Capitolo Nono: Encenando para todos.

336 19 0
                                    

A situação parecia estar a favor de Cecília.

Ela havia se sentado à mesa para tomar o desjejum, sob ordem de Hugo e enquanto eles comiam tranquilos, Ítalo entrou na sala de jantar os interrompendo.

— "Don"– Chamou primo, olhando espantado para a ruiva ao lado de seu amigo.

— Seja direto, primo! – Rosnou Hugo o observando.

O homem ajustou a postura e encarou Hugo, voltando de seus pensamentos confusos. Ele, por um instante, achou estranho ter visto Fiorella a mesa com o amigo, mas teve que ignorar.

— Está tudo pronto! Partiremos em uma hora. – Disse ele, olhando para a ruiva mais uma vez e com o cenho enrugado.

— Certo. Onde está Katherine? – Perguntou ele, confuso. Ele se referia a amiga de Mirella, que era estilista e faria um lindo vestido para Fiorella.

Hugo não o olhou diretamente ao fazer a pergunta, ele segurou a xícara de café e levou aos lábios, esperando que o amigo pronunciasse.

— Luigi já cuidou disso. Ela estará lá, esperando pela senhora Scopelli. – Disse ele, tendo os olhos de Cecília assustados, direcionando a ele.

— Eu? O que tem eu? – Perguntou ela, com curiosidade na voz. Quando ela ia mover os lábios para falar algo novamente, Hugo segurou a mão dela em cima da mesa e encarou Ítalo, com sua áurea autoritária.

— Certo, já iremos. – Disse ele, se levantando e antes que Cecília percebesse, Hugo segurou a mão dela e o puxou com ele.

Eles foram juntos escada a cima e assim que chegaram no enorme corredor, Hugo a soltou com rispidez.

— Ei! O que foi? O que fiz de errado? – Perguntou Cecília, alisando o pulso.

— Por que sempre está na defensiva? – Perguntou Hugo, a encarando friamente. — por acaso está fazendo algo escondido?

— Não é isso. Às vezes parece que você tem dupla personalidade. Estávamos tomando café e nem terminamos de comer, quando me puxou dessa maneira. O que eu fiz? – Perguntou ela, o fitando com raiva.

Hugo sorriu de forma desdenhosa e começou a andar em direção a garota; a cada passo que ele dava para frente ela dava um para trás e só parou, quando sentiu seu corpo bater na parede.

Hugo, então, a encurralou, espalmando os braços ao lado do corpo de Cecília, a assustando.

— Sou eu quem tenho dupla personalidade ou é você quem está agindo de forma estranha? Por acaso, quer virar assunto entre os nossos parentes? – Perguntou Hugo entre dentes, a encarando com fúria.

E quando ele disse parente, ele se referia aos seus homens.

Eles tinham mania de se considerar parentes pela lealdade e não por sangue e uma das regras sobre esse código de lealdade, era não terem segredos.

E Hugo parecia estar escondendo algo, protegendo a esposa.

Aquilo era muito ruim, pois, aparentemente, ele havia desistido de seu plano e isso significava que ele estava fraquejando.

"A fraqueza era inaceitável para alguém de poder" e Hugo não poderia deixar que uma "Simples" mulher, mexesse tanto com a cabeça dele.

Os olhos de Hugo estavam vincados aos de Cecília; ele queria a torturar, sentiu uma vontade descontrolada de acabar com tudo de uma vez.

Ele levantou as mãos, indo até o pescoço dela, mas ao ver a ruiva fechar os olhos amedrontada, Hugo apertou forte os punhos e acertou a parede.

"Ah"! Cecília gritou, se encolhendo e aquilo fez com que Hugo se pegasse observando a garota. Ele encostou a cabeça na parede se mantendo próximo a ela e então, segurou firme a parede se abaixando até ela.

DESCEDENTES DA MÁFIA- A NOIVA DO CHEFE.Onde histórias criam vida. Descubra agora