levantou e foi até o quarto.

O corpo de Bakugou passava seu calor para o dela, por sua individualidade, a temperatura corporal de Bakugou era um pouco acima do normal.

— Me desculpe... Eu não tive coragem de contar a você. — Ela soluçava no pescoço do loiro enquanto seu rosto ficava vermelho e esquentava, por algum motivo, quando Aiko chorava sua cabeça doía também, era bem ruim.

(N/A: A fala do Carioca: "Bem ruim" e "Muito pouco")

Bakugou a deixou na cama e tentou consolar a menor de várias formas mas nada funcionava, deu comida a ela e depois ela foi tomar banho, sem olhar para a cara do loiro.

— A culpa foi minha... Não é? — Ambos já estavam deitados na cama, enrolados na coberta e Bakugou tentando esquentar Aiko.

— Pare de falar bobagens ou eu te jogo no forno pra te comer no almoço! — Ele apertou o abraço.

— Você não teria essa coragem...

— Cala a boca. Eu não devia ter tocado no assunto e... — Bakugou não terminou de falar quando escutou o ronco baixinho de Aiko, ele se esqueceu que chorar fazia ela dormir mais rápido.

Até esqueceu as dores menstruais.










































































De quem é a culpa nessa porra!? Nem eu sei!

Sumi por um tempo mais tô viva 🤧

𝔘𝔪𝔞 𝔠𝔬𝔦𝔰𝔞 𝔠𝔞𝔦𝔲 𝔫𝔬 𝔪𝔢𝔲 𝔱𝔢𝔩𝔥𝔞𝔡𝔬.Onde histórias criam vida. Descubra agora