One shot.

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Faziam três semanas que Luisa estava se sentindo indisposta, não conseguia manter sua rotina alimentar, se sentia enjoada a cada tentativa de comer, tinha muitas dores de cabeça também, não comentava isso a ninguém, mas Otto percebia, ele estava preocupado, poderia ser uma intoxicação alimentar, recentemente eles haviam fugido um pouco do cardápio acostumado por eles.

Depois de muita insistência do mais velho, Luisa se rendeu ao hospital, ela odiava aquele lugar com todas as suas forças mas ela não teve outra escolha a não ser essa. Ao chegar, conversou com o médico que pediu para que ela o acompanhasse, Otto não estava com ela, precisava resolver alguns assuntos então ela não se importou em ir sozinha. Não foram necessários muitos exames, devido às informações passadas pela morena, apenas coletaram uma amostra de sangue, e urina. O profissional a explicou que não levaria mais que 30 minutos até que o resultado saísse, se fosse algum tipo de infecção, eles saberiam.

[ ... ]

O tempo determinado havia passado e o médico retornava ao quarto em que Luisa estava em observação, ele estava com alguns papéis em mãos, a mulher estava um tanto nervosa, não era nem com a possível infecção, mas ela estava incomodada de estar naquele local, não via a hora daquilo acabar para que ela pudesse ir para a casa. Ela observava o médico ler todos aqueles papéis, então ele a olha e começa falar.

- Vejo que não é nada grave, senhorita Luisa. — ele sorri carinhosamente para ela, colocando o papel sobre a mesa para que ela pudesse ver. — Mas, acredito que você terá um grande trabalho pela frente. — ele continua sorrindo, agora juntamente de uma risada. Ela estava confusa, era muita informação no papel e ela ainda não tinha encontrado a mais importante de todas. - Parabéns, a senhorita está grávida.

Grávida. Luisa estava grávida.

Ela estava paralisada, um misto de emoções a atingiu naquele momento; conforto, euforia, confusão, medo, ansiedade, e o mais importante, alegria. Uma corrente de felicidade atingiu todo o seu corpo, a fazendo se emocionar. O sonho dela era ser mãe, ela sonhava tanto com aquele momento, ela achava que não seria mais possível, ela não tinha nenhuma esperança, mas ela ainda sonhava. Ter uma vida crescendo dentro dela, acompanhar cada momento, o primeiro passo, a primeira palavra. Luisa estava feliz, pois havia escolhido a pessoa certa para compartilhar aquela experiência com ela, Otto. O homem que ela tanto amava, o homem que ela estava noiva, o homem que a ensinou tantas coisas, o que a ensinou amar novamente. O pai de seu filho.

Ela queria sair correndo dali e ir em direção a ele para contar a notícia, por um momento ela ficou com medo de sua reação, eles nunca haviam tido essa conversa, na verdade, ela não sabia se ele queria, já passaram por tanto, Poliana já era uma adolescente, uma criança vai mudar completamente a vida de ambos, mas ela estava confiante, ela sabia que ele a amava, com certeza vai amar essa criança. Ficou mais alguns minutos conversando com o médico, ele a deu algumas recomendações, quando terminou, saiu do hospital e foi em direção a uma loja que tinha pelo caminho, uma loja de roupinhas de bebê. Ficou tão encantada com cada peça que tinha ali que nem tinha se dado conta de que horas tinham se passado, comprou então, um sapatinho branco e um body na cor neutra. Ela pediu para colocar tudo em uma caixinha.

[ ... ]

Era por volta das 20h quando a campainha da casa de Luisa tocou, ela tinha mandado uma mensagem para que Otto fosse até lá, estava tão ansiosa que não conseguia mais disfarçar. Ela preparou um jantar, o prato favorito de seu amado, queria que fosse uma surpresa linda, e que o agradasse.

- Boa noite, meu amor. — Otto se aproxima dela com um lindo sorriso em seus lábios, a beijando apaixonadamente. Era impressionante como eles mudavam com a presença um do outro, tendo em vista como eles se incomodavam ao terem que conversar, hoje eles são quase como os casais clichês de filmes de romance.

- Senti sua falta. — Luisa diz ao se afastar do beijo, sorrindo.

- Eu também senti a sua. Parece que não consigo mais passar muito tempo sem você. — acaricia seu rosto, colocando um fio de cabelo por trás de sua orelha. - Como foi no hospital? Fez os exames?

- Eu estou bem. — segura em sua mão. - Vem, eu fiz seu prato preferido. — o puxa, o guiando até a sala de jantar, a mesa estava bem organizado.

- Você fez tudo isso? — o rapaz observa todos os detalhes, ele estava encantado. - Hoje é alguma data especial e eu me esqueci? — deu uma leve risada, puxando a cadeira para Luisa se sentar, e se sentando lodo em seguida.

- Só quis fazer esse jantar para comemorar o nosso amor. Acho que é um bom motivo para se comemorar, não? Duas pessoas apaixonadas, vivendo o melhor momento de nossas vidas.

Eles sorriem e começam a se servir, o jantar estava ótimo, eles conversavam, riam, faziam declarações, planos para o casamento, conversavam sobre os dramas adolescentes de Poliana, sobre o dia a dia, trabalho, sobre tudo! Não existia segredo algum entre eles. Depois de jantarem, foram até o sofá, o clima de romance estava perfeito, faziam juras de amor, se beijavam, trocavam carícias, o momento perfeito para Luisa o dizer o que tanto estava esperando.

- Eu tenho um presente para você. — ela diz, se levantando do sofá e indo em direção a uma pequena gaveta, voltando até Otto com uma caixinha azul, com um laço rosa.

- O que é? Não estou acostumado em receber presentes fora de data, senhorita Dávila. — ele a olha confuso, mas mesmo assim pega o objeto.

- Abre.

E assim ele faz, com todo o cuidado do mundo, como se fosse algo muito frágil, colocou o pequeno laço em cima do sofá e abriu a caixa, quando se deu conta do que significava, seus olhos se emundaram de lágrimas, pegou o sapatinho e a roupinha e sorriu, era o maior sorriso que ele já havia dado em toda a sua vida.

- Você... você... você está grávida? — gaguejou ao perguntar, Luisa não disse nada, apenas assentiu com a cabeça, rapidamente ele a abraçou, depositando vários beijos em seu rosto. - Meu amor... nós vamos ser papais. — ambos estavam com o coração acelerado e cheios de amor.

Que sorte a deles por se amarem.

- Você gostou da notícia? — ela pergunta também emocionada, estava com medo de que ele não ficasse tão feliz quanto ela, tinha medo de que ele não quisesse tanto quanto ela.

- Se eu gostei? Essa foi a melhor notícia que você poderia me dar. Eu te amo, Luisa. Eu te amo tanto, você não tem noção da felicidade que estou sentindo ao saber que seremos pais, eu estou tão feliz por você ter me permitido viver isso com você. Eu quero que isso dure pra sempre, querida.

- Vai durar, meu bem. Eu não me vejo longe de você nem por um segundo. Obrigada. Obrigada por me mostrar o verdadeiro significado do amor. Por esperar por mim.

Eles iriam se lembrar daquele momento para sempre. Otto percebeu que esperaria a Luisa por mil anos se fosse necessário, apenas para viver esse amor. E Luisa, percebeu que jamais fugiria da sua felicidade, ele era o verdadeiro significado da palavra amor.

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