Unforgettable (Sangster)

Capítulo Um

Argh, como odeio o meu despertador. Ele sempre me acorda na hora dos beijos. Beijos, que vem daqueles lábios...

Olho a hora. Seis e meia. Ainda tá meio cedo, já que saio de casa as sete e chego na escola, que fica no mesmo bairro, na mesma rua. Levanto, sento na cama e respiro fundo.

Isso é pro seu futuro. Mesmo sendo chato.

Esses pensamentos me animam pouco, mas bem pouco mesmo, de 100% menos de 1%. Mas isso ajuda um pouco, portanto levanto e abro a cortina, e depois a janela. Respiro fundo aquele ar matinal da minha nova cidade, uma nova vida. Uma nova casa, e mais pra frente, novos amigos.

Me mudei ontem pra cá. E como vocês sabem, mudanças cansam muito, então cheguei e minha cama já estava montada. Deitei nela e dormi logo, acordando agora. Primeiro dia de aula, logo numa segunda, ninguém merece isso!

Vou para o banheiro e tomo um banho rápido, mais para acordar mesmo. Visto a camiseta do uniforme escolar, que eu até que gostei. Uma camiseta branca simples, com a gola laranja claro e o brasão da escola do lado esquerdo, sobre o peito. É simples (melhor do que a da escola passada, que prefiro nem comentar). E como é simples, é claro que botei a minha calça jeans e meu tênis preto. Me vejo no espelho, e me assusto com a figura derrotada que vejo.

DERROTADOOOOOOOOOOOOOOOO -tenho um certo problema : eu me xingo mentalmente, geralmente no meio da rua. Tudo isso acompanhado com caretas.

Suspiro e pego minha mochila, meu celular e meu fone de ouvido (que dei o nome de "bff companheiro de vida" ) e saio do meu quarto, do meu conforto. Desço as escadas e encontro minha mãe na sala, com uma cara pior que a minha.

- Ah mãe, te entendo... Com essa cara de cansada.

- Que? Ah, sim... Bem, quer que eu te leve pra escola? -ela fala, enquanto eu vejo as horas. Já são sete horas.

- Quero. Não tô afim de andar mesmo -falo, indo em direção a porta e a abrindo- mãe?

- Vamos, vamos -olhem só, ela quer me apressar sendo que por ela, estava dormindo agora mesmo.

Entro no carro após ela destrancar as portas. Espero ela dar partida e logo estou na escola.

- Tchau filho, sei que é escola nova. Mas faça amigos, não seja anti social de novo. Até!

Vejo ela ir embora com o carro. Me viro e vejo a escola, que parece aquelas de filme.

Hmmmmm. Não deve ser tão ruim.

Veremos.

Entro com o pé direito.
________

A primeira aula até que foi legal. Eu gosto de Língua Portuguesa, sou bom até. A segunda que foi muito chata. Odeio Física! Pra que todos aqueles movimentos, sei lá os nomes. Porém o que mais me incomoda é o fato de sentir que alguém me olha. Não é uma sensação boa, irrita. Irrita mais ainda quando você olha pra trás e todo mundo parece estar agindo normalmente, ninguém te olhando.

Logo o intervalo chegou. Levantei, sentindo o sangue voltar a passar pelas minhas pernas. Ok, isso foi meio exagerado, mas passei muito tempo sentado e acho que essa frase deu a entender isso.

Andei para o pátio com um pouco de dificuldade pra chegar lá, porque não sei nada dessa escola. Ainda com aquela sensação de que tem alguém me olhando.

Usa a técnica do bocejo.

Penso um pouco.

Boa ideia.

Olho em volta, espero um pouco e bocejo, olhando em volta de novo. E logo vejo um garoto loiro, aparentemente da mesma altura e quinze anos, assim como eu. Um sentimento dentro de mim desperta, como quando você perde um cachorro e depois encontra. Depois de muito tempo, você nunca o esqueceu ou nunca o trocou. Mais ou menos esse sentimento.
Desvio o olhar, porque vai que ele olha pra mim de novo e eu tô encarando ele? Não sei se ele é todo rebelde.

Uso meu bff fone de ouvido e escuto uns Fifth Harmony maroto, bem alto. Tão alto que não escuto o sinal tocar novamente e só percebo quando a tia que tava lá no pátio me avisa, falando que era pra voltar pra sala.

Entro na sala e sinto de novo alguém me olhando. Olho para o fundo da sala e encontro seus olhos castanhos no meio de algumas pessoas de pé.