Os primeiros raios de sol entraram pela janela do andar de cima do pequeno sobrado trazendo Josué de volta para o mundo real, ao abri os olhos a imagem do pequeno quarto era sempre reconfortante, a cômoda do lado da cama, a computador em uma pequena mesa, alguns livros velhos em uma instante que desafia todas as leis da gravidade ao ainda estar em pé, um tapete que a cor já se perdeu entre o vermelho o laranja e o mofo a porta meio aberta que dava para o corredor que ligar a pequena sala e a cozinha, mais a parte favorita do seu quarto para Josué era a janela, a mesma janela que lhe traz de volta a sua vida tão modesta é a mesma que lhe dar visão da sua rua que contrasta muito, de um lado são pequenos prédios que se dividem entre lojas, restaurantes e bares e do outro alguns condomínios com requinte próximos à universidade, a tão sonhada universidade que fornecia a maioria dos seus amados clientes, alguns não tão amados mais mesmo assim clientes, mais ele não pode reclamar do público do seu pequeno bar, são moças e rapazes com dinheiro e que mesmo quando arrumam confusão não sair quebrando tudo e nem precisa da presença da polícia para repor a ordem no lugar, graças a seu velho pai que Deus o tenha, Josué herdou um pequeno imóvel que no começo pareceu só mais um pedaço de lixo que fica para a maioria dos filhos de classe media quando os pais morrem e que não podem reclamar por ser melhor do que nada.
A ideia de vender sua herança e comprar uma moto e viver as aventuras do sonho de adolescente batiam forte a sua cabeça, tão tentadoras quando tolas, até que um dia em uma conversa no horário de almoço com Pedro seu colega e parceiro de trabalho que lhe abriu os olhos para a oportunidade de ouro.
-- Porque ainda vem a essa firma se matar igual a todos nos que não somos herdeiros.
-- Por ser pobre igual a todos vocês?
-- Deixa disso tem em tuas mãos a oportunidade de ouro.
Na maioria das vezes eu odiava o quando Pedro era positivo, sempre vendo as coisas boas e aceitando tudo como merecido, não me lembro da última vez que a vi reclamar de alguma coisa, todos esses anos de trabalho juntos nunca vi reclamar nem se quer de um pagamento atrasado de um aumento de trabalho dentro da firma, parece que o mundo de Pedro era melhor que o meu, mas também não era nenhum santo, muito menos um cavaleiro de armadura, conheço muito bem seu fraco, mulher, se amar as mulheres é apreciar suas qualidades em particular considero meu amigo o homem que mais ama na vida, é do tipo que não vai lembrar se bateu o ponto ou não na hora certa mais lembra com detalhes o mínimo sinal na bochecha de uma mulher.
-- Então me diga logo, deixe de mistério e me mostre o que não estou conseguindo enxergar.
-- Amigo, sair da firma pega teu acerto de contas reformar aquela espelunca e transforma em um pequeno bar, e vai viver a vida trabalhando por conta própria, a rua onde fica aquilo tem mais comercio para bebidas do que você imagina.
-- Eu dono de bar? Só me faltava essa, não pago nem meu aluguel.
-- Ficou cego depois tanto tempo olhando para as notas e arquivando a mercadoria no estoque? Ou apenas esta se fazendo de burro?
-- Meu Deus Pedro, quando tu quer, tu sabe ser insuportável.
-- Pensa direito, e um sobrado mora na parte de cima, trabalha a noite em baixo no teu próprio bar, e ainda além do sonho de todo pobre de ser patrão tem o benefício, sempre vai olhar as lindas moças da faculdade, esses anjos que Deus deixou na terra, que dão razão para a gente tolerar toda nossa luta e sofrimento na terra.
-- Graças a Deus que o horário do almoço já acabou e vou voltar para o trabalho vai ser a melhor coisa que vai acontecer, e se um dia a polícia federal te procurar por essas ideias a gente nem se conhece.
-- Sempre engraçado, pensar bem sobre isso, depois me dar umas cervejas na inauguração do teu boteco.
Quem diria que uns dias ruins no trabalho, um termino em um relacionamento e algumas cervejas para aumentar as forças da loucura e dar a coragem de sair do que os jovens que chegam no bar chamam de zona de conforto, meses depois me vejo olhando pela janela toda manhã e vendo como o desgraçado do Pedro era mais inteligente e visionário que eu, aquele desgraçado sempre vai lembra dessa conversa e usar como carta coringa para ganha uma cerveja de graça, mais isso até que não me incomodar, os negócios vão bem e desde que ele fique longe das clientes vai ficar tudo bem, foi um processo grande de adaptação, entre a reforma do bar que foi a menor das coisas, os rapazes da firma ajudaram muito no trabalho pesado, e alguns deles até que sinto falta, eram bons colegas, acho que colegas nem sempre são bons, mais aqueles eram e por isso sempre lembro deles.

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Mesa 5
RandomA vida de Josué muda totalmente quando ele começa a escrever um diário a pedido de sua analista, ele que usar o nome de John para combinar com seu bar o "Jhonys Bar" nome que adoto por acreditar que ficaria mais próximo de seu público (Jovens de fac...