Capítulo 5 - A escolha

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Eu sabia que Karolin era uma mulher cheia de simpatia, apesar de não ser de Roriecsta, parecia que ela pertencia àquele lugar. Ela era realmente incrível, não só pelo sorriso, corpo ou voz doce, mas também pela forma como sabia lidar com as pessoas. Eu admirava isso nela. Tirando-me de meus pensamentos, um dos bruxos comentou:

— Meu caro Patrick, que mulher extraordinária! — Ele sorriu com o elogio.
— Devo concordar com você, Nikolau.

Rimos, e então Nikolau falou:

— Você é um homem de sorte, Patrick, conheceu outra pessoa, mesmo depois de Lúcia. — Vi seu olhar de orgulho e alívio, mas respondi:
— Eu e Karolin não estamos juntos, Nikolau — suspirei e continuei — Apenas a admiro.

Ele me olhou de forma divertida e disse:
— Sei, admira... — Ele soltou uma gargalhada e prosseguiu — Você ainda não admitiu, mas acredite, você está se apaixonando por ela. — Ele me olhou atentamente, esperando uma resposta positiva.
— Talvez, mas não sei se ela sente o mesmo — respondi, um pouco pesaroso.
— Você nunca vai saber se não falar com ela — ele me analisou e continuou — Às vezes nós mesmos colocamos empecilhos em nossa felicidade, por medo de não dar certo.
— É, meu amigo, você pode ter razão — concordei, acenando com a cabeça.
— Tente, Patrick. Às vezes você pode se surpreender — ele sorriu e completou — Mas agora, devo pedir licença, Victória já está me olhando brava, fico com medo de perder uma orelha, ela é uma loba muito malvada.

Nós rimos.

Acenei para Victória, que me deu um sorriso em agradecimento.

Após algum tempo, a Rainha Elaure foi anunciada e todos se curvaram. Ela era a fada dourada, a mais poderosa de todas, extremamente bonita e justa. Herdara a coroa para cumprir seu propósito. Marilene era a sétima irmã de Elaure, mas havia sido condenada e transformada em bruxa. Após sua transformação, tornou-se a bruxa de bronze, a mais poderosa de que se tinha notícia. Estremeci ao lembrar de como o reino estava perdendo sua vida. Fui tirado desses pensamentos tormentosos quando ouvi uma voz doce me trazendo de volta à realidade.

Sorri, e então Karol perguntou:
— Está tudo bem? — Achei sua expressão de preocupação completamente fofa.
— Claro, está sim, Karol — respondi, sorrindo amigavelmente.

Eu não queria assustá-la ainda mais, queria poupá-la dos meus problemas. Hoje, não deixaria minha preocupação me consumir por completo. Olhei para Karol e decidi convidá-la para dançar.

— Bela dama, gostaria de me conceder a honra de uma dança?
— Sim, belo cavalheiro, aceito o pedido.

Sorrimos e começamos a dançar. Em determinado momento, todos abriram espaço para que continuássemos, e percebi que o rosto de Karolin corou. Encostada em meu ombro, ela sussurrou:
— Percebeu que todos estão olhando para nós dois?

Sorri e perguntei:
— Quer que paremos?
— Não, tudo bem, vamos até o fim da música.

Assim que a música terminou, vi a Rainha Elaure se aproximar para nos cumprimentar. Me curvei em respeito e percebi, de relance, Victória ensinando Karolin a fazer o mesmo gesto. Sorri com a ajuda dela e observei a interação da rainha com Karol.

— Vossa majestade! — disse Karolin, um pouco nervosa.
— Querida, fique tranquila. É um prazer finalmente conhecer a hóspede de Patrick Filtzpack — Elaure riu e prosseguiu — Agora, tornará-se uma membra oficial de nossa comunidade?
— Eu, vossa majestade?
— Sim, claro — respondeu Elaure, sorrindo.
— Não... não possuo nenhum poder, vossa majestade — disse Karolin, hesitante. Divertida, a rainha segurou suas mãos.
— Pode me chamar de Elaure, Rainha Elaure.
— Oh, claro, Rainha Elaure.
— Gostou de meu reino?
— Nossa, aqui é incrível, eu nem sei o que dizer.
— Então não diga nada, apenas aproveite a festa e aceite um presente.
— Um presente? — A expressão de confusão no rosto de Karolin era a mesma que a minha.

— Sim, um presente — disse a rainha, sorrindo. Logo percebi do que se tratava: a rainha queria confirmar se Karolin era realmente a escolhida. Elaure chamou três de seus empregados, que vieram com três anéis adornados com pedras. Um era de diamantes, outro de ametista e o terceiro de esmeralda. Eu esperei a rainha prosseguir, preocupado, pois, se as suspeitas se confirmassem, a vida de Karolin mudaria para sempre.

Elaure pediu que Karolin seguisse sua intuição e escolhesse um anel. Karolin hesitou em aceitar, mas a rainha insistiu:
— Por favor, é um presente de boas-vindas. Não aceitarei uma recusa.

Sem escolha, Karolin optou pela joia com a esmeralda no centro.
— Obrigada — disse ela, sem tocar no anel.
— Quero que o experimente, Karolin. Ficará lindo em você.

Vi Karolin pegar o anel, e, assim que o tocou, ele começou a brilhar intensamente. Não conseguia acreditar, Karolin era realmente a escolhida. O anel se encaixou sozinho no dedo dela, e, de repente, Karolin começou a levitar. Todos no salão a observavam, atônitos com a confirmação de que a lenda era real. Quando a luz do anel finalmente se dissipou e Karolin quase caiu, corri para segurá-la. A rainha se aproximou e declarou:

— Querida, você é a escolhida. O anel de esmeralda nunca permitiu que ninguém se aproximasse, mas ele te escolheu. Será seu guardião daqui em diante e protegerá a pessoa que está em seu coração.

Assim que a rainha terminou de falar, o colar de Karolin brilhou novamente e uma luz envolveu também meu corpo, unindo-nos. A abracei, certo de que ela sentia o mesmo por mim. Passei a mão em seu rosto e a beijei, dessa vez sabendo com certeza que ambos estávamos apaixonados.

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Marilene, observando tudo, não conseguia acreditar no que via. Ele a beijou diante de todos, e aquele anel idiota a deixou enfurecida. Ela queria destruir tudo. O sorriso de satisfação deles duraria pouco, pois era só uma questão de tempo até que ela conseguisse tudo o que desejava.

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⏰ Última atualização: Sep 25 ⏰

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