|Cidade baixa, Pertana.†
Assim como minha mãe e minha tia, eu vivo sozinha mas diferente delas eu continuo viva, o que é bem surpreendente, já que elas morreram porque viviam sozinhas. Minha mãe foi acusada de bruxaria porque não era casada, tinha uma filha, morava com a minha tia e supostamente elas eram um casal. Depois que minha mãe foi condenada, minha tia fugiu comigo para a cidade baixa, ela conseguiu ficar escondida por um longo tempo mas infelizmente a encontraram, me sinto muito culpada por não ter feito nada para ajudá-la, sinto tanta falta dela.
Eu era muito pequena não lembro da minha mãe, mas lembro da sensação de tê-la por perto, é estranho, mas é um estranho bom. Minha tia me criou até os meus dezesseis anos, foi como uma mãe para mim, ela foi incrível e quando eu fiquei sem ela, me senti perdida e abandonada, gosto de lembrar dos momentos incríveis que tivemos é a única coisa que me faz feliz hoje, lembrar de como éramos juntas.
Moro na cidade baixa, Pertana. Pertana é um reino pequeno mais ainda assim muito poderosa e relevante para os reino vizinhos. Pertana é dividida em duas partes, a parte alta onde a maioria era nobre e a parte baixa onde a sua maioria eram camponeses pobres, eu moro na parte baixa apesar de um pouco afastada do vilarejo.
Não aceitavam uma mulher solteira e que mora sozinha trabalhando, mesmo que eu abrisse um armazém ninguém compraria nada então tive que fazer minhas próprias roupas e plantar e caçar minha própria comida.
Ainda estou na cama pensando em como as vezes eu odeio o silêncio, decido levantar quando o primeiro raio de sol queima meus olhos. Levanto e vou para o quintal onde fica um poço pequeno, pego um balde com água e levo pra dentro de minha casa, ponho o balde no chão e com um caneco pego a água e despejo na bacia de metal branca com as bordas enferrujadas perdendo sua tintura branca que fica em cima da minha penteadeira, termino de encher a bacia e finalmente lavo meu rosto e meus braços para então começar a preparar alguma refeição.
Não tinha como eu ganhar ou conseguir moedas então tive que roubar algumas sementes do vilarejo, hoje eu tenho uma grande orta, a maioria dos alimentos apodrecem porque são muito pra mim, as vezes levo alguns ao vilarejo e procuro por alguma criança sem teto mas de nada serve já que não tem como preparem uma boa refeição. Não apareço muito no vilarejo pôs são muitos os olhares de recriminação.
Pego um cesto e vou até a orta que fica atrás da casa pego uma abóbora e alguns morangos, eu moro mais afastada do vilarejo quase ninguém vem para esse lado justamente porque eu moro aqui mas não me incomodo gosto da paz, minha casa e cercada pela floresta de pertana mais adentro da floresta tem um riacho onde eu vou sempre que posso para me banhar, ultimamente não tenho ido muito porque alguns jovens tem ficado muito lá.
Saio de meus pensamentos quando sinto alguém me olhando de dentro da floresta mas não consigo ver quem é ou se é só delírio meu, decido entrar e ignorar essa sensação, ponho a cesta em cima da mesa e começo a preparar uma refeição, desde os 13 eu me cuido sozinha não me gabo por isso a maioria das mulheres aprende muito mas cedo que eu para que se casem mais cedo e não fiquem encalhadas,
Mas desde os meus 14 decidi que não iria me casar e aqui estou solteira ainda e não me importo.Com o almoço preparado decido pegar um livro enquanto ainda não esfria, pego o diário de minha mãe pela primeira vez desde que minha tia me deixou, antes de partir minha tia disse para que eu só pegasse ele quando tivesse idade suficiente para entender... Não sei o que eu deveria entender mas acho que 21 já é idade suficiente para entender o que quer que fosse. Ainda sinto muito falta de minha tia, ela era incrível.
Abro o diário de mamãe e um barulho alto soa lá fora, me assusto e acabo deixando o diário cair, ignorando-o completamente caminho em direção ao barulho para ver qual seria a causa, certamente algum animal, um coelho talvez, eles vivem por aqui, assim que saio vejo o quintal bagunçado, algumas plantas destruídas e minhas pedras que antes penduradas agora estão no chão espalhadas escuto outro barulho que vem da orta, vou devagar e em silêncio pego um galho caído do chão e empunho como se fosse uma espada, escuto um barulho da floresta de algo grande andando mas não me arrisco a ir lá procuro com meus olhos o que quer que seja, vejo algo saindo de trás de uma das árvores e vejo que é um gato; Um lindo gato preto ele ou ela vem até mim e se esfrega na minha perna por cima do tecido do vertido e ronrona, me abaixo para acaraciar o gato e ele se deita continuo a acaracia-lo e então ele se levanta e sai correndo pra floresta de novo eu avanço alguns passos para tentar alcança-lo mas alguém me chama.
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the witch
FantasyDarya é uma mulher não casada na idade média que vive sozinha é é independente tinha homens wue a desejavam, mas desde os 14 ela decidiu que não se envolveria com nenhum homem de pertana, darya era muito boa em fazer as coisas sozinha e adorava faze...