Capítulo 7: Um dia diferente

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Joui tinha ajeitado algumas coisas para passar o dia na casa dos amiguinhos, mesmo que fossem vizinhos. Colocou até mesmo os lápis especiais que sua tia tinha comprado, para poder pintar com Arthur e César. Estava animado, e planejou tudo o que poderiam fazer naquele dia.

— Pronto, Joui! — Elizabeth chamou. — Já terminou de ajeitar suas coisinhas?

— Sim! — O menino foi até a mulher que estava na porta, e saíram juntos.

— Qualquer coisa pode pedir para o tio Thiago me ligar que eu venho, tá? — Avisou enquanto caminhavam até o apartamento ao lado.

— Sim, senhora! — Joui apertou as alças da mochila.

Elizabeth tocou a campainha e ela foi aberta apenas um pedacinho, mas diferente do dia anterior, que revelou Thiago, era o pequeno Arthur.

— Joui! — O menino chamou animado e abriu a porta inteira, correndo desajeitado para abraçar o outro. — Meu pai disse que você vai ficar aqui hoje! A gente pode fazer um monte de coisas, a gente pode jogar bola lá embaixo, a gente pode correr no parquinho, a gente vai poder assistir "tevelisão" também!

À medida que o garoto de cabelinhos arrepiados falava, Joui ficava mais animado.

— Televisão, filho. Bom dia, desculpem a demora. — Thiago apareceu e sorriu sem jeito.

— Bom dia! — Elizabeth sorriu educada. — Joui, se diverte, tá? Thiago, eu vou te dar um toque no número que me deu e qualquer coisa pode me ligar!

— Pode ficar tranquila, vai ficar tudo bem! — Thiago garantiu e deixou espaço para que as duas crianças animadas entrassem em seu apartamento.

— É só pra... garantir. — Elizabeth ligou por alguns segundos para o número de Thiago e logo desligou. — Tenho que ir. Obrigada, de novo!

— Não precisa agradecer! Bom trabalho! — Thiago sorriu.

— Obrigada. Pra você também... — A mulher respondeu sem jeito e antes de sair de perto, Joui saiu correndo de dentro do apartamento e abraçou a tia.

— Até mais tarde, tia Liz. — O menino falou baixinho.

— Até! — A de cabelos curtos deixou um selar nos cabelos cortados de Joui e o apertou um pouco, finalmente se afastando e entrando pelo elevador.

Assim que fechou a porta, Thiago se virou e encontrou seus dois filhos o encarando seriamente. Joui, que estava ao seu lado, também não estava entendendo o olhar dos amiguinhos.

— Pai, eu e o Arthur conversamos e nós vamos na praia. — César cruzou os braços e fez um bico convencido, e Arthur colocou a mão na cintura, e apoiou todo o peso do corpo em uma perna só.

— Filho, não funciona assim, o papai precisa trabalhar. — Thiago falou enquanto adicionava o número de Elizabeth. O garotinho cabeludo revirou os olhos e largou a pose, batendo o pé no chão. — Joui, você tomou café da manhã? Está com fome?

— Eu tô, pai, quero comer "sogrilhos gelougues". — Arthur tirou a mão da cintura e encarou as unhas. — E quero leite com achocolatado.

— Ha, ha, engraçadinho, vou terminar de fazer pão com ovo para os senhorzinhos. — Thiago respondeu sério.

— Eu posso ajudar a fazer, se o senhor quiser! — Joui quis ser prestativo.

— Não, não precisa! Você gostaria de um pão com ovo? O meu é o melhor do mundo! — Thiago se exibiu.

— Oh, sendo o melhor do mundo, vou querer provar... — Joui falou tímido.

— Ótimo, então pode ir brincar com os meninos que daqui a pouco chamo vocês! — Thiago falou e caminhou para a cozinha.

Vizinhos da Má Sorte [Lizago]Onde histórias criam vida. Descubra agora