Capítulo 6 - Um café quente e uma garota misteriosa

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"O destino muitas vezes nos coloca em situações inesperadas, e é nossa escolha se seguimos em frente ou recuamos com medo do desconhecido."

O clima de outono estava agradável, com uma brisa fresca e folhas amareladas caindo das árvores. Alex caminhava pelas ruas da cidade, com a cabeça abaixada olhando para o chão, perdido em seus próprios pensamentos. Ele pensava em como a vida poderia ser injusta às vezes, como as coisas poderiam mudar em um instante. Ele ainda estava se perguntando por que havia dito aquelas palavras para a estranha no metrô na semana passada. Ele mesmo estava afundando em problemas, e se sentia um hipócrita por tentar ajudar alguém quando mal conseguia ajudar a si mesmo.

Seu padrasto o expulsara de casa depois de vê-lo novamente depois de dois anos. Sua mãe não o defendera, não disse uma palavra em sua defesa, apenas abaixou a cabeça e deixou que seu padrasto o mandasse embora, ela assistiu em silêncio enquanto Alex pegava suas coisas e saía pela porta.

Ao seus 23 anos Alex estava completamente só, ele não tinha para onde ir, então teve que arrumar um emprego em uma livraria local. Foi difícil encontrar trabalho, considerando seu histórico envolvendo drogas, mas o dono da livraria, Sr. Johnson, um senhor de idade avançada, ele era simples e amável. Ele viu algo em Alex que ninguém mais viu, uma segunda chance. Alex não queria decepcioná-lo, então trabalhava duro todos os dias. Não era o trabalho dos sonhos, mas pelo menos era algo que lhe dava um pouco de estabilidade financeira e ele estava muito grato por aquilo. Além disso ele teve que alugar um quarto em uma pensão barata, para ter aonde dormir.

Alex se virou para sobreviver, mas ainda se sentia perdido e sozinho. Ele não conseguia deixar de pensar na garota da estação de metrô. Por que ela estava em sua mente o tempo todo?

Ele decidiu parar em uma cafeteria para pegar algo quente para beber antes de ir para o trabalho. Quando entrou, a primeira coisa que viu foram os mesmos olhos verdes que o tinham encarado naquela estação de metrô há uma semana. Seu coração disparou instantaneamente e ele sentiu um nó na garganta. Ele tentou não encarar muito, mas não conseguia desviar o olhar, era a mesma garota que vinha assombrando seus pensamentos desde aquela noite na estação de metrô. Seus olhos se encontraram e os dois se encararam até o momento que um rapaz que também trabalhava na cafeteria o cumprimentasse, interrompendo o momento constrangedor.

- Um expresso, por favor. – pediu Alex.

Enquanto esperava pelo seu pedido, o jovem rapaz tentou se recompor e não olhar demais para aquela garota. Ele não queria parecer um stalker, afinal. O que estava acontecendo? Em meio a tantas cafeterias da enorme cidade em que habitava, como ele foi parar justamente na cafeteria em que ela trabalhava.

Ela estava diferente, com seu cabelo amarrado em um coque desleixado, e usava um avental da cafeteria, apesar da maquiagem ele diria que ela não dormia bem a dias, semanas talvez, ela também parecia magra e pálida mas apesar do seu cansaço aparente os olhos dela brilhavam como esmeraldas, era hipnotizante. Ele queria muito saber o que ela estava passando, o que levou ela a tentar fazer aquilo na estação? Perguntas e mais perguntas sem respostas, isso o estava mantando por dentro

Quando seu café estava pronto, Alex pegou sua bebida e se virou para ir embora. Mas então, sem pensar, ele olhou para trás e encontrou seus olhos verdes novamente. Ele sentiu um impulso de falar com ela, mas simplesmente não sabia o que dizer, mas era como se algo o estivesse puxando de volta para ela. Ele respirou fundo e se perguntou o que estava fazendo ali.

- Por que eu estou fazendo isso? - ele se perguntou em silêncio. - Eu não a conheço. O que vou dizer?

Mas era tarde demais para voltar atrás. Alex se virou novamente e caminhou em direção a ela. A moça parecia surpresa com a sua abordagem, mas ele pôde ver que havia um brilho em seus olhos quando ele disse simplesmente

- Oi.

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